segunda-feira, 18 de novembro de 2024

MARCADORES DE UMA ÉPOCA


Os leitores mais antigos deste blog já sabem que uma das minhas manias – ou obsessões – é a preservação da memória. Não das grandes figuras que atingiram a fama, mas, daquelas pessoas que, mesmo sem notoriedade, merecem ser lembradas e ter suas histórias contadas. . E foi isso que tentei fazer nos textos indexados ao marcador Memória.
 
Mas minha inclinação para preservar não se limita a pessoas. Objetos aparentemente irrelevantes, uma espécie de "memorabília de baixo impacto", também têm seu lugar, e foi por isso que decidi compartilhar aqui, neste blog de variedades, imagens da minha coleção de maços de cigarros – encerrada no final da década de 1960 (ouça o rugido dos T-Rex!), a coleção de caixas de fósforos promocionais herdadas de um tio, os pins da eleição presidencial de 1960, a palheta que o B.B.King entregou à minha cunhada e ela deu pra mim (só a palheta, claro!), coisas assim.
 
Pode parecer idiota, mas guardar e divulgar essas "irrelevâncias" ajuda a compor um mosaico mais completo e colorido de uma época. Enquanto as peças principais do cenário são políticos, escritores, músicos, personalidades da mídia, as grandes obras e os eventos históricos e culturais que eles protagonizaram, essas miudezas dão textura e contexto ao pano de fundo, tornando a memória mais viva e palpável.
 
E minha mais nova incursão nessa área foi motivada pelos exames de sangue que minha mulher fez na sede de uma rede de laboratórios. Como já foi dito no post “Na parede da Memória” (https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2024/10/na-parede-da-memoria.html), minha ideia era voltar lá e fotografar os mais de 30 posters de divulgação do “Show Medicina” emoldurados e pendurados por toda a área de acesso público - hall de entrada, espaço do cafezinho e acesso aos sanitários. E foi isso que aconteceu ontem.
 
Pela pressa em tirar fotos de todos os cartazes, pela impossibilidade de fotografá-lo de frente em alguns casos e pelo incômodo causado  às pessoas que esperavam para ser atendidas (“Dá licença?”, “Desculpe-me, só estou tentando me aproximar mais para tirar foto deste cartaz atrás da senhora” ou “Perdão, senhor, não tive a intenção de roçar meu saco no seu nariz!” ), as imagens obtidas estão tipo tipo mais ou menos, algumas prejudicadas pelo reflexo da luz ou pela distância com que foram registradas. Esses defeitos e imperfeições não me impediram de ficar fascinado com a evocação de momentos, épocas ou pessoas que esses cartazes coloridos suscitaram em mim. Por isso resolvi publicar todos, tentando obedecer a ordem cronológica que consegui estabelecer. E isso acontecerá pelos próximos seis ou sete dias.










 

 

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