O diálogo a seguir não tem graça nenhuma, é apenas um protesto
tardio. Eu morava na casa de minha avó e estava presente quando alguém levou a
parte que lhe cabia da herança deixada por sua mãe, minha bisavó. Mais precisamente, um
casaco de lã, um jogo muito bonito de louça sanitária e... um cesto de palha tão usado que tinha até um furo no fundo. Ao lhe entregarem aquilo, minha avó teve um ataque de
nervos e até desmaiou.
Recentemente, eu descobri o motivo: os irmãos de minha avó transferiram aos poucos o patrimônio de minha bisavó (algumas fazendas!!), beneficiando apenas os homens. E a técnica usada era digna de mensaleiro: convenciam minha bisavó a vender uma fazenda, compravam uma menor e repartiam entre si a diferença. E assim foi, até não restar mais nada. Eles continuaram ricos e minha avó na pindaíba. Por isso, para "homenagear" esses escrotos, escolhi um e imaginei este diálogo (espero que eles deem pelo menos uma viradinha no caixão).
- Você foi visto na Floresta, perto da praça Negrão de Lima!
- Ah,
é. Eu estava indo na casa de meu tio.
- Tio
mesmo ou tiazinha?
- Tio
mesmo. Tio Osssscar...
- Como
é que é?
- Ossss car
(sibilando forçado)
- Ele
é gringo?
- Nada!
É só um cretino alto pra caramba e magrelão, puro osso. Aí, só pra deixar ele
puto eu o chamo de Oss car.
- Isso
é que é sobrinho!
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