Recentemente o facebook apresentou um vídeo da atriz Fernanda Montenegro dizendo um texto muito bonito da escritora Simone de Beauvoir. Tenho um coração sensível à beleza das palavras e do pensamento alheio (deve ser inveja, por ser incapaz de dizer coisas assim).
Pois bem, corri atrás do texto declamado (seria esta a palavra?) e resolvi divulgá-lo aqui no blog, uma tentativa de tapar paredes rachadas com belas gravuras. Lêaí.
A impressão que eu tenho é a de não ter
envelhecido, embora eu esteja instalada na velhice. O tempo é irrealizável.
Provisoriamente, o tempo parou para mim. Provisoriamente. Mas eu não ignoro as
ameaças que o futuro encerra, como também não ignoro que é o meu passado que
define a minha abertura para o futuro.
O meu passado é a referência que me projeta e
que eu devo ultrapassar. Portanto, ao meu passado eu devo o meu saber e a minha
ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu
corpo. Que espaço o meu passado deixa para minha liberdade hoje? Não sou
escrava dele.
Li hoje um trecho sobre o passado em um livro que é assim:
ResponderExcluir"O passado segue seu dono como um cachorro fiel que se recusa a sair do seu lado. E às vezes, morde nossa bunda".
Não está à altura de Clarice mas achei pertinente.
Estive tentando achar uma frase que li há muito tempo, mas acabei desistindo. Era mais ou menos assim: "o passado é o passado, mas está sempre presente".
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