Pois é, Bê e Céci, Céci e Bê, chegou o dia de
uma das mudanças mais radicais de suas vidas. A partir de hoje, pelo resto dos
seus dias (assim espero!), ao acordar de manhã, você, Bê, olhará para a Céci a
seu lado e sentirá que agora é responsável por ela, por sua felicidade, por sua
alegria, por sua saúde – mesmo que nem tudo dependa só de você. Mas é assim que
deve ser.
Uma coisa eu sei: o casamento de vocês
começará mesmo na volta da lua de mel. Até lá, será como acontece em uma
Olimpíada: primeiro acontece a cerimônia de abertura dos jogos, o desfile das
delegações e a grande festa. Depois, os atletas realizam os últimos treinos e
preparativos e só aí as disputas começam.
Só que, no casamento, a existência de disputas e de um vencedor são as situações mais indesejadas, sinal de que alguém saiu perdendo. Quando isso acontece, surge
um gosto amargo na boca e o casamento pode azedar – ou desandar.
Quando nos casamos, o padre disse que “um
mais um é igual a um”. Sob determinado ponto de vista, ele estava totalmente
certo. Hoje, entretanto, eu prefiro pensar que “um mais um é mais que dois”. Porque,
se agora vocês formam um casal, ainda assim são indivíduos singulares. Então, que o casamento permita que vocês fiquem melhores que antes.
Eu gosto de pensar que as pessoas – e os
casais – são como que galáxias, pois, mesmo sendo totalmente diistintas umas
das outras, podem se aproximar, interagir e compartilhar os mesmos espaços. Ou,
se quiserem uma imagem matemática, um casamento ideal deve ser como a união de
dois conjuntos. O que não pode, o que não deve acontecer é a prevalência das
opiniões de apenas um dos dois. Mesmo que isso possa funcionar algumas vezes, em
termos práticos, um dos dois ficará cada vez mais triste. E isso nunca é bom.
O ideal é que sempre haja sorrisos e bom
humor entre vocês, que sempre possam rir juntos. Mas, se acontecer de um rir do
outro, que seja de forma cúmplice e carinhosa, jamais com escárnio, jamais de
forma depreciativa.
Bê, nunca tente mudar a Céci no que ela tem
de essencial; da mesma forma, Céci, não queira modificar o Bê naquilo que é sua
essência. Porque mudanças acontecerão mesmo que vocês não queiram, mesmo que
seja em uma direção imprevista. Aceitar e respeitar a singularidade de cada um
é a receita para viverem sempre juntos e felizes. E que fez vocês quererem se
casar.
E chega de conselhos!
Agora, Bê, preciso falar da imensa falta que
você fará no nosso dia a dia. Quando digo isso, tenho a certeza que esse também
é o sentimento que aperta o coração da mãe da Céci. Porque vocês, Bê e Ceci, Céci
e Bê, com seu comportamento carinhosamente calmo e silencioso sempre foram
fundamentais para nos dar suporte emocional nos momentos em que mais necessitávamos (precisarei ver mais “Os Simpsons”, pois não terei um resumo freqüente das
melhores cenas).
Mas nós nos acostumaremos. “Síndrome do ninho vazio”? Claro, com
certeza! Mas estamos e sempre estaremos torcendo por vocês e os abençoando todos
os dias de nossas vidas. E sempre nos alegrando quando aparecerem só para nos
ver.
Parabéns pelo casamento do filhão, Jotabê. Logo virão os netinhos.
ResponderExcluirE, aliás, belo texto, cara.
Obrigado, Marreta. O mais curioso desta história é que nosso filho e sua noiva marcaram seu casamento para o dia 25/04, sem sequer sonhar que, quarenta anos atrás, nesse mesmo dia, eu e minha (muito) Amada nos casamos. Baita coincidência, não?
ExcluirUma bela coincidência.
ExcluirEste comentário vai ficar parecido com o do Marreta, mas não tem problema. Parabéns pelo casamento do filho, caro Blogson, espero que dê tudo certo para ele e sua esposa. Seu texto foi muito bem escrito e muito verdadeiro.
ResponderExcluirObrigado, meu caro Lord. Já disse que não sou um pai no sentido mais usual da palavra. Sempre atrapalhei a educação dada aos nossos filhos por minha Amada. O que eu realmente sou é presidente do fã-clube dos meninos. Por isso, escrever com a emoção latejando nas veias do pescoço não é muito difícil. Duro mesmo é segurar as lágrimas. Valeu!
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