Tenho 75 anos. Nunca imaginei atingir esta idade. Aliás, sempre fui péssimo em futurologia. O máximo que consegui foi imaginar na adolescência que no ano 2000 eu teria 50 anos. Hoje eu tenho 75 anos e não desejo isso para ninguém, podem acreditar. Porque, a menos que você tenha muita grana ou muito sucesso e seu talento seja reconhecido até pelos pigmeus Bandar, não há graça nenhuma em olhar para os objetos que guardou ao longo da vida como se fossem tesouros enterrados em uma praia deserta por piratas do Caribe.
Pensando na
inutilidade do que guardei, resolvi fazer um inventário do que tenho aqui em
casa (porque no banco, não tenho nada mesmo), para que os filhos decidam o que
fazer com esse spoiler (ou espólio) – se chamam uma caçamba de lixo, se queimam tudo
(comportamento tradicional da família de meu pai), se doam para reciclagem ou
criam um sebrechó (mistura de sebo
com brechó) provisório para arrecadar alguma grana que pague pelo menos as
pizzas que eu sugeriria que fossem pedidas para come-morar a minha passagem
desta para a melhor (queria acreditar nisso!). E aí comecei a fazer um
levantamento mental do tesouro:
Décadas de 1950/1960:
- Álbuns de figurinha do Bambi e da Dama e o Vagabundo, antiquérrimos, do tempo em que eu tinha parado de fazer gugu dada
- Almanaques infanto-juvenis Tiquinho e Tico-Tico da década de 1950 (1957, por aí)
- Revistinhas de HQ inteiras ou despedaçadas pelos meninos (já viu que são bem antigas, né?)
- Álbuns de figurinha do Bambi e da Dama e o Vagabundo, antiquérrimos, do tempo em que eu tinha parado de fazer gugu dada
- Almanaques infanto-juvenis Tiquinho e Tico-Tico da década de 1950 (1957, por aí)
- Revistinhas de HQ inteiras ou despedaçadas pelos meninos (já viu que são bem antigas, né?)
- Livros infantis diversos
Obs. Um dos livros mais bizarros meu irmão ganhou de presente quando tinha uns dez anos. É um texto em forma de versos, em que dez meninas vão desaparecendo até não sobrar mais nenhuma. Lembro-me destes versos: "das sete irmãs que sobraram, todas foram estudar francês. Deu tangolomango em uma delas e das sete ficaram seis". "Tangolomango"...Olha que coisa mais louca! Preciso escarafunchar onde está esse livreto aqui em casa para publicar o texto todo no blog. (O autor devia ser um serial killer, só pode!).
Obs. Um dos livros mais bizarros meu irmão ganhou de presente quando tinha uns dez anos. É um texto em forma de versos, em que dez meninas vão desaparecendo até não sobrar mais nenhuma. Lembro-me destes versos: "das sete irmãs que sobraram, todas foram estudar francês. Deu tangolomango em uma delas e das sete ficaram seis". "Tangolomango"...Olha que coisa mais louca! Preciso escarafunchar onde está esse livreto aqui em casa para publicar o texto todo no blog. (O autor devia ser um serial killer, só pode!).
Décadas de 1960/1970
- Álbuns do Henfil, do Jaguar, do Pasquim e do Ziraldo lançados pela editora do Pasquim
- Coleção completa O Bicho (falta o número zero, que não foi vendido em banca)
- Coleção completa O Grilo
- Algumas revistas do Fradim
- Alguns exemplares de Jornalivro (livros clássicos em forma de jornal)
- Livros diversos dados por meu pai
Décadas de 1970/1980:
- Livros diversos dados por meu amigo Pintão (que os tinha comprado em duplicata, sem saber)
- Alguns livros de humor (Veríssimo, Millôr Fernandes, Febeapá do Estanislau, As máximas e mínimas do Barão de Itararé, entre outros)
- Livro importado das letras e cifras dos Beatles (menos as do George Harrison) que ganhei de minha mulher
- Livros capa dura Pato Donald Especial, Mickey Especial e Tio Patinhas Especial
Obs. Os livros que comprei a preço de banana na Livraria Ouvidor e os da Agatha Cristie são da minha mulher.
Décadas de 1990 em diante:
- Algumas revistas Chiclete com Banana, do Angeli
- Livretos do Robert Crumb
- Livro completo das tiras do Wood e Stock (Angeli), presente de um dos filhos
- Livro do Gênesis desenhado pelo Robert Crumb, idem
- Livros que ganhei de presente dos meninos
- Três ou quatro livros da obra completa do Peanuts (de um total de 26 volumes)
- Álbuns do Henfil, do Jaguar, do Pasquim e do Ziraldo lançados pela editora do Pasquim
- Coleção completa O Bicho (falta o número zero, que não foi vendido em banca)
- Coleção completa O Grilo
- Algumas revistas do Fradim
- Alguns exemplares de Jornalivro (livros clássicos em forma de jornal)
- Livros diversos dados por meu pai
- Livros diversos dados por meu amigo Pintão (que os tinha comprado em duplicata, sem saber)
- Alguns livros de humor (Veríssimo, Millôr Fernandes, Febeapá do Estanislau, As máximas e mínimas do Barão de Itararé, entre outros)
- Livro importado das letras e cifras dos Beatles (menos as do George Harrison) que ganhei de minha mulher
- Livros capa dura Pato Donald Especial, Mickey Especial e Tio Patinhas Especial
Obs. Os livros que comprei a preço de banana na Livraria Ouvidor e os da Agatha Cristie são da minha mulher.
- Algumas revistas Chiclete com Banana, do Angeli
- Livretos do Robert Crumb
- Livro completo das tiras do Wood e Stock (Angeli), presente de um dos filhos
- Livro do Gênesis desenhado pelo Robert Crumb, idem
- Livros que ganhei de presente dos meninos
- Três ou quatro livros da obra completa do Peanuts (de um total de 26 volumes)
Além da parte
“cultural”, lembrei-me da parte musical:
- Uma calimba que
um filho trouxe de uma viagem feita a algum país da America do Sul
- Um violão Di Giorgio Autor 3, com o braço empenado, que custou três salários da minha mulher quando foi comprado.
- Palheta do B.B.King, dada pelo próprio à minha cunhada ao final de um show em BH
- Revista autografada pelo B.B.King, idem
- Discos de vinil de blues, Jimi Hendrix, Paulinho da Viola, etc
- CDs diversos
Depois disso,
lembrei-me também da parte afetivo-esportiva:
- Coleção de maços de cigarro do final da década de 1950
- Um violão Di Giorgio Autor 3, com o braço empenado, que custou três salários da minha mulher quando foi comprado.
- Palheta do B.B.King, dada pelo próprio à minha cunhada ao final de um show em BH
- Revista autografada pelo B.B.King, idem
- Discos de vinil de blues, Jimi Hendrix, Paulinho da Viola, etc
- CDs diversos
- Coleção de maços de cigarro do final da década de 1950
- Coleção de caixas de fósforo promocionais da mesma época
- Um fóssil que ganhei de meu pai (um pedaço de peixe, talvez?)
- Um snorkel
frontal, bom para treinar nado de borboleta
- um par de óculos de natação
- um par de pés de pato que ganhei de minha mulher
Finalmente,
lembrei-me do vestuário:
- Um barbeador elétrico sem fio
- Sapatos (tem um par que nunca foi usado)
- um par de óculos de natação
- um par de pés de pato que ganhei de minha mulher
- Um barbeador elétrico sem fio
- Sapatos (tem um par que nunca foi usado)
- Calças compridas,
bermudas e camisas sociais
- Blusas tipo camiseta (t-shirt), agasalhos, jaquetas e blusas de frio
- Um cachecol importado que meu irmão trouxe de uma viagem ao exterior
- Um terno que talvez não me sirva mais (obesidade)
- Blusas tipo camiseta (t-shirt), agasalhos, jaquetas e blusas de frio
- Um cachecol importado que meu irmão trouxe de uma viagem ao exterior
- Um terno que talvez não me sirva mais (obesidade)
- Shorts, Meias e Cuecas
Obs. As cuecas devem ser jogadas no lixo! Onde já se viu alguém usar uma peça íntima (underwear) que guarda a memória do antigo "inquilino"?
Mas a herança mais
significativa que deixarei para meus filhos é meu coração, dividido em quatro
fatias iguais.
Quanto valerá
isso?
É, você tem muita coisa. Prova de que viveu.
ResponderExcluirEu sempre tive o perfil de colecionador/acumulador. Quando lançaram o "Almanaque do Tio Patinhas" no final da década de 1960 eu comprei os cinco primeiros (um primo roubou e nunca devolveu o primeiro). Devem valer uma grana hoje. Tinha muitas revistas Pato Donald da década de 1970, Luluzinha, etc. Depois que os meninos nasceram minha mulher deu essas revistas para que eles distrair. O resultado foi serem destroçadas ou danificadas. Eu nem sei mais como estão. Aliás, tudo é guardado dentro de sacos pásticos transparentes, o que dá muita preguiça de tirar.
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