Cada vez mais eu preciso me conformar e
aceitar que as luzes culturais que me iluminaram e ainda iluminam estão se
apagando. Refiro-me aos artistas que o envelhecimento atropelou e até
incapacitou. Nem todos têm o mesmo nível de importância dos meus grandes e
eternos ídolos, mas é triste ficar sabendo dos problemas de saúde do Elton
John, Peter Frampton, Phil Collins ou Celine Dion. Sem falar nos já falecidos
que admirava tanto: B.B.King (ídolo), George Harrison, (ídolo máximo), o
baterista dos Stones Charlie Watts, a moçada do primeiro festival de Woodstock – Ritchie Havens,
Joe Cocker, David Crosby, Jerry Garcia. E nem preciso incursionar no século
passado. No Brasil temos a Gal Costa, o Tom Jobim, a Rita Lee, o João Gilberto,
o Aldir Blanc, Tavito, Cazuza, Renato Russo e outros que não deram as caras (memória!).
O Gil está parando, o Milton e o Beto Guedes estão uma lástima. Enfim, minhas
raízes musicais estão sendo arrancadas.
Eu sempre gostei de compartilhar com o pessoal que acessa este blog vagabundo as músicas que mais me tocaram em algum momento, sempre dando preferência às “pepitas” que pouca gente conhece. Mas hoje resolvi mudar um pouco. Em vez de falar de músicas falarei de um compositor que merece não ser esquecido. Autor de 400 e poucas músicas, era o rei da ironia e bom humor, que colocava nas marchinhas carnavalescas – no tempo em que os foliões literalmente marchavam nos salões, época em que escolas de samba não eram muito valorizadas, para dizer o mínimo. Esse autor foi Lamartine Babo, um sujeito feio pra burro, muito magro e dono de uma voz fininha, atributos que renderam este caso:
Em uma ida aos Correios para
enviar um telegrama, o telegrafista mandou uma mensagem em código Morse para
seu colega, batendo o lápis na mesa: "Magro, feio e de voz fina". Lamartine
pegou um lápis e rebateu: "Magro, feio, de voz fina e
ex-telegrafista".
Outro caso engraçado acontecido com ele: começou a receber cartas apaixonadas de uma fã da cidade mineira de Boa Esperança. Imagino que ficou tão entusiasmado que até compôs a música “Serra da Boa Esperança”. Um dia resolveu conhecer a fã ardorosa e viajou até Boa Esperança para se encontrar com a suposta enamorada e descobriu que ela não existia. Na verdade, a autora das cartas recebidas era um homem, de quem acabou ficando amigo. Esse episódio bizarro rendeu ao Lamartine o título de cidadão honorário da gloriosa cidade mineira.
Mas chega de curiosidades.
Quero terminar este post relacionando algumas músicas regravadas mais
recentemente por outros intérpretes, sinal de sua atemporalidade:
Eu sempre gostei de compartilhar com o pessoal que acessa este blog vagabundo as músicas que mais me tocaram em algum momento, sempre dando preferência às “pepitas” que pouca gente conhece. Mas hoje resolvi mudar um pouco. Em vez de falar de músicas falarei de um compositor que merece não ser esquecido. Autor de 400 e poucas músicas, era o rei da ironia e bom humor, que colocava nas marchinhas carnavalescas – no tempo em que os foliões literalmente marchavam nos salões, época em que escolas de samba não eram muito valorizadas, para dizer o mínimo. Esse autor foi Lamartine Babo, um sujeito feio pra burro, muito magro e dono de uma voz fininha, atributos que renderam este caso:
Outro caso engraçado acontecido com ele: começou a receber cartas apaixonadas de uma fã da cidade mineira de Boa Esperança. Imagino que ficou tão entusiasmado que até compôs a música “Serra da Boa Esperança”. Um dia resolveu conhecer a fã ardorosa e viajou até Boa Esperança para se encontrar com a suposta enamorada e descobriu que ela não existia. Na verdade, a autora das cartas recebidas era um homem, de quem acabou ficando amigo. Esse episódio bizarro rendeu ao Lamartine o título de cidadão honorário da gloriosa cidade mineira.
As Frenéticas: Babando Lamartine – um vinil de dez faixas inteiramente dedicado a Lamartine Babo
Caetano Veloso: Hino do Carnaval Brasileiro
César Camargo Mariano e Wagner Tiso:
Serra da Boa Esperança: (Versão Instrumental)
João Gilberto e Rita Lee: Juju e Balangandãs
Maria Bethânia: Serra da Boa Esperança
Os Mutantes: Canção Para Inglês Ver
Oswaldo Montenegro: Eu Sonhei Que Tu Estavas
Tão Linda
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