sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

PRISIONEIRO DO BLOG

O estímulo para escrever é o desejo de vencer uma preocupação mental expressando-a consciente e claramente, ao passo que o propósito de escrever quase sempre inclui egocentrismo e pelo menos um mínimo de vaidade. (John Lukacs, em "Churchill – Visionário, Estadista, Historiador").


PRISIONEIRO DO BLOG
Sou prisioneiro de um blog. Melhor dizendo, estou aprisionado a um blog, um blog de nome ridículo (de resto, como quase tudo o que nele está contido) que eu mesmo criei e que alimento. Mas, ao contrário da planta carnívora da "Pequena Loja dos Horrores", quem se retorce, faminto, sou eu, náufrago à espera de resgate, estrangeiro à espera de acolhida.


COLOQUIALISMO
Depois desse início "dramático", quase barroco, o jeito é habilitar o modo "coloquial". Eu acho que encontrei os motivos para as visualizações do Blogson serem tão desidratadas, anêmicas:
a mania de falar do próprio umbigo;
um português sempre claudicante;
um humor de aluno de curso secundário;
a obsessão por títulos idiotas ou ridículos
a falta patológica de assunto;
falsa auto-piedade (ou coitadismo);
vaidade exacerbada;
arrogância mal disfarçada;
mistura de estados de espírito conflitantes;
falta de convívio social;
e mais uns duzentos defeitos de que não consigo me lembrar agora.


CRONOLOGIA DE UM POST
Se você não sabe quais são as etapas para a publicação de um post, fica esta dica:
o confisco de todo tempo disponível;
a ansiedade pela inspiração que não vem;
a satisfação pelo tema encontrado;
o frenesi da criação e desenvolvimento;
a obsessão pela revisão infinita;
a lassidão pós versão definitiva;
o antegozo do sucesso da postagem;
a espera impaciente por comentários;
a decepção com o número de visualizações;
a inquietação por não entender o desinteresse;
a ânsia por começar tudo de novo:
sou um prisioneiro do blog.


ESTATÍSTICA
Pela minha obsessão por números, controles, essas coisas, resolvi fazer uma "auditoria" nos comentários, e deu isso. O Blogson já tem 538 posts publicados e 247 comentários de pessoas que o acessam. O titular do blog A Marreta do Azarão responde por 57%(!!) do total. Depois dele, vem O Elemento Jota, com 18% e Lord Wilmore, com 10%. Esses dois malucos e mais alguns chegaram ao Blogson através do link existente no Marreta. Que eu posso dizer disso? Que o Azarão direta ou indiretamente é responsável por 85% de todas as manifestações dos leitores que se animam a dar um feedback sobre o que leram. Isso também significa que ele é um atacadista de comentários!

5 comentários:

  1. Gostei da cronologia de um post, é exatamente assim. Posso publicá-la no Marreta?
    Quanto à minha "responsabilidade" por 85% das manifestações de leitores, garanto que nunca tive a intenção, tenho culpa, mas não dolo. rsrss
    Mas tá tudo certo. Quando você for famoso, a gente discute a minha comissão.

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    1. Fique à vontade! (nem precisa dar o crédito)

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    2. A internet hoje está foda e perdi a resposta original que ainfda não tinha publicado. O que sei é que sem a sua "responsabilidade", provavelmente o Blogson já seria um defunto, pois nem os parentes (alguns) que comentaram no início do blog manifestam-se hoje. E maioria silenciosa não combina com gente ansiosa (mesmo que dê rima)

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    3. Só 18%? Saporra tá errada (com o perdão da palavra), olho praticamente todos os dias os blogs que acompanho, só não comento tudo pq minha opinião é irrelevante e quase sempre uma bosta (outra vez desculpe rsrs). E parabéns ao blog e à postagem, já que são eles que lhe tem. O texto ficou realmente muito bom.
      "J"

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    4. Nada como uma cutucada nos brios de alguém, a reação é imediata! A vantagem é que você melhorou sua porcentagem agora.
      Falando sério, não tenho como agradecer os comentários que as (poucas) pessoas fazem. Gosto muito dos seus e só não entendi as desculpas. Afinal, minha educação é "inglesa" (para inglês ver), só que é do cais do porto. (já fiz piadinha, não tem jeito). Mas, sério, eu tenho uma linguagem (80%) liberada, mas utilizo baixo ca(ta)lão só pela força expressiva que os palavrões têm. Quando há conotação explicitamente sexual, eu geralmente pulo fora. Parece-me que você também gosta do Bukowski, que escrevia bem pra cacete, mas, para mim, a pior parte é o uso (minha opinião!) aparentemente gratuito e abusivo de palavras explicitamente obscenas e a descrição frequente de atos e comportamentos sexuais. Isso me deixa pouco à vontade (afinal, nasci em 1950 em uma família católica vinda do interior). Mas não sou castrador da linguagem de ninguém. Só para adiantar, tenho um post pronto, um diálogo de "humor" em que a piada se completa com a palavra "punhetão". Particularmente, no geral, prefiro textos sutis. Mas isso é gosto pessoal. Valeu!

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