Em outras palavras, as palavras pátria e
patriotismo pouco ou nada significam para mim, nunca significaram. Aliás, nem para mim
nem para os moradores de rua, aquele pessoal que dorme ao relento tendo apenas
um papelão para servir de colchão.
Pois é, toda esta gororoba
serviu como introdução para uma entrevista concedida pelo filósofo Clóvis de
Barros ao Alt Tabet, do Canal UOL. Seus comentários iluminaram tanto minha
ignorância que eu não resisti ao desejo de publicar trechos do texto que encontrei na
internet. Olhaí.
“A
ideia de 'pátria acima de tudo', frequentemente exaltada em discursos
políticos, carrega um vazio conceitual e serve para manter privilégios e
desigualdades”, afirmou Clóvis de Barros no Alt Tabet, do Canal UOL.
"Estando
a pátria acima de tudo, nós começamos a nos perguntar o que será que essa
história de pátria quer dizer? Será que a pátria é o Estado? Será que a pátria
é a nação? E aí você começa a perceber que a ideia de pátria, ela tem uma
presença poética muito grande, mas ela tem um certo vazio conceitual. E aí é
preocupante, por quê? Porque você coloca nisso o que você quiser", explicou
o filósofo.
Para
ele, ao se evocar a noção de pátria, uma palavra de significado fluido, o que
se preserva, na prática, são desigualdades históricas.
“Dado
que a pátria Brasil existe, pelo menos desde a sua independência, você poderia
imaginar que o patriotismo faz uma defesa de valores, de crenças, de convicções
que existam há bastante tempo. Portanto, é uma espécie de homenagem ao que
sempre existiu, homenagem ao passado, homenagem às coisas como elas sempre
foram. Pois então, seria interessante observar o que é que sempre foi. E o que
a sociedade brasileira sempre foi? Desigual. Elitista. Cheia de privilégios.
Discriminatória”.
Segundo
Clóvis, preservar essa visão beneficia quem sempre esteve em posição de
vantagem.
"Para
os que têm e sempre tiveram, ou digamos, para o grupo que sempre contou com os
famosos 90% de toda riqueza, os 5% que sempre tiveram os 90% da riqueza, nada
mais adequado do que conservar as coisas como elas sempre foram", pontuou.
O
filósofo acrescenta ainda que a mentalidade individualista contribui para a
manutenção desse cenário.
"Não
há uma consciência de transformação em grupo. O que há é uma consciência de
obtenção de privilégios pessoal".
“Brasil
é 10ª economia, mas não tem 10ª educação; por quê?”
O
desenvolvimento econômico do Brasil não se reflete em avanços proporcionais na
educação, avalia o filósofo Clóvis de Barros Filho.
Embora o Brasil ocupe atualmente a 10ª posição econômica global, o país ainda enfrenta desigualdades profundas no acesso à educação de qualidade e à produção de conhecimento.
“A
décima economia do mundo não tem a décima educação do mundo, não tem a décima
universidade do mundo, não tem a décima produção de conhecimento do mundo, não
tem a décima produção de ciência do mundo, aqui é só soja, certo? Grana tem,
então acaba ficando com uma aparência de estábulo de ouro”.
Embora o Brasil ocupe atualmente a 10ª posição econômica global, o país ainda enfrenta desigualdades profundas no acesso à educação de qualidade e à produção de conhecimento.
O texto de minha autoria foi escrito no início de setembro (provavelmente depois do dia sete) e motivado pela forma que os partidários do ex-presidente têm de se expressar.
Vai lá, nas próximas eleições, vote no molusco, igual eu fiz em 2022, na última hora, pois meu voto não seria nele, mas achei que evitaria um mal maior. Logo depois, quando o tráfico ficou mais à vontade para usar não apenas os "di menor" mas também todo "usuário", eu me dei conta da bobagem que fiz. E não, com Bolsonaro talvez não seria diferente. E não acho que deixando de votar no molusco as coisas serão diferentes. A única diferença é que quem vota nele aprova seu governo, reconhece nele a melhor opção. Mas, na prática, quem ganhar, não mudará os rumos de nada. Sabe um dizer da Dilma, uma vez, bem confuso, que terminava dizendo que todos perdem? Já estamos nisso.
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