quinta-feira, 30 de abril de 2015

COMENTANDO AS ÚLTIMAS - 02

JOALHERIA
O STF determinou que os empresários soltos devem usar tornozeleira eletrônica. Beleza. Como são gente muito fina, deveriam ter o direito de usar modelitos exclusivos, fabricação Armani ou Rolex, por exemplo (caso existissem, lógico). Afinal, todos seguem uma regra básica das empreiteiras de Construção Pesada: estão sempre Armani Rolex, ou melhor, Armando Rolo (essa pegou no saco!)


ESCOLHA
Acho esquisito que a escolha dos ministros do STF seja tão cheia de mistérios. Parece (eu disse "parece!") que o sujeito é escolhido não para julgar da forma mais isenta e justa, mas para atender interesses do governo e outras autoridades, alguns nem tão justos assim.

Acredito que devem existir juízes e juristas que dariam até a bunda para conseguir uma vaga (talvez existam alguns que já dão por prazer, mas isso é uma questão de furo íntimo, ou melhor, de foro íntimo). Mas, pensem bem, depois de empossados deveriam mandar o cabo corneteiro tocar o toque de "foda-se" para os que esperam retribuição, sua fidelidade e, até, sua subserviência - e começar a julgar da forma mais isenta, justa e severa possível. Se assim fizessem, o povo brasileiro (excluídos os petistas) até se ajoelharia para beijar-lhes os pés em agradecimento pela colocação do país nos trilhos.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

COMENTANDO AS ÚLTIMAS

STF
Vi nas manchetes dos jornais que o STF mandou libertar os empresários presos por conta do Petrolão. Como sou analfabeto funcional, preciso confessar que não li a notícia toda (iria gastar mais tempo que o normalmente gasto para um ministro ler um parecer jurídico desse nível).

Mas acho muito justa essa decisão. Jamais deveriam ter sido presas tantas excelências de colarinho branco. Branco, não, imaculadamente branco (claro, se tiverem o saudável hábito de esfregar bem o pescoço). Afinal, cadeia é para preto, pobre e analfabeto! Onde já se viu querer inverter a ordem natural da vida fácil?

FOTOGRAFIA
Existem tantos ministérios no Brasil que eu fico até confuso. Tem secretarias com status de ministério, órgãos públicos com status de ministério e até ministérios com status de ministério. São tantos que eu nem sei a quantidade certa. Diria que o país tem uma caralhada deles. Na hora de juntar essa moçada para tirar foto com a presidente fica complicado, quase precisa usar lente grande angular. Mas acho que precisariam melhorar essas fotos. Para mim, alguns ministros do stf (siamo tutti fottuti) deveriam fazer pose também. Afinal, foram nomeados pela Dilma e, por isso, parecem julgar como se devessem obediência a ela.

INDONÉSIA
Comentário endereçado ao governo da Indonésia: "parabéns pra você, nesta data querida..."  

Se Cuba ou outro país "amiguinho" anunciasse que pretende fuzilar alguns opositores, o Brasil faria por eles um "apelo de caráter essencialmente humanitário"? Ou classificaria o fato como "lamentável" se não fosse ouvido e atendido?


MILLOR NA IMPRENSA - MILLOR FERNANDES

Já postei no Blogson um texto sobre o uso de palavrões falsamente atribuído ao Millor Fernandes. Disposto a descobrir onde ele renegava essa paternidade, comecei a ler as entrevistas que ele deu para vários meios de comunicação. Achei o que procurava, mas achei também opiniões, críticas e reflexões geniais e sempre espirituosas. Por isso, resolvi compartilhar com os 2,3 leitores do blog esse prazer, pois ele era verdadeiramente genial. Vamos lá.


LULA E POLÍTICA
O Freud ficaria besta com o Lula: é o ego maior do mundo.

Lula é um autocrata. Esse negócio da bebedeira dele foi ridículo. Ele disse que decidiu expulsar o jornalista para servir de exemplo. Para quê? Para que todo o mundo fique com medo de escrever coisas negativas sobre ele? Amanhã eu não vou poder nem dizer que ele tomou umas e outras. O lugar-tenente Aldo Rebelo está me processando porque eu fui contra o projeto dele de proibir termos estrangeiros na língua portuguesa. É a mesma coisa o papa proibir que as mulheres deem. Sua Santidade exigiu isso a vida inteira e as mulheres continuaram dando. A língua se transforma. Senão, estaríamos falando latim ou guarani.

Eu, por exemplo, sou um fronteiriço topográfico. Se você me deixa numa porta giratória, eu volto pro mesmo hotel [gargalhada]. Agora, o Lula é total. Uma característica do fronteiriço é que ele não registra. Ele começa a falar e, na décima frase, já não sabe o que disse no início.

Como é que ele (Lula) fala no "partido que eu fiz"? Isso não se diz assim, na primeira pessoa. O uso do "nós" é um aprendizado cultural que Lula não teve.

Lula não tem consciência da própria ignorância.

As pessoas não gostam quando falo isso, mas 95% da humanidade é absolutamente idiota, e os outros 5% são discutíveis. O Lula veio de baixo, é um homem de origem humilde, mas o partido dele tem 25 anos. Se não foi no primeiro, segundo ou terceiro ano, em algum momento ele passou a receber dinheiro, até como forma de salário do PT. Ora, Lula tem 59 anos. Há 25 anos, tinha 34. Com essa idade ainda se pode ir para o colégio. Passei mais fome do que ele, a diferença é que eu era carioca. Meu pai morreu quando eu tinha 1 ano, minha mãe, quando eu tinha 10, nós descemos de classe média para proletariado e depois para lumpesinato. Não havia literalmente o que comer, e nem por isso fiquei me queixando, Quando passei de 100 para 300 réis de salário, ia para o curso do Liceu de Artes e Ofícios e pagava para estudar. Não fiquei esperando o Estado bancar.

Ninguém que ambiciona o poder deixa de ser um filho da puta! Pode ser um pouco mais ou um pouco menos. Mas o homem de bem, no sentido genérico e universal da palavra “bem”, não ambiciona o poder.

Você vê agora esse movimento por indenizações para quem fez luta armada. O pessoal botou uma pistola na cintura e foi lutar pra quê? Pra tomar o poder! Pois bem, aí a coisa não deu certo e eles pedem indenização?! Então eles não estavam fazendo uma rebelião, estavam fazendo um investimento [gargalhadas].

Você me dá o governo mais democrático e eu percebo que estou vivendo dentro de uma ditadura. Nunca houve governo democrático em lugar nenhum. No Brasil, não existe mesmo. O que é diferente em uma democracia é você combinar que aquele que foi eleito vai ficar quatro anos no posto.

o Brasil deveria instituir o voto contra. Não tem voto a favor?

A corrupção é mais natural no ser humano do que a integridade.

LITERATURA
(O estrangeirismo empobrece a língua portuguesa?) De maneira nenhuma. Antigamente, tivemos palavras como porta-seios, uma coisa muito feia, que felizmente foi substituída pelo galicismo "sutiã". Toda língua é invadida e, como mulher, fecundada.
De vez em quando a nossa leva na bunda, mas nada que, lavada, não fique novinha. Houve tempo em que o galicismo era uma aberração. Não se podia escrever "amante", mas "amásia".

Escrever bem é expressar-se. Usar sujeito, verbo, predicado e, a partir daí, fazer todas as variações. Não deixo margem a dúvida quando digo "um homem de terno branco atravessava a rua num dia de domingo".

(É possível escrever bem sem ler muito?) Não!

(Mas é possível desenvolver um instinto natural para escrever bem?) O instinto pode levar a escrever, mas uma pessoa simplória tende a ter um discurso simplório. Quando escrever, fará um texto simplório. Quanto mais formas de escrita você conhecer, mais habilidade terá em sua própria escrita.

O Sarney não sofreu como presidente, mas como escritor. Terminei a série perguntando: “Afinal de contas, Sir Ney escreveu ou não escreveu um livro? Escreveu, porque segundo a Unesco livro é uma publicação não periódica de mais de 49 páginas. E quando Sir Ney chegou, depois de muito esforço, à quinquagésima página, fechou a máquina e gritou lá para dentro: ‘Mãe, acabei!’”.

O Proust eu li em português, francês, inglês e espanhol: é toda uma dimensão literária. Mas o Machado não me diz nada, como o Joyce, que eu nunca consegui ler. Não acredito em ler com esforço.

(Sobre Machado de Assis) o que eu tenho é um certo desdém. Quem é Machado de Assis? É um mulato, filho de uma lavadeira, com todo um temperamento de querer ficar bem na sociedade. E que eu saiba – pode até ser ignorância minha, admito – mas que eu saiba, não tem mulher alguma na vida dele. Ele não comeu ninguém! E eu tenho um certo desconforto com homem que não come ninguém. Eu acho que o homem tem que comer alguém.

Com a internet, cada um tem seu blog, e, quando há um volume muito grande de gente praticando, tudo se abastarda. Quando se deliberou que não haveria mais métrica e rima na poesia, toda senhora de 50 anos começou a fazer poesia.

Hoje, todo mundo que tem talento ou alguma pretensão tem acesso a algum outro meio de divulgação além do blog. E, paradoxalmente, você pode até achar que o cara que tá fazendo um blog medíocre vai ter mais público do que outro que seja melhor. Existe o Paulo Coelho também na internet.

Outro dia ele (Paulo Coelho) disse que não liga para o que os tradutores fazem com seus livros. Pô, o tradutor só pode melhorar aquilo!

HUMOR
Dizem que o trocadilho é a mais baixa forma de humor, mas, se você tirar o trocadilho de Shakespeare, ele desaparece.

se você pegar a maior parte do meu humor, ele é aleatório, sobre coisas maiores, sobre coisas menores, sobre a vida, sobre o mal, sobre o bem.

Ecmnésia. É aquele passado edulcorado. Tudo parece bonito no passado, mas volta lá para você ver.

Eu chamo o humorismo de quintessência da seriedade. Mas não é só pra fazer uma frase, não. No momento em que você raciocina sobre tudo, você consegue resumir aquela coisa toda que os caras pomposamente disseram. Então você é humorista porque você modificou aquilo, resumiu aquilo, destruiu aquilo. E você, no ato de modificar, também sabe que a sua opinião não é definitiva. Você tem sempre essa ressalva de autocrítica, você entende? Isso é humor.

O Pasquim funcionava porque, embora não se levasse a sério, ninguém ali queria ser engraçadinho. Queria ser iconoclasta. Por exemplo, a Benedita da Silva se lança candidata ao governo como “mulher, preta e favelada”. A gente diria assim: “Três bons motivos pra não votar nela” [gargalhadas]. Eles vêm com a demagogia e você vai em cima, né?

PENSAMENTO CRÍTICO
Não estou de olho na posteridade, nem no passado, a anterioridade. Vou indo. Aliás, vou indo bem. Não tenho de que me queixar. Me queixo de vez em quando, apenas pra que os deuses, lá em cima, não fiquem com inveja.

tenho dificuldade de pensar ideologicamente. Eu acho a ideologia um bitolamento da inteligência. Se você é católico, tá f(*), você é católico, pronto! Você pensa naquela linha católica. Quem não pensa católico é um filho da p(*). É a mesma coisa com o presbiteriano. Você me diz assim: “Aquele cara é um grande pensador marxista”. Então ele não é pensador, é um propagandista do marxismo. O Tristão de Atahyde era conhecido como grande pensador católico. Isso não é nada pensador… Pensador é o cara que vai pensando numa linha até o momento em que esbarra numa coisa e muda a maneira de pensar.

Chamar viado de "veado" é coisa de viado.

terça-feira, 28 de abril de 2015

DATAS FESTIVAS

Eu nunca me liguei em datas festivas, normalmente mais úteis para os comerciantes. Também nunca dei importância ao meu aniversário (parabéns por quê?). Para mim, as datas que realmente importam são aquelas em que ganhei os melhores presentes de toda a minha vida. E essas datas, à exceção do Natal, não se encaixam em nenhuma data standard nem são feriados em nenhum lugar do Brasil. São apenas dias santos, dias santos de guarda, dias santos que eu guardo. E são os dias que eu realmente gosto de comemorar. 

São eles:

-   Dia de São Marcos Evangelista (25 de abril)

-   Dia de São Pedro Chanel, São Vital de Milão e São Agapito I (28 de abril)

-   Dia de Santo Efrém e São Medardo (08 de junho)

-   Dia de São Manuel, Santa Julita e São Ciro (16 de junho)

-   Dia de São Pedro Claver (09 de setembro)

-   Dia do Natal do Senhor Jesus Cristo (25 de dezembro)

Porque minha Amada e nossos filhos são os melhores presentes que eu ganhei em toda a minha vida.


sábado, 25 de abril de 2015

PARA UM JOVEM CASAL

Pois é, Bê e Céci, Céci e Bê, chegou o dia de uma das mudanças mais radicais de suas vidas. A partir de hoje, pelo resto dos seus dias (assim espero!), ao acordar de manhã, você, Bê, olhará para a Céci a seu lado e sentirá que agora é responsável por ela, por sua felicidade, por sua alegria, por sua saúde – mesmo que nem tudo dependa só de você. Mas é assim que deve ser.

Uma coisa eu sei: o casamento de vocês começará mesmo na volta da lua de mel. Até lá, será como acontece em uma Olimpíada: primeiro acontece a cerimônia de abertura dos jogos, o desfile das delegações e a grande festa. Depois, os atletas realizam os últimos treinos e preparativos e só aí as disputas começam.

Só que, no casamento, a existência de disputas e de um vencedor são as situações mais indesejadas, sinal de que alguém saiu perdendo. Quando isso acontece, surge um gosto amargo na boca e o casamento pode azedar – ou desandar.

Quando nos casamos, o padre disse que “um mais um é igual a um”. Sob determinado ponto de vista, ele estava totalmente certo. Hoje, entretanto, eu prefiro pensar que “um mais um é mais que dois”. Porque, se agora vocês formam um casal, ainda assim são indivíduos singulares. Então, que o casamento permita que vocês fiquem melhores que antes.

Eu gosto de pensar que as pessoas – e os casais – são como que galáxias, pois, mesmo sendo totalmente diistintas umas das outras, podem se aproximar, interagir e compartilhar os mesmos espaços. Ou, se quiserem uma imagem matemática, um casamento ideal deve ser como a união de dois conjuntos. O que não pode, o que não deve acontecer é a prevalência das opiniões de apenas um dos dois. Mesmo que isso possa funcionar algumas vezes, em termos práticos, um dos dois ficará cada vez mais triste. E isso nunca é bom.

O ideal é que sempre haja sorrisos e bom humor entre vocês, que sempre possam rir juntos. Mas, se acontecer de um rir do outro, que seja de forma cúmplice e carinhosa, jamais com escárnio, jamais de forma depreciativa.

Bê, nunca tente mudar a Céci no que ela tem de essencial; da mesma forma, Céci, não queira modificar o Bê naquilo que é sua essência. Porque mudanças acontecerão mesmo que vocês não queiram, mesmo que seja em uma direção imprevista. Aceitar e respeitar a singularidade de cada um é a receita para viverem sempre juntos e felizes. E que fez vocês quererem se casar.

E chega de conselhos!

Agora, Bê, preciso falar da imensa falta que você fará no nosso dia a dia. Quando digo isso, tenho a certeza que esse também é o sentimento que aperta o coração da mãe da Céci. Porque vocês, Bê e Ceci, Céci e Bê, com seu comportamento carinhosamente calmo e silencioso sempre foram fundamentais para nos dar suporte emocional nos momentos em que mais necessitávamos (precisarei ver mais “Os Simpsons”, pois não terei um resumo freqüente das melhores cenas).

Mas nós nos acostumaremos. “Síndrome do ninho vazio”? Claro, com certeza! Mas estamos e sempre estaremos torcendo por vocês e os abençoando todos os dias de nossas vidas. E sempre nos alegrando quando aparecerem só para nos ver.

OS OLHOS-POEMA DA MINHA AMADA

Oh, minha amada, que olhos os teus
Quanto mistério nos olhos teus
Quantos saveiros, quantos navios, quantos naufrágios nos olhos teus

Foi Vinícius de Morais quem escreveu e musicou essa maravilha. E o título é "Poema dos Olhos da Amada"Quisera tê-lo escrito! 

Nem precisava dizer que os olhos são tema mais que recorrente nas letras de música. Nada mais justo. Mas não quero falar de olhos genéricos. Quero falar dos olhos dela, merecedores de um poema ainda mais bonito que esse do Vinícius. E como são lindos esses olhos!
Sempre digo que não tenho a intenção de diminuir, humilhar ou desprezar ninguém, mas o fato é que, para mim, ela tem os olhos mais bonitos do mundo, E podem tirar o cavalinho da chuva as possuidoras de olhos azuis ou verdes. Claro que essas cores deixam os olhos mais destacados, chamam mais a atenção. Mas nada que se compare à cor dos olhos dela. Não sei descrevê-la, pois não faz parte da paleta de cores que encontro no Office. Um antigo fã disse que ela era a "menina dos olhos coloridos". Perfeita definição!
Só consigo dizer que a cor de seus olhos é "a cor dos olhos da minha Amada". Mas essa cor única não define tudo. Preciso dizer também - e repetir - que são absurdamente lindos o formato, o brilho e a luminosidade dos olhos dela.

Já ouvi dizer que os olhos são o espelho da alma. Outros dizem que os olhos são a janela. Não entendo dessas coisas, mas se há alguma verdade nisso, sejam espelhos ou janelas, uma coisa então eu sei: a alma de meu Amor é lindíssima. 

Gostaria de ter inspiração para escrever um poema que dissesse tudo o que sinto por ela, para comemorar nosso aniversário de casamento, acontecido há quarenta anos em um dia 25 de abril (que é hoje!). Tento e não consigo, as palavras travam, os pensamentos fogem. Fico desorientado, bobo, ansioso, desapontado. Mas sempre, permanentemente embevecido ao olhar para os olhos dela.





sexta-feira, 24 de abril de 2015

AH, DINDI...

"Ah, Dindi, se soubesses o bem que eu te quero..."
(Tom Jobim - Aloysio de Oliveira)

Este é outro post pessoal e intransferível (pensando bem, qual das coisas desse blog, mesmo que não escritas por mim não é pessoal? Afinal, mesmo a produção de terceiros que reproduzi aqui, foi "adotada" por mim!). Mas este é um post especial, muito especial.

Em um dia 25 de abril, há quarenta anos, eu e minha Amada nos casamos. Apesar de passado tanto tempo, parece mesmo que foi ontem. Um dos motivos para isso talvez seja meu amor por ela ter permanecido inalterado até hoje. 

A primeira vez que eu vi minha mulher, tive a impressão que ela havia olhado para mim com algum interesse. Na verdade, creio que ela me achou parecido com um sujeito que ela conhecia de vista e que também tinha uma pinta (nevo) no rosto. Não sei bem se foi isso. O fato é que me olhou apenas com curiosidade, talvez impressionada com a magreza e com a pinta. Apesar disso, começamos a namorar, um namoro curto que acabou depois que minha sogra nos viu de mãos dadas (!!!)

Dizem que "raramente se tem uma segunda chance de causar a primeira boa impressão". Talvez isso valha para candidatos a emprego, não sei. Eu, pelo menos, tive uma segunda chance. O resto é conhecido: reatamos o namoro (um ano depois), ficamos noivos e nos casamos, sempre em um dia 25 de abril (que é amanhã, por sinal!!), tivemos quatro filhos lindos, incríveis e inteligentíssimos (sou um fã que por acaso é pai também).O que sei é que desde que a conheci ela ficou impressa na minha mente e no meu coração, de forma indelével, sem chance de mudar isso algum dia. 

Às vezes tenho a  impressão que até hoje ela não imagina nem de perto o tanto que eu a amo e admiro. Porque ela imprime uma emoção tão forte em tudo o que faz, tudo fica tão incrível, que eu só fico babando, admirando, apaixonado.

Lembro-me de uma tele-mensagem (na época, ainda se usava isso) que mandei a ela quando comemoramos 25 anos de casamento. Entre outras coisas, eu disse mais ou menos o seguinte: "esses 25 anos foram tão maravilhosos que eu mal posso esperar pelos próximos vinte e cinco". Já se passaram quinze anos desde então e eu continuo com a esperança de conseguir lhe dar pelo menos a metade da felicidade que ela sempre me proporcionou nesse tempo todo. E que me manteve apaixonado por ela, como sempre, para sempre.

Então, como parte das comemorações de nossas "bodas de esmeralda" e em homenagem a essa Menina que povoou minha mente com os melhores pensamentos e sonhos que já tive, essa Menina a quem eu amo tanto, divulgo um desenho que fiz da minha Amada poucos dias depois de nos casarmos, tirando uma cochilinho depois do almoço. Na sequência, o mesmo desenho editado (sem rasuras e manchas), colorido a mão em 2014. 

Desenho de minha Amada dormindo, feito em 1975, poucos dias depois de nosso casamento. 



Versão editada e colorizada em 2014.



E amanhã tem outro post comemorativo! 



sexta-feira, 17 de abril de 2015

TROCANDO EM MIÚDOS

Sou a pior pessoa para comprar presentes, pois erro todos, independente de quem é a pessoa a ser presenteada. Não sei escolher nada e o máximo que consigo é saber que uma calça não é um vestido e que uma sandália, afinal, nunca foi uma botina. Sou péssimo mesmo, minha mente paralisa diante de uma arara de roupas. Por isso, já desisti de conseguir comprar alguma coisa que surpreenda e agrade o meu Amor. Entre namoro, noivado e casamento, temos quase 46 anos de relacionamento sem interrupção. Por isso, as possibilidades de acerto seriam imensas, não? Façamos as contas:

Aniversário de namoro, noivado e casamento: 45 presentes;
Aniversário de nascimento: 45 presentes;
Dia dos namorados: 45 presentes;
Dia das mães (temos quatro filhos): uns 100 presentes, por baixo;
Natal: uns 150 presentes, no barato.

A soma desses números resulta em uns quatrocentos presentes comprados. Como houve momentos de grande dureza, algumas dessas datas passaram de liso. Em compensação, houve ocasiões em que foram comprados dois ou mais presentes “por cabeça”. Por isso, fiquemos com esse número: quatrocentos presentes. Isso resultaria em quatrocentas oportunidades de dar um presente legal para minha Amada. Só que a dura realidade é bem diferente.

Ao longo desse tempo todo, consegui comprar apenas uns cinco presentes que fizeram sucesso. Acreditem, esse número de acertos é real! Pior ainda é o fato de pelo menos uns três desses terem sido comprados com o auxílio de amigas ou irmãs de minha mulher. Resumindo, eu sou horroroso para escolher presentes (e isso vale para qualquer presenteado!). Então, foi também esse o número de vezes que tive de trocar ou tentar trocar os presentes errados que comprei para meu Amor.

Foram tantas as vezes em que me vi obrigado a tentar trocar ou devolver roupas, calçados, discos, livros e todo tipo de objetos de uso doméstico que fiquei especialista em trocas. Tão especializado que passei a ser requisitado por sogra, cunhados e filhos para trocar as tralhas ganhas de outras pessoas. Cor, tamanho, modelo, defeitos, tudo isso eu traço sem problemas. Até acredito que isso é meio genético, porque minha mãe também era foda para trocar as coisas. 

É lógico que a maioria das trocas é feita sem nenhum problema, bastando apenas que se apresente a nota fiscal. Mesmo assim, eu amarro o maior papo com a pessoa, sorrindo e brincando o tempo todo ou, dependendo do clima, lamentando a má sina de não saber comprar presentes, de estar dando trabalho para o funcionário e por aí. Sei lá, vai que o prazo para realizar a troca pode já ter vencido (isso já aconteceu uma ou duas vezes e, ainda assim, eu consegui fazer a troca).

Mas o diferencial, o meu “plus” é que eu sou completamente sem noção quando preciso fazer alguma troca mais complicada. É como se houvesse uma transmutação, como se baixasse em mim um “Mr. Hyde”. Já mencionei que sou introvertido, tímido e um pouco antissocial, fruto em parte de uma criação repressora. Além disso, creio ter também puxado um pouco a esquisitice da família de meu pai. Por tudo isso, eu sou quase um shrek, um ogro recluso e mal-humorado (mesmo que não aparente).

Só isso me faria a pessoa menos indicada para encarar um SAC de grandes lojas ou um(a) gerente de butique na hora de trocar alguma coisa. Mas é nessas horas que o “Dr. Jekyll” desaparece e surge um sujeito desinibido, que fala pelos cotovelos, bastante cínico, capaz de dizer os maiores absurdos com a expressão mais cândida possível. E, principalmente, se auto-desqualificando o tempo todo (a lógica disso é simples: quem se interessa em ajudar um "rei da cocada"?). E quanto mais difícil ou impossível a tarefa, mais eu enlouqueço, ao ponto de pedir que minha Amada nem se aproxime, para que eu possa dizer o que vier à minha cabeça, por mais surreal que seja.

É impressionante ver como as pessoas acreditam em barbaridades de todo tipo, quando ditas de forma natural e com uma expressão de rosto coerente. Uma vez, a maluquice que inventei foi dizer que tinha me separado no dia anterior, depois de uma briga homérica. E que estava, naquele momento, morando em um hotel fuleiro, pois o dinheiro estava curto. Colou. 

Alguém poderá se escandalizar com esse cinismo, mas eu nunca sei com antecedência o que vou dizer, é como se eu entrasse em transe. Mas creio que o que acontece no momento de uma troca complicada é o despertar de um instinto predador, que deixa todos os meus sentidos mobilizados para o sucesso total do que me propus a fazer.

Como aconteceu na vez em que comprei alguma coisa em uma butique do shopping mais sofisticado de BH. Claro, errei a cor ou o tamanho ou o modelo, não me lembro mais. Aí chegou a hora de trocar. Minha Amada fez uma inspeção prévia das opções existentes, mas não gostou de nada, pois a loja era pequena e com pouca variedade e já me deu um esporro. Devidamente espinafrado e para resolver a situação, decidi tentar devolver a peça e reaver a grana paga. Isso sempre é uma total impossibilidade em noventa e nove por cento das vezes, uma coisa dificílima de acontecer, mas lá fui eu.

Entrei na loja, cumprimentei a vendedora que se aproximou e pedi para falar com o(a) gerente ou o(a) proprietário(a). Uma jovem aproximou-se, identificou-se como gerente e perguntou em que poderia ajudar. Aí, "o santo baixou":

- Eu... eu nem sei o que dizer... Aliás, eu... tenho certeza que é impossível você conseguir me ajudar... (as pausas e a fala titubeante são assim mesmo).
- O senhor quer fazer uma troca e perdeu a nota fiscal?
- Não, é um pouco mais complicado... Sabe o que é? Eu comprei essas sandálias para dar de presente para minha mãe, que faz aniversário na próxima quarta-feira... (pausa de três segundos) Quer dizer, faria, porque, infelizmente, sua missa de sétimo dia foi ontem.
- Nossa!!!
- Pois é, como eu sou divorciado e esta loja só tem artigos femininos, não tenho o que fazer com isso agora e gostaria de devolver. Mas acredito que isso é impossível, não é? (uma provocação clara à independência gerencial e à capacidade de resolver problemas complexos da coitada da responsável). 

Durante uns dois minutos, vendedora e gerente conversam em voz baixa. E lá vem ela:
- Olha, senhor, eu lamento muito tudo isso. Nós vamos abrir uma exceção e devolver o seu dinheiro.
- Puxa! Você merecia ser sócia desta loja! Eu nem sei como agradecer tanta gentileza e solidariedade...
-Imagina!
- Ainda mais neste mês, em que meu saldo bancário já está negativo!

Peguei o dinheiro e saí com a cara mais séria do mundo, mais ou menos como aquela que um político faz ao negar enfaticamente seu envolvimento com o "Petrolão". 

E minha mulher comprou o que quis em outra loja do mesmo shopping. O agravante é que, nessa época, minha mãe ainda estava viva! 


Como disse antes, no dia a dia, mesmo que as pessoas nem sempre percebam, sou um sujeito mal-humorado, meio sarcástico e sem paciência. Mas, no momento em que preciso devolver ou trocar alguma coisa, sou quase uma dama, de tão gentil e simpático. 

Ogro sim, mas muuuito cordial!

domingo, 12 de abril de 2015

UMA GRANDE FAMÍLIA!

Estava dando uma olhada em minhas pastas de arquivo para ver se encontrava alguma gororoba esquecida, quando vi uma imagem com o título "Botelho Pinto". Aí me lembrei da história toda: Nas últimas eleições, um candidato a deputado estadual registrou no TSE seu apelido de juventude. Nada mais normal. O que o distinguia era só o nome - Botelho Pinto.

Quando eu vi/ li no site do IG essa notícia em julho de 2014, não tive outra opção a não ser copiar como imagem e mandar por e-mail aos meus filhos. Afinal, era mais um membro (isso ficou meio esquisito) da família Botelho Pinto a ser identificado! 

Na época, até pensei em algumas frases que poderiam ser utilizadas pelo candidato. Por exemplo: "A Saúde está abandonada? Botelho Pinto para resolver!" Se eleito, poderia fazer propaganda de sua atuação parlamentar: "A canalização do córrego fulano estava paralisada há tempos. Bastou a atuação firme de Botelho Pinto e o canal foi alargado".

Depois disso, descobri "consternado" que esse Botelho Pinto não era totalmente legítimo, pois o candidato não tinha Pinto no nome, era só um apelido. O Pinto era postiço, quase uma prótese.

Por ter escancarado "para o mundo" a sonoridade de bordel do meu sobrenome (esse sim, um legítimo e registrado em cartório Botelho Pinto), resolvi colocar agora essa notícia no blog, mesmo já passado muito tempo desde sua veiculação (projeto memória, amigo!), porque a história continua divertida. 

Deixo também minha solidariedade (prefiro evitar o termo "simpatia", pois há gente muito maliciosa neste mundo) a esse homônimo fluminense e aproveito para fazer uma convocação aos membros dessa grande família:

Botelhos Pintos do mundo, aproximai-vos! (não é recomendável que se unam, pois aí a coisa pode virar suruba gay). 

Nada tendes a perder a não ser a vergonha na cara e o senso de ridículo! 

(Olhaí a notícia)







sexta-feira, 10 de abril de 2015

EXPRESSÃO DIGITAL

Todo mundo sabe o que é impressão digital, pois todo mundo, para identificar-se  ou, melhor, para ser identificado  já lambuzou os dedos com tinta preta e oleosa. Alguns, não satisfeitos em usar só os dedos, lambuzaram também as mãos, os bolsos e as reputações com o óleo preto conhecido como petróleo. Mas isso é conversa para outra hora.


O assunto de hoje é identificação. Mas não se trata de impressão digital. Como meus textos e desenhos são como que radiografias de minha mente  por exprimir um pouco do que sinto e penso, acabo deixando traços de minhas digitais aqui e ali, para os navegantes da web. Então, os posts do Blogson acabam sendo expressões digitais (jogo de palavras safado!).


E como o Blogson encontra-se em uma nova fase, resolvi (tentar) desencanar um pouco. Cada um dos blogueiros com quem tenho mais contato revela uma predileção por algum assunto ou enfoque. Por exemplo, o "Casal Geek" tem apresentado ultimamente um perfil de analista ou comentarista de games. A praia do "Mixidão" são receitas desenhadas (super bem ilustradas), dicas e notícias sobre gastronomia. O "MaLuComg" é um blog enciclopédico, de variedades e dicas sempre muito interessantes. Já o "Marreta do Azarão" gosta mesmo é de poetar, mostrar fotos de mulheres nuas e, de vez em quando, ainda ateia fogo na religiosidade e nas religiões. Está claro que esses são apenas os focos principais desses blogs, não eliminando outros assuntos, outros temas, que sempre surgem.

Pois bem, o Blogson tem caminhado aos poucos para o que, creio, é sua vocação principal: contar casos e fazer piadas idiotas. Por isso, para deixar essa "trilha" mais limpa, preciso revelar meu nome verdadeiro, ainda que isso seja um pouco doloroso (tem gente que perde o amigo, mas não perde a piada. Comigo é mais ou menos assim: eu perco a privacidade, mas não perco o post).

Meu amigo Mauro Lúcio Condé, o dono do "MaLuComg", tem uma das histórias de vida mais fascinantes que tive a oportunidade de conhecer. Além de amizade, tenho por ele a mais profunda admiração. Pois bem, logo que criei o blog, ele escreveu este texto:


Blogson Crusoe - Um blog que acaba de nascer e promete nos brindar com bons textos - ele é de um cara que admiro muito, o Zé Botelho - ele prima tanto pelo conteúdo quanto pela perspicácia na tradução do cotidiano em palavras.

Fiquei gelado quando li isso (coisa que nunca comentei com ele), pois, sem saber de minhas idiossincrasias, meu amigo tinha escancarado meu nome (parte dele) na web. Mas toquei o barco.

Recentemente, talvez por descobrir essa referência, meu amigo virtual e dono do blog Marreta do Azarão citou meu nome novamente em um comentário, o que me deixou transtornado e me fez pirar de novo.


Mas, como disse, o post de hoje exige que eu me identifique, que me desnude um pouco mais (a cueca, já aviso, não vou tirar!). Então, deixando de enrolação, vamos lá:

Meu nome verdadeiro é mesmo José Botelho. E Como Botelho é sobrenome, continuo sendo apenas um Zé, o Zé do Blogson. Mas não termina aqui. Botelho é o sobrenome de minha mãe. Já adivinhou o de meu pai? Não? Segure-se, pois é Pinto... (o complemento não vem ao caso)

E então? Meu nome verdadeiro é José Botelho. José Botelho Pinto. José Botelho Pinto... Difícil, concorda? "No tempo da delicadeza", como diz o Chico Buarque, meus pais não se tocaram com o trocadilho obsceno que estavam criando ao juntar seus sobrenomes para me batizar (e a meus irmãos). 

Até os dezessete, dezoito anos, isso não causou nenhum problema, pois ninguém nunca fez referência a essa sonoridade de puteiro. Mas, não há Bem que sempre dure. No início do terceiro ano do segundo período (ou colegial ou científico, sei lá), um colega novato me perguntou:

- Como é que o pessoal te chama? E eu, tranquilamente respondi:
- Botelho. 
Com um sorriso sacana no rosto, perguntou; 
- Botei-lhe o que? Entre espantado e divertido, respondi na lata:
- Botelho Pinto!
O sujeito ficou meio que rindo, mas quase deitou no chão de tanto rir quando eu saquei a identidade e mostrei a ele.

Depois disso, todos os dias ele inventava uma variação: Coloquelho Pau, Introduzilho Membro, Puslha Vara, Soqueilha Estrovenga, Encarqueilho Cacete e por aí afora, até se cansar da brincadeira. A partir daí passou a me chamar de "Censurado". Depois, já na faculdade, outro colega me chamava respeitosamente de Boteivos (ah ah ah, o que?)

Em uma empresa onde trabalhei, tive um chefe que era bronco de tudo. Além de ficar sempre enrolando nos dedos a meleca que toda hora tirava do nariz, tinha o costume de chamar os subordinados à sua sala na "viva voz", aos berros. A mim, ele chamava assim:
- Ô Pênis, dá um pulinho aqui!
Finesse total!

Assim, a vida nunca mais foi a mesma, pois sempre tinha um filho da puta para me gozar. E até desconhecidos tiram sarro. Um dia, depois de abastecer o carro, preenchi o cheque (isso foi há muito tempo) e o entreguei para o funcionário do posto. Ao conferir o valor, gritou para um colega:
- Fulano, olha o nome desse cara: José Botelho Pinto! A resposta foi imediata:
- Tô fora!

Espero que agora os 2,8 leitores entendam porque eu sempre relutei em me identificar, ao ponto de até criar um personagem (Jotabê) e de fazer piadas e coisas do gênero (Just in Beer, por exemplo), só para disfarçar. No dia a dia, eu sempre tento levar essa carga numa boa, até participando das gozações.

No último Carnaval, um gay vestido de grávida brincou comigo, passando a mão na barriga de travesseiro:

- Você é o pai desta criança! 
Truquei na hora - Não, não sou o pai, mas você vai amar meu nome verdadeiro – Botelho Pinto!
- Nooossa! Adoreei!!!

Mas, agora chega, estou de saco cheio, cansei desse sobrenome; estou pensando até em mudá-lo. Talvez tire o Pinto, motivo de tanta chacota (acalme-se, madame, só vou deixar de fora o sobrenome!). Acredito que "Paula" ou "de Paula" seria um bom complemento. Já pensou?

José Botelho Paula..., ou melhor, Botelho Pau lá.






sexta-feira, 3 de abril de 2015

PRIVATIZAÇÃO MATA?

Eu não tenho saco para aturar radicais. Sinceramente, sempre tento não prestar muita atenção nesse tipo de gente, para poupar um pouco meu fígado. Mas, de vez em quando, vejo coisas tão aberrantes que acabo me aborrecendo.

Hoje, dirigindo distraidamente, dou de cara com um outdoor que exibia uma mensagem “sinistra”: sobre um fundo preto, via-se o desenho de uma caveira branca e uma frase ameaçadora impressa em vermelho: “PRIVATIZAÇÃO MATA”. Como estava ao volante, não pude (nem deveria) prestar atenção no autor dessa pérola.

Dias atrás, vi no site do IG uma “manchete” sobre o desejo ou propósito de um MST ou MPQP da vida, de promover uma campanha “contra a Direita”.

Não sou analista político nem tenho disposição para tanto. Mas essas duas notícias me fazem ficar perplexo. É tão difícil escrever alguma coisa de forma clara e inteligível! Digo isso porque é o que sinto toda vez que tento escrever um novo post. As palavras me atropelam, embaraçam-se na minha mente como se fossem ramos de uma planta trepadeira que se enrosca em fios e galhos.

Por isso, quando vejo frases atiradas ao léu, que nada trazem além de agressividade e ameaças, fico muito preocupado. Aliás, hoje me ocorreu que vivemos momentos parecidos com aqueles que percebi no final da década de 1960, quando tinha dezessete, dezoito anos. Naquela época, como hoje, havia uma tensão permanente no ar, como se todos os dias estivessem nublados ou chuvosos.

Porque digo isso? Porque hoje, a Esquerda está no poder. À custa de manipulações, engodos e falsas promessas, mas está. E, no entanto, existem radicais que parecem não aceitar que o que eles consideram “Direita” (quase todo o povo brasileiro) tenha o direito de se manifestar livremente.  Se alguém quiser fazer uma brincadeira com o que acabei de dizer, inverta as palavras “Direita” e “Esquerda”, que será imediatamente transportado para 1968 e arredores. Será que algum dia conseguiremos ser civilizados e tolerantes com aqueles que não pensam como nós?

Quanto à frase “A privatização mata”, o que posso dizer é que concordo integralmente com ela. Só que alguém se esqueceu de colocar o texto todo. Por isso, vou dar uma ajudazinha. A privatização mata os cabides de emprego, o atendimento desleixado e desinteressado, a ineficiência, a irresponsabilidade e a corrupção.


Peço desculpas aos 2,4 leitores deste blog por esse texto bobo, escrito só para desabafar um pouco.

SACANDO A ROLHA


- E aí, brother? Beleza?
 
- Tranquilo.
 
- Que você está fazendo aí?
 
- Ah, estou lendo uns anúncios, para ver se encaro algum.
 
- Lê alto então, pra ver se me interessa também.
 
- Corpo médio/alto, macio e fim de boca agradável, encanta pela sua harmonia, frescor e toques de damasco e pêssego ao nariz."
 
- ???
 
- Esse também deve ser legal: "Mostra-se denso, porém fresco. Um campeão de venda. Intenso de cor e aromas, acidez refrescante e leve toque picante ao paladar.”
 
- Você está me deixando constrangido!
 
- Esse aqui deve ser bem gostoso, Olha só: “Bom volume de boca e boa acidez, mostra corpo médio, mas com bom frescor."
 
- Para com isso, porra!
 
- Não gostou dessas ofertas? Esse aqui eu tenho certeza que você aprovará: “Vermelho intenso, aromas de frutas maduras e toque de especiarias. Na boca, é macio, fresco e fim muito agradável. Excepcional relação preço/ prazer."
 
- Puta que pariu! Porque você nunca me disse que é chegado em garotos de programa?
 
- Quem te pôs essa?
 
- Ninguém me pôs nada, até porque, ao contrário de alguém nesta sala, eu sou espada!
 
- Já está bêbado cedo assim?
 
- Não sou eu que fico lendo anúncio de garotos de programa e falando que deve ser “bem gostoso”! Pior é o detalhe: “vermelho intenso... na boca, é macio...” Que nojo, cara!
 
- Você só pode ser retardado ou devem ter feito lobotomia em você no berçário. O que eu estou lendo é anúncio de vinho, idiota!

quinta-feira, 2 de abril de 2015

A VIDA ZÉXUAL DOS VETORES - RANKING

Este post é fruto de minha obsessão por números, controles e informação. Tenho a plena convicção que ninguém, além de mim, irá se interessar por isso. Como já foi dito no primeiro post, a série "A vida zéxual dos vetores" surgiu de um comentário/ sugestão feita pelo titular do blog "A Marreta do Azarão". Aliás, a série começou como " a vida sexual...", mas a minha mania de me tornar ainda mais ridículo que o normal fez com que eu mudasse para "zéxual".

Sinceramente, apesar da ruindade natural das piadas, diverti-me bastante imaginando e construindo as dezesseis idiotices a que dei o nome de "aulas"E tudo feito no Word e Paintbrush  (para mim, as melhores são aquelas que exploraram mais o non-sense e a criatividade gráfica, ou seja, as "aulas" 01, 02, 04 e 07)

Os temas foram surgindo tão rapidamente, que foi preciso fazer uma lista para não esquecer nenhuma ideia, por pior que fosse ela. As imagens utilizadas, lógico, foram buscadas na internet. A linguagem coloquial (sempre) adotada é o que imagino ser o que mais se parece com a que é utilizada por jovens. Sobre os "desenhos", os tipos de letra (fontes) escolhidos também fizeram parte da tentativa de criar cartoons engraçados.

E, como se pode observar o tempo todo, em todo lugar e em qualquer situação, não houve homogeneidade de resultados. Tal como acontece com as pessoas, as piadas e cartoons não são brilhantes ou engraçadas ou criativas ou inteligentes de forma igual (não sei porque, me lembrei do tipo de ensino que se pratica hoje nas escolas públicas). Por isso, é natural e justo que algumas "aulas", as melhorzinhas, tenham sido mais visualizadas e compartilhadas por mais pessoas, enquanto as de qualidade inferior tenham tido menos sucesso. Assim é o humor, assim é o ensino, assim é a vida; os melhores e os mais bem preparados, sobressaem-se naturalmente.

A propósito do blog "A Marreta do Azarão", sempre citado aqui, deixo registrado e escancarado meu espanto, meu respeito (e uma pontinha de inveja) por seu sucesso de público. O que alguns de seus posts tem de volume de comentários, os mais acessados do Blogson tem de visualizações. Pode-se afirmar tranquilamente que o "Marreta" é um legítimo blockbuster! Ou blogbuster, se preferirem. (esse tipo de trocadilho infame talvez explique o baixo público do Blogson).   

Mas, voltando ao tema inicial, a classificação dos 16 posts é a seguinte:




MARCADORES DE UMA ÉPOCA - 4