sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE...

Eu sempre me sinto desconfortável quando cismo de escrever de forma mais séria alguma coisa sobre política. E o motivo é muito simples: minha mente não é preparada para falar sobre isso, para fazer análises sócio-políticas, pois nunca me lixei muito para esse assunto. Nunca me liguei em "ismos", qualquer fosse a sua "cor"; sempre fui o que os xiitas chamariam de "alienado". E acho que sou mesmo - ou fui. 

Nos anos de 1966 a 1968 eu estudava no Colégio de Aplicação, ao lado do prédio da FAFICH/ UFMG, onde o pau quebrava em termos de manifestações contra a ditadura, palavras de ordem, cartazes nas janelas, essa zona. Eu só tinha duas reações a isso: passava longe desse tipo de engajamento ou cagava de medo da polícia e de dedos duros que poderiam dar o ar de sua graça. 

Talvez por isso, enquanto os pais dos atuais "caras pintadas" gritavam, manifestavam e corriam da polícia, eu estava mais interessado em ouvir o mais recente disco dos Beatles, ler um livro legal ou ir ao clube para nadar (todos os dias). Talvez por isso também, nunca tive vocação para crenças apaixonadas e viscerais, nunca fui radical, sempre vi com desconfiança e até desprezo os extremismos de qualquer lado. 

Mas a gente envelhece e o que antes não incomodava ou nem era notado passa a incomodar. E incomoda mais quando alguns dos antigos "atletas das ruas" fazem uma lambança que encheria de inveja aqueles contra quem protestavam. Por isso, quando penso ou leio uma notícia sobre o Brasil (ou Mundo) de hoje, começo a ficar enojado, começo a achar que a colisão de um asteroide parrudo com a Terra seria uma boa solução para a humanidade.

Foi o que aconteceu agora, após o Natal. Estava sem fazer nada e fiquei pensando nos recentes acontecimentos (ia escrever "nos últimos", mas duvido que isso acabe um dia). Aí, fiquei meio com a cachorra e resolvi malhar um pouco o PT, a Dilma, o Lula, o Renan, o Eduardo Cunha e os políticos envolvidos no Petrolão; enfim, praticamente toda a Capital Federal.

Para isso, precisava encontrar na internet a versão original de uma frase sobre o ato de mentir que ouvi uma vez, mas não sabia nem quem a teria dito. Para variar, achei várias formas e até mais de um autor. Tratando-se de internet, já percebi que isso é normal. Só que nessas pesquisadas, encontrei duas declarações surpreendentes. Pensei na melhor forma de fazer um suspense antes de apresentá-las, mas acho que elas dispensam esse tipo de coisa. Por isso, vamos a elas:

"Por que somos um partido dos trabalhadores? Somos um partido dos trabalhadores porque vemos na vindoura batalha entre o mercado financeiro e o trabalho o fim da estrutura do século 20. E estamos do lado do trabalho contra o mercado financeiro. O dinheiro é a régua do liberalismo; trabalho e realização são as réguas do estado socialista. O liberal pergunta: O que é você? O socialista pergunta: Quem é você? Há um abismo entre eles."

"Somos socialistas porque vemos a questão social como uma questão de necessidade e justiça para a própria existência de um estado para nosso povo e não como uma questão para piedade barata e sentimentalismo humilhante. O trabalhador tem direito a um padrão de vida que corresponda ao que produz."

Estranha é a vida, não é mesmo? Se eu mesmo não tivesse encontrado essas palavras na internet e se alguém me dissesse que a primeira foi dita por algum fodão do PT e a segunda pelo Aldo Rebelo (por exemplo), eu jamais duvidaria, pois é conversa típica do pessoal de esquerda. Mas, pasmem, o autor é Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda da Alemanha nazista.

Aliás, também seria dele a tal frase que eu procurava. E agora, vai a explicação do motivo de tentar encontrar essa frase (também atribuída ao Hitler): para a Dilma ser reeleita, foram feitas mil promessas, pintou-se o melhor cenário do mundo e apregoaram-se as grandes conquistas da era PT. O maestro dessa sinfonia do caos foi o marqueteiro João Santana.

Depois, à medida que as investigações do Petrolão iam avançando, os envolvidos passaram a esquivar-se de um jeito capaz de ofuscar os dribles e fintas do Neymar. Resumindo: nos dois casos, mentiras, mentiras, mentiras e... mentiras.

Depois de descobrir que o autor da frase cínica que eu procurava foi um racista ultrarradical, percebi que os petistas e demais políticos, mesmo diametralmente opostos ao alemão, comungam com ele da mesma crença, expressa na frase dita pelo nazista e que vou transcrever (e se não for dele é de algum filho da puta como ele):

- Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade.

Só posso acrescentar: E não é que é mesmo, João Santana? Você também concorda, não é, Lula? E você, Dirma, não precisa se esforçar para falar, basta apenas acenar com a cabeça. E os políticos (a maioria) do meu Brasil aplaudem com entusiasmo.


(As declarações transcritas e a frase cínica e desprezível foram extraídas da página https://pt.wikiquote.org/wiki/Joseph_Goebbels)








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