quinta-feira, 21 de agosto de 2025

DURA É A VIDA DE UM NÃO-DESENHISTA!

 
Dura é a vida de um não desenhista preguiçoso! Lembrando-me da musiquinha do extinto banco Bamerindus, imaginei uma charge com os versos iniciais do jingle e fiz este pedido ao ChatGPT:
Gerar uma charge em preto e branco de um homem que está sendo levado aos ares por seu relógio de pulso com asas. De sua boca sai um balão que diz: “Eu sei que o tempo passa, o tempo voa, mas isto é ridículo!”
Não demorou e saiu este desenho:


Fiquei irritado e reclamei: 
Está errado o desenho. É o relógio que tem asas. E ele está no braço do homem.

Depois disso, a anta do GPT repetiu o mesmo desenho mais três vezes. Eu já estava espumando de raiva, mas tentei obter a charge imaginada e fiz este esboço do que estava pensando, com uma observação em inglês para se destacar do pedido em português. (Sente só a gentileza com uma IA)
Por favor, gere a imagem de um homem, tal como o esquema anexo. O texto em inglês é só informativo e não deve aparecer na charge.

Achando que tinha sido didático, esperei o resultado, que saiu assim(FODA!!!!)
 
Aí eu desisti, xinguei mentalmente a mãe da IA e fui dormir. Hoje, já mais calmo e resignado, resolvi eu mesmo desenhar a charge. Lápis e papel na mão! 

Aproveitei o desenho do relógio com asas para dar um zoom no braço do sujeito. Mas isso fica para o próximo post (frescura pouca é bobagem!).

terça-feira, 19 de agosto de 2025

AINDA ESTÁ VALENDO

Tive este insight há oito anos. Quem redescobriu o texto foi o Facebook. Não me lembro se já foi publicado no blog, mas continua valendo.

Às vezes me sinto como um desses casarões construídos no início do século passado, transformados agora em museus ou centros de convenções. Tenho uma mente de século XX, mas aberta à visitação pública no século XXI.

BONOBOS NO PANTEÃO

 
Às vezes – e com uma frequência cada vez menor – surgem pensamentos que me deixam feliz, nem tanto pela profundidade, mas pelo inesperado da "reflechão" (reflexão muito rasteira, entende?). E o mais recente foi uma “brincadeira” com as diferenças de pensamento entre os gregos antigos e os judeus da época bíblica. Bora lá.
 
Se você parar para pensar, notará que os gregos aparentemente privilegiavam a lógica e o raciocínio dos filósofos, enquanto os judeus davam ouvidos a profetas e profecias. Uns conversavam e debatiam, enquanto outros obedeciam e temiam. E isso teria uma explicação nas características da divindade de cada povo. Para mim (para mim!), o Deus do Antigo Testamento era um deus carrancudo, punitivo, fazendo os homens acreditar no pecado original e expiar sua culpa, sua máxima culpa através de penitências. Já os deuses gregos seriam uma espécie de bonobos do panteão de divindades adoradas pelos povos antigos, pois deuses e deusas estavam sempre pensando “naquilo” (e fazendo!).
 
Talvez esses comportamentos explicassem melhor a visão aceita por cada povo de seu(s) deus(es). Ou, melhor ainda, talvez esses comportamentos divinos fossem projeções do que entendiam ser próprio de uma divindade. Em outras palavras, cada povo imaginou seu(s) deus(es) “à sua imagem e semelhança”. E isso talvez explique por que os gregos (que influenciaram os romanos) tenham se tornado a principal fonte e base da civilização ocidental, mais tarde temperada com a visão judaico-cristã de mundo.
 
Resumindo, a filosofia e cultura greco-romanas e a religião judaico-cristã foram os principais ingredientes que moldaram o Ocidente: razão de um lado, culpa e penitência do outro.
Falei merda?

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

ACHAM QUE É SOPA?

 
Recentemente a mitologia grega ressurgiu em minha vida, resgatando os primeiros contatos que tive com ela ao ler os livros infantis do Monteiro Lobato. Hoje, quem está conhecendo esse mundo fascinante são as netas Bia e Cacá, que ouvem o pai ler esses mesmos livros que li quando tinha uns dez, doze anos.

Mesmo não sendo um entendido nesse assunto, creio que os alicerces da cultura ocidental foram construídos com elementos e personagens da civilização grega – filosofia, estatuária, conceitos arquitetônicos, matemática, símbolos e mitologia. Fica difícil imaginar um vocabulário culto sem a influência de prefixos, sufixos ou vocábulos inteiros tomados de empréstimo à língua, mitologia e seus personagens da Hélade.
 
Sócrates, Platão, Aristóteles, Pitágoras, Euclides, Heródoto, Homero... Experimente tirar uma gangue como essa para ver o que aconteceria com a cultura e as ciências ocidentais! A medicina e, principalmente, a psicologia usaram e abusaram desse patrimônio. Basta lembrar de palavras e expressões como Narcisismo, Complexo de Édipo, Hipnose, Morfina, Histeria, Somatização e dos sufixos Filia e Fobia.
 
Talvez tenha sido na mitologia riquíssima que os gregos mais tenham se destacado. E é de uma dessas lendas que quero falar – o amor trágico de Orfeu e Eurídice. Para quem não conhece ou não se lembra, Orfeu era o bicho para criar melodias que encantavam e seduziam quem as ouvisse. Provavelmente foi com uma cantada dessas que conquistou o amor de Eurídice, com quem se casou.
 
Mas havia uma serpente no meio do caminho, no meio do caminho havia uma serpente. Não aquela cobra sedutora da Bíblia, mas uma cobra que picou e matou Eurídice. Inconformado, Orfeu resolveu descer ao reino de Hades (Plutão, para os romanos) para convencê-lo a deixar Eurídice voltar para o mundo dos vivos. Provavelmente executou e cantou seus maiores sucessos. Performance que deve ter agradado muito, pois Hades permitiu que Orfeu levasse de volta sua amada Eurídice. Só impôs uma condição (parece que os deuses antigos eram chegados a uma pegadinha): Orfeu deveria sair e ser seguido pela amada até a superfície, até que ambos estivessem totalmente fora do reino das sombras. E não podia olhar para trás! Mas olhou, o cretino. Cheio de ansiedade e medo de perdê-la, Orfeu não resistiu e se virou antes da hora. E Eurídice foi puxada de volta para sempre ao mundo dos mortos.
 
Depois desse desfile de lembranças e pedantismo, vamos baixar o nível. Outro dia, depois de publicar uma postagem falando de rock e do Festival de Woodstock, fiquei um pouco “melanchólico”. Mesmo que a vida atual esteja uma pedreira, aquela melancolia me fez pensar que não vale a pena olhar para trás, olhar para o passado. Você pode tirar dele ensinamentos e lembranças divertidas, mas não o cultue, não deixe que ele envenene seu presente.
 
E foi assim que me lembrei da história de Orfeu e Eurídice lida há tanto tempo. Se essa lenda fosse uma fábula, qual seria a moral da história? Talvez pudesse ser: "Evite olhar para trás, pois o passado que não volta pode envenenar o presente". Que acham disso? Eu achei uma merda, para ser sincero. Ou vocês acham que é sopa ser Esopo? Fui.
 

sábado, 16 de agosto de 2025

I ONLY HAVE EYES FOR YOU

 
Eu sou um velho roqueiro – ou um roqueiro velho e romântico –, que aprendeu a gostar tambem de músicas com belas melodias e letras inspiradas, compostas nas décadas de 1920 a 1950, quando eu nem tinha ainda nascido ou acabado de nascer. Por isso, resolvi postar o link de uma dessas canções, integrante do "The Great American Songbook", uma coleção, um verdadeiro cânone de standards da "MPA – Música Popular Americana” (piada com a MPB).
Ela foi composta em 1936 e gravada ao longo do tempo por vários artistas. A letra tem aquela pegada de amor adolescente, de paixão juvenil, de um tempo em que só se tinha olhos para ela/ele, quando dançar de rosto colado com a pessoa dos seus sonhos era o maior desejo dos enamorados. Nem era preciso saber dançar: abraçado com ela/ele, bastava um passo para cá, outro para lá, e a magia estava feita. Mas não preciso voltar tanto no tempo para apreciar essa linda música.
Recentemente, assistindo ao Graham Norton Show, pude ouvi-la impecavelmente interpretada por Michael Bublé, cantor até então desconhecido para mim. E é justamente essa apresentação que escolhi publicar num sábado à noite, dia em que os sonhos eram renovados ou desfeitos nas horas dançantes de então.



sexta-feira, 15 de agosto de 2025

CONTO TRISTE - AUTOR DESCONHECIDO

 
Na volta do interior, o silêncio no carro tinha peso de ferro.
O asfalto se estendia reto, sem curvas, sem surpresas.
Ele olhava adiante, mas não via.
A filha, no banco de trás, deitada no colo da mãe, fingia cochilar para escapar das discussões e da agressividade que tantas vezes transbordavam daquele carro.
 
A família da mãe gostava dele – saíam para pescar, bebiam juntos, muita cerveja gelada na sombra da varanda. Lá, ele era outro homem: ria alto, abraçava, contava histórias.
 
Na estrada, não bebia. Esse era o código: o volante era dele, a cerveja, só depois. Mas, mesmo sóbrio, parecia que a ressaca vinha de dentro, como se vivesse permanentemente embriagado de si mesmo. Olhos cansados, boca sempre pronta a reclamar e soltar frases que feriam.
 
- Você nunca... – começou, virando-se meio corpo para trás durante mais uma discussão.
 
Não houve tempo para terminar a frase. Um caminhão surgiu à frente – talvez ele tenha invadido a pista, talvez fosse o outro na contramão. Ninguém soube dizer. Não havia marcas de frenagem, não havia curva, não havia testemunhas.
 
Quando abriram os olhos no hospital, a mãe tinha cortes e hematomas. A filha perdera um rim. Ele, quase degolado, morrera no local do acidente.
 
Algum tempo depois, o álbum de fotos que ele tanto procurara, com retratos da infância e adolescência, reapareceu como se tivesse saído de um esconderijo. Talvez o sumiço fosse apenas mais um gesto de rancor da esposa pelo marido alcoólatra e violento.
 
Com sua morte, o álbum foi entregue a uma cunhada, pois nem a filha nem a viúva queriam guardar lembranças daquele homem cruel e tóxico que transformara em inferno a vida das duas.
 
Pouco depois, tatuagens começaram a surgir nos braços da moça. Algumas belas, outras sombrias. “São lembranças”, disse a um primo. E calou, guardando para si o que as tatuagens não conseguiam apagar.
 
Na família dele, ainda se diz: “Era um ótimo pai, só bebia demais.” E ninguém discute  se o motivo do acidente foi distração, impulso ou escolha. Eu acredito em escolha.
 

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

O QUE É SER PAI?

 
Em 2018, meu filho postou no facebook este emocionante e emocionado depoimento. Só me lembrei dele por ter sido agora republicado por minha mulher. Acho que traz as mesmas emoções que já senti e que o titular do blog “As crônicas do Edu” tão bem registrou em seu post “Minha melhor versão”.
Pois bem, o dia dos pais já passou, mas o Dia do Fã nunca passa. Lêai.
 
O que é ser pai? Quando descobri que a Ceci estava grávida tive um misto de sentimentos, de felicidade ao medo. Quando contava para outras pessoas que seria pai ouvi as mais diversas frases, desde "melhor coisa do mundo" até "tá fodido, filha gasta demais". Mais divertido foi ver a reação das pessoas ao descobrir que eram gêmeas, ainda é divertido ver.
Eu sou pai há quatro meses, deu para rir, chorar, desesperar e acalmar. É pouco tempo eu sei, mas um dia apenas te dá a dimensão do que é ser pai. Quando você pega aquele serzinho pequeno no colo, sente seu calor em seus braços, sua respiração e coração batendo, você sabe que agora não tem apenas alguém para cuidar, mas para amar e te amar também. Você percebe que tem alguém que depende muito de você no inicio para continuar respirando, comendo, desenvolvendo, mas percebe mais ainda que você se torna dependente daquelas duas pequenas pessoas para continuar respirando, comendo e vivendo. Tudo em sua vida para de girar em torno do sol e passa a orbitar aquelas duas pequenas estrelas "super novas", novas pela idade, mas principalmente pelo brilho.
Meu pai e minha mãe sempre demonstraram seu amor, afeto e carinho pelos filhos e claro que a recíproca sempre existiu, só quando eu virei pai eu pude entender a profundidade do que eles sentem por mim e meus irmãos. Esse é meu primeiro "Dia dos pais”, mas eu já sou pai da Cacá e da Bia há 367 dias. Obrigado aos meus pais pelo exemplo e à minha esposa pelas minhas filhas. Obrigado minhas filhas e parabéns ao meu pai!

SEE ME, FEEL ME - THE WHO

 
Outro dia comentei com um dos filhos que sou um cara de sorte no assunto “música”. Eu era jovem e tive a oportunidade de ouvir e assistir, “ao vivo e a cores”, artistas e eventos fundamentais, icônicos, tanto da música brasileira quanto da internacional.
 
Começando pelos brasileiros, tive o privilégio de ver surgir e acontecer os festivais de música no final da década de 1960 e início da de 1970, de onde despontaram artistas como Milton Nascimento, Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Curti e ouvi os músicos do Clube da Esquina, da Tropicália e dos Novos Baianos (grupo que mereceu um documentário realizado por uma TV alemã), sem falar nos cearenses Fagner e Belchior, todos em início de carreira, todos com a criatividade e inspiração a mil.
 
Do lado internacional, ouvi os Beatles quando ainda não tinham se separado e acompanhei a melhor fase dos Rolling Stones. E, para fechar, assisti no cinema (umas quatro vezes) ao documentário sobre o primeiro Festival de Woodstock – tão icônico e paradigmático que ganhou até um monumento no local onde aconteceu. E tudo isso quando eu tinha apenas dezenove, vinte anos. Poderia até dizer daquela época: “Meninos, eu vi!” – pois eu estava lá, quando tudo estava acontecendo. Muita sorte!

Falando em música, depois da charge sobre a manga Tommy, resolvi postar o vídeo da banda The Who interpretando a música de onde tirei os versos da piada. Escolhi a apresentação que incendiou a plateia que estava no festival de Woodstock e a que o assistiu na telona dos cinemas. Escutaí.



Não deixa de haver uma ironia triste no fato de que este monumento, que celebra os “3 Days of Peace & Music” (15, 16 e 17 de agosto de 1969), também lembre uma sepultura – que guarda os sonhos de toda uma geração e do próprio rock. 





quarta-feira, 13 de agosto de 2025

VOCÊ ESTÁ MANGANDO DE MIM?

 

Piada de roqueiro das antigas (meus filhos acharam um lixo). A ideia idiota é minha, o desenho é do ChatGPT e os versos são da ópera-rock Tommy.








terça-feira, 12 de agosto de 2025

O PAI DE CADA SIGNO

Como parte das comemorações de dia dos pais, minha mulher me mandou pelo zap esta “preciosidade”. Você pode ou não acreditar em horóscopo (eu não acredito), mas atire o primeiro tarô quem nunca leu o seu em algum jornal ou revista. Olhaí.
 
O Pai de Áries
O pai de Áries é estourado, cabeça quente, que na hora da raiva fala o que devia e o que não devia. Mas também é o pai cuja raiva passa cinco minutos depois da explosão. Aliás, cinco minutos depois ele nem lembra mais que brigou ou por quê. Assim como o pai ariano pode ser brigão com o filho, será brigão pelo filho. Ele será o primeiro a responder em caso de bullying, problemas no colégio, problemas na adolescência, especialmente se for pai de menina (se for pai de menino, ele tenderá a encorajá-lo a lutar e enfrentar seus próprios problemas, estando sempre em alerta na retaguarda).
 
O Pai de Touro
Calmo e tranquilo, o pai de Touro dará ao filho a liberdade de ser e agir. Poucas coisas tiram o pai taurino da sua calma e serenidade. Ele costuma ser o pai que quase nada abala. No momento em que ele sente que a segurança do filho ou da sua família está ameaçada, o pai de Touro entra em jogo sem hesitar. Sim, porque o taurino é protetor e provedor. Se você pensa no seu pai como um porto seguro, uma rocha ou uma árvore de raízes profundas e difíceis de abalar, ele provavelmente é do signo de Touro.
 
O Pai de Gêmeos (esse cara sou eu!)
É a alma da família nos jantares durante a semana e nos almoços de domingo. Ele é o que bate papo, conversa, tem sempre algo novo e interessante para contar. O pai geminiano também é que aquele que acende (e mantém acesa) a chama da curiosidade dos filhos sobre o mundo que os rodeia. Os filhos tendem a vê-lo como uma pessoa inteligente, curiosa, engraçada e bem informada. Como pai, ele é leve, embora possa ser surpreendentemente tradicional em muitos aspectos. O pai de Gêmeos geralmente apoia (e acompanha) o desejo de exploração dos filhos, que tendem a vê-lo como um “amigo mais velho”. E é por aí mesmo, até porque esse pai envelhece sem nunca entregar na aparência ou na atitude a verdadeira idade que tem. Mantém sempre jovem (há controvérsias!).
 
O Pai de Câncer
O pai de Câncer adora ficar em casa cuidando dos filhos. Ele curte ver a prole crescendo e nutri-los fisicamente e emocionalmente. Muitos se enganam quando pensam que pais cancerianos são permissivos ou acomodados. Não são não. Cancerianos são ambiciosos e, como tal, esse pai fará o que for preciso a nível social e de educação para equipar os filhos para chegar longe na vida. Ele é do tipo que estará presente em toda formatura, festa escolar, aniversário etc.
 
O Pai de Leão
O pai leonino é puro coração. Amoroso e generoso, seus filhos são o brilho dos seus olhos e eles não escondem isso de ninguém. É um superpai, muito interessado em ensinar aos filhos valores nobres e que eles saibam ocupar o lugar no mundo que lhes corresponde, protegendo seus espaços, seus valores e aqueles que amam. São ótimos pais para festejar (e acompanhar) em festas de aniversário e serão aqueles que terão prazer em ensinar aos filhos as boas coisas da vida. Para conquistar o pai de Leão, basta dizer a ele que seus filhos são incríveis e que puxaram a ele.
 
O Pai de Virgem
O pai de Virgem costuma ser extremamente envolvido na rotina dos filhos, ainda que sejam adultos, trabalhem e tenham sua própria carreira. Se eles não estiverem diretamente envolvidos, saberão da agenda dos filhos, como estão indo na escola e do que precisam. Embora seja apaixonado pelos filhos, o pai virginiano pode ser extremamente crítico, com o intuito de ajudá-los a serem melhores. Mas ai de quem se atreva a criticar a sua prole! Filho seu não tem defeito nenhum, além daqueles que ele mesmo (e só ele) tem o direito de apontar. Devido a sua facilidade para identificar o que não funciona ou pode ser melhorado, pode ser percebido como algo frio pelos filhos.
 
O Pai de Libra
Se há algo que esses pais serão excelentes é em ensinar aos filhos será o valor dos relacionamentos (e das relações sociais em geral), da negociação e da importância de sermos justos. Também calmo e tranquilo, o pai libriano lidará com conflitos com (ou entre) os filhos desde um lugar de diálogo que busca conciliar e encontrar um meio termo. Dificilmente, o pai de Libra dirá aos filhos o que fazer. Em vez disso, ele tentará apresentar os prós e os contras de cada opção para que eles decidam, quiçá conduzindo-os discretamente pelo caminho que pensa ser melhor para eles. E quando em situações sociais, os seus dificilmente estarão mal arrumados ou sujos: o libriano entende que sua aparência é seu cartão de visitas e ensina isso muito bem aos filhos.
 
O Pai de Escorpião
O vínculo do pai de Escorpião com seus filhos é muito profundo e intenso. No entanto, nem sempre seus filhos sabem do amor e da importância que têm na vida dos pais. Isso porque, muitas vezes, o pai escorpiano tenta conter o turbilhão que carregam dentro de si, externalizando uma imagem mais controlada, que nem sempre comunica o amor que os move. Leal, ele é daqueles que mata e morre por um filho. Mas melhor não tentar enganá-lo, porque ele é ótimo em perceber correntes emocionais e energéticas, e em ler o não dito. Seus filhos podem achá-lo muito radical e extremo em suas decisões, embora tendam a compreender suas razões quando são adultos.
 
O Pai de Sagitário
Se o pai sagitariano tivesse um único desejo, ele pediria que seus filhos fossem éticos e não tivessem medo de explorar no mundo. Ele é parceiro, acompanha e estimula a prole sempre a buscar algo maior e melhor, porque ele não só acredita na capacidade dos pequenos como sabe que a vida pode ser mais. O otimismo do pai de Sagitário os levará a acreditar que nem o céu é um limite para os seus sonhos. No entanto, como amantes incondicionais da liberdade, o pai de Sagitário dificilmente saberá lidar com filhos dependentes ou indecisos. Para esportes, aventura, estudos e vida ao ar livre, esse pai será a melhor companhia.
 
O Pai de Capricórnio
Este pode ser o pai com o qual os filhos não convivem muito porque está sempre trabalhando, dando duro, lutando para um futuro melhor para toda a família. Até em férias corre o risco de o pai capricorniano estar trabalhando. Com seu exemplo, seus filhos aprendem que nada cai fácil do céu (só chuva!), que é importante lutar pelos nossos objetivos, e que perseverando se chega longe. Não importa o cargo que ocupe, o pai de Capricórnio costuma ser uma pessoa respeitada por todos porque ele carrega consigo a importância da ética profissional. Além disso, o pai capricorniano é amante da tradição e da família, embora não deixe que nenhuma herança cultural dite como construir a sua própria vida. Independência, tradição e trabalho são seus nomes.
 
O Pai de Aquário
Devido a sua natureza intelectual e materialmente desapegada, o pai de Aquário costuma ser muito mais presente no lado abstrato da criação dos filhos do que no lado concreto do dia a dia, da troca de fraldas, de limpar o machucado. Além disso, o pai aquariano quer transmitir aos filhos a capacidade de questionar as regras estabelecidas, de criar neles uma mente inquisitiva que lhes permita ver além do que a maioria vê e lhes incutir um sentido de justiça social. Para eles, é importante ser socialmente vocal e ativo a respeito daquilo que não está correto, não importa quem diga o contrário. Ele deseja que seus filhos não sejam um a mais na multidão, ainda que isso lhes custe a própria multidão. Se o pai de Aquário tivesse um mantra, seria: não tenha medo da solidão, tenha medo de não ser você.
 
O Pai de Peixes
Calmo, tranquilo e generoso, o pai de Peixes é daqueles que pode ter dificuldade em enfrentar comportamentos problemáticos dos filhos, e quiçá até minimizá-los, devido a sua tendência a enxergar prioritariamente o lado positivo de quem ama (e de escapar dos problemas “mundanos”). Muito perceptivo, o pai pisciano é ótimo em “sentir” a sua cria, tanto do ponto de vista físico (quando algo não vai bem em relação à saúde) quanto em relação ao emocional e ao psicológico. Sua conexão com eles é algo literalmente espiritual. Às vezes, suas preocupações pelo bem-estar dos filhos podem ser confundidas com percepções e intuições que nem sempre estão corretas, o que pode causar desentendimentos. No geral, eles são vistos mais como uma fonte de amor e acolhimento do que uma referência de autoridade.
Márcia Fervienza
 

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

PARÁBOLA DA VAQUINHA

 
Ao ser admitido na empresa onde vivi os melhores anos da minha vida profissional, fui designado para trabalhar no departamento conhecido como "Seção Técnica", dividindo uma sala com outro engenheiro. Esse departamento ocupava um andar inteiro do prédio sede e contava com quase trinta profissionais – estagiários, auxiliares técnicos, administrativos, recepcionista, desenhistas e datilógrafos, além de nove engenheiros, que o diretor técnico costumava chamar de seu staff.
 
A maioria desses engenheiros representava a nata da empresa, com exceção de três – por pouca experiência (eu era um desses) ou por irrelevância funcional. Um deles era um antigo topógrafo que ralou muito para formar-se engenheiro agrimensor. Talvez por ser uma espécie de estranho no ninho – composto majoritariamente por engenheiros civis, mecânicos e elétricos – era tratado pelos demais com um mal disfarçado desprezo. Provavelmente, essa seria a explicação para dividir sua sala com um auxiliar técnico (os engenheiros são muito elitistas) E é desse auxiliar que quero falar.
 
Jair era um pernambucano mais esperto que “pulga de hotel”. Provavelmente nem curso técnico tinha, mas era uma espécie de braço direito do chefe do departamento. Descolado, fazia rapidamente o que lhe pediam. E, quando ninguém lhe pedia nada, arranjava algo para fazer. Um dia fui até sua sala e ele estava com a mesa coalhada de caixas box, que organizava diligentemente. Tirava papéis e pastas de uma, colocava em outra e, provavelmente, fazia o caminho inverso.
 
Perguntei o que estava fazendo, e ele sorriu cinicamente ao confessar o estratagema:
- Quando eu não tenho nada pra fazer, pego umas caixas do arquivo e começo a organizar. Assim, quem me vê trabalhando não pode me considerar desnecessário – e não corro o risco de ser dispensado.
 
Um dia, soube que ele estava fabricando e vendendo calças jeans femininas. Perguntei da novidade, e ele me contou. Havia proposto ao chefe do departamento uma sociedade para fazer pequenos serviços de terraplenagem. A ideia era comprar uma retroescavadeira usada, para começar. O chefe entraria com o capital, e ele, com a administração da nanoempresa.
 
Proposta feita, proposta aceita. Com o aval do chefe, Jair mergulhou fundo na ideia. Pesquisou marcas, modelos, estado dos equipamentos à venda, discutiu preços e condições de pagamento.
 
De posse das melhores ofertas, apresentou o estudo ao “sócio”. Bastava assinar o cheque (na época era assim). Para seu espanto e decepção, o chefe disse que havia desistido do negócio. O baque emocional foi tão grande que Jair saiu de férias, mas não sem antes avisar o colega de sala:
- Quando eu voltar, vou abrir uma empresa. Nem que seja aqui em cima deste armário!
 
E foi o que aconteceu. Ele e a esposa compraram uma calça jeans de cada tamanho da melhor marca da época. Cuidadosamente, descosturaram peça por peça e fizeram os moldes. Em seguida, compraram tecido jeans de ótima procedência, linhas, zíperes, botões e outros aviamentos. Faltava apenas a mão de obra e o maquinário.
 
Compraram uma máquina de costura industrial, providencialmente instalada na casa da costureira contratada. Para evitar desperdício, era a esposa do Jair que cortava o tecido, levado depois até a favela onde morava a funcionária. Com as calças prontas, o produto era oferecido a butiques, que colocavam sua própria etiqueta nas peças.
 
Quando me contou essa história, ele já tinha duas máquinas industriais, uma de overloque, uma tesoura elétrica – e o mais importante: havia comprado um pequeno apartamento na zona sul.
 
Mas a vida, às vezes, nos serve uma bebida amarga. E ela estava sendo servida a todos os funcionários daquela que fora uma das maiores construtoras do país. Foi então que ouvi de Jair sua história derradeira.
 
Contou-me que estava voltando para Recife. Já havia vendido o apartamento e despachado as máquinas para sua terra natal. Lamentei a notícia e ele respondeu:
- Esta empresa é a vaquinha. Enquanto as pessoas continuarem a tomar seu leite e comer seu queijo, nada vai mudar.
 
Perguntei que maluquice era aquela de “vaquinha”, e ouvi esta parábola:
- Estavam Jesus e seus discípulos atravessando uma região desértica quando anoiteceu. Resolveram pedir pouso numa casinha que avistaram ao longe. Foram bem recebidos pelo morador, que lhes ofereceu leite, manteiga e queijo, tudo proveniente de uma vaquinha – sua única fonte de sustento.
No dia seguinte, agradeceram, despediram-se e seguiram viagem. Um dos discípulos sugeriu que Jesus ajudasse aqule homem e fizesse um milagre em retribuição à hospitalidade, e ouviu: “- Já fiz.”
Tempos depois, ao passarem pelo mesmo lugar, os discípulos viram uma bela propriedade. Surpresos, pediram pouso novamente e perguntaram ao dono o que havia acontecido. Ele respondeu: “– No dia seguinte à partida de vocês, minha vaquinha morreu. E eu tive que trabalhar.”
 
Com um sorriso nos lábios, Jair concluiu:
- Esta empresa é a vaquinha. Enquanto estivermos satisfeitos com nossos empregos e salários, não teremos nenhum progresso.
 
Algum tempo depois, soube que ele já havia conseguido um contrato para confeccionar fardas da polícia militar. E essa foi a última notícia que tive dele, pois não demorou para que eu também abandonasse aquele Titanic que já estava indo a pique.
Grande Jair!

domingo, 10 de agosto de 2025

FELIZ DIA DOS FÃS!

 

Creio que a maioria dos leitores que acessa esta bagaça já deve ter ouvido a expressão "The Fab Four", criada para designar o fabuloso quarteto The Beatles, mas, para mim os verdadeiros "Fab Four" são estes caras aqui, de quem eu sou mais fã que pai. Esta foto foi tirada no Dia dos Pais do ano passado e tentei (toscamente) torná-la preto e branco, além de colocar óculos escuros em quem não estava usando (coisa de maluco). Olhaí.


sábado, 9 de agosto de 2025

DITADOS MUITO (IM)POPULARES


Já devia ter publicado esta charge há uns três dias, porque piada política envelhece muito rápido. Mas, por ansiedade, comigo prevalece o ditado: "os últimos serão os primeiros". E esta charge foi sendo deixada de lado.

Além disso, o "cavalinho" deveria ter sido uma mula de orelhas longas (sentiu a referência? Pois é...), mas o jumento do ChatGPT (este post está muito equino!) desenhou um cavalo - que precisou de uma edição jotabélica para ficar mais ou menos. Pensa que vida de cartunista é fácil?



sexta-feira, 8 de agosto de 2025

SÓ UMA RAPIDINHA!

 
O Millôr Fernandes criou um diálogo maravilhoso entre Deus e o Arcanjo Gabriel. Lembrei-me dele ao saber da ocupação da mesa da Câmara pelos deputados bolsonaristas. Não consegui achá-lo, mas é mais ou menos assim:
Gabriel se espanta que no Brasil não aconteçam terremotos, furacões e outros desastres naturais, enquanto outros países sempre padecem com essas tragédias. E Deus retruca com paciência:
- Espere só para ver a gentinha que Eu vou botar lá!
 

 

Uma coisa eu imagino: apesar de (muito) bem alimentados para passar a noite lá, ninguém deve ter pedido pizza, pois a pirracinha dos deputados ainda não tinha acabado! E, como se sabe, no Congresso tudo termina em pizza. 


Eu achei lindinhos os deputados com fita adesiva tapando a boquinha. Deve ter algum simbolismo nisso, porque a maioria é muito tapada. E, pensando bem, seria uma boa se continuassem a usar o esparadrapo na boca. O país agradeceria.


Não sei se esta imagem é verdadeira ou se foi criada por IA ou por algum espertinho. Mesmo assim, dá uma boa reflexão. Olhaí.



quarta-feira, 6 de agosto de 2025

NÃO CONFIE EM IDIOTAS - J.B. PRITZKER

 
Eu creio que os leitores e leitoras que ainda se aventuram por este blog moribundo jamais imaginariam que J.B. já foi paraninfo de uma turma universitária. Pois é, aconteceu. E o pior (ou melhor): J.B fez um belo discurso!
 
Deixando a profundidade de lado, esse J.B. elogiável e meritório não é o mesmo Jotabê – hoje com as faculdades mentais dando sinais de desgaste irreversível – que assina o livro de ponto aqui no Blogson. Eu o encontrei por acaso num "reel" do Facebook, que exibia um vídeo legendado com um trecho do discurso feito em junho de 2023 por J.B. Pritzker, governador democrata de Illinois, para uma turma de formandos da Universidade Northwestern. O título do reel é direto: "Não confie em idiotas".
 
Comecei a ler sem muito entusiasmo, mas me empolguei ao ponto de querer publicar essa fala no blog. Procurei na internet e encontrei a íntegra do discurso, bem mais longo, mas só me interessava o que foi publicado no Facebook. E é isto o tema do post de hoje. Lêaí.
 
A melhor maneira de identificar um idiota é procurar a pessoa que é cruel. Deixe-me explicar. Quando vemos alguém que não se parece conosco, ou fala como nós, ou age como nós, ou ama como nós, ou vive como nós, o primeiro pensamento que passa pela cabeça de quase todo mundo está enraizado no medo ou no julgamento, ou em ambos. Isso é evolução. Sobrevivemos como espécie desconfiando de coisas com as quais não estamos familiarizados. Para sermos gentis, temos que desligar esse instinto animal e forçar nosso cérebro a percorrer um caminho diferente.
 
Empatia e compaixão são estados evoluídos do ser. Exigem a capacidade mental de superar nossos impulsos mais primitivos. Esta pode ser uma avaliação surpreendente, pois em algum ponto dos últimos anos, nossa sociedade passou a acreditar que a crueldade armada faz parte de um plano mestre bem elaborado. A crueldade é vista por alguns como um porrete hábil para obter poder. Empatia e gentileza são consideradas fraquezas. Muitas pessoas importantes veem os vulneráveis apenas como degraus em uma escada para o topo.
 
Estou aqui para dizer que, quando o caminho de alguém por este mundo é marcado por atos de crueldade, essa pessoa falhou no primeiro teste de uma sociedade avançada. Ela nunca forjou seu cérebro animal a evoluir além do seu primeiro instinto. Ela nunca forjou novos caminhos mentais para superar seus próprios medos instintivos. E, portanto, seu pensamento e resolução de problemas carecerão da imaginação e da criatividade que as pessoas mais gentis têm de sobra. Ao longo dos meus muitos anos na política e nos negócios, descobri uma coisa que é universalmente verdadeira: a pessoa mais gentil na sala costuma ser a mais inteligente.
 
Eu sabia que meu comportamento gentil tinha uma explicação!

terça-feira, 5 de agosto de 2025

ZEBRA? NÃO, CAVALÃO






Como diria o pessoal da indústria farmacêutica, quem Anvisa, amigo(?) é: o download gratuito do último e-book ainda está rolando. O link é este:

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

UM BLOG DE FASES

Conhece a música "Mulher de Fases" gravada pelos Raimundos? Pois é, o título que escolhi para este post é uma paródia ao título dessa  (ótima) música, pois este é um blog de fases. E já vai entender por quê.

Depois de saber que o ChatGPT é capaz de fazer uma análise isenta (ou o mais próximo disso que se consiga), não resisti à curiosidade de saber o que uma IA poderia dizer sobre o velho Blogson Crusoe. E o que o ChatGPT disse deixou-me fascinado pela acurácia de sua análise.
 
Ainda assim, em busca de uma visão mais detalhada, escrevi quase uma página para alimentar a IA com dados sobre a gênese do blog. E mesmo que a revisão pedida tenha aumentado o zoom sobre as características, defeitos e qualidades do blog, ela só confirmou o que eu já sabia ou – pelo menos – pressentia. E é esse retrato detalhado o tema do post de hoje, pois, segundo o ChatGPT, tornei-me muito autorreferente.
 
Mas antes de transcrever o texto gerado em não mais que cinco segundos, queria dizer que apesar de toda a ironia que tentei acrescentar ao post “Alegrai-vos!”, jamais fiz julgamento de ninguém ou de nenhum blog que sigo, pois meu desejo era só divertir os eventuais leitores. Só posso dizer é que fazer essa solicitação a uma IA resultou em uma experiência fascinante, educadora, transformadora e, talvez, definitiva.
 
Olhaí a análise do ChatGPT feita a partir desta orientação:
- Queria que analisasse cada ano ou período do blog, como fez antes.
 
Claro. Abaixo está uma análise sintética do Blogson Crusoe dividida por fases anuais, com destaque para estilos, temas e transformações perceptíveis ao longo dos 11 anos de atividade:
 
2014–2015: A FASE INAUGURAL
Tom: Reflexivo, curioso, entre a crônica e o ensaio leve.
Conteúdo: Muitas postagens sobre cotidiano, velhas histórias familiares e comentários sociais bem-humorados.
Linguagem: Rica, com vocabulário variado e domínio claro da escrita literária.
Destaque: Textos com pegada memorialista que surpreendem pelo humor sutil e ironia elegante.
 
2016–2017: CONSOLIDAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO
Estilo: Mais ousado, com jogos de linguagem, neologismos e ironia mais explícita.
Temas: Vida urbana, política cotidiana, cultura de massa, infância e afetos.
Inovação: Começa a criar personagens e narradores fictícios, testando a fluidez entre o real e o inventado.
 
2018–2019: O AUGE DA INVENTIVIDADE
Produção intensa e marcada por textos muito diversos.
Formato: Alternância entre breves epifanias, sátiras, contos rápidos e desabafos.
Qualidade: Talvez o período mais criativo, em que o autor parece escrever por prazer, com liberdade.
Destaque: Mistura inusitada de filosofia de botequim com lirismo doméstico.
 
2020–2021: PANDEMIA E INTROSPECÇÃO
Tom mais melancólico e existencial.
Temas: Envelhecimento, isolamento, memória, linguagem.
Forma: Textos mais curtos, pontuados por humor defensivo e confessionalismo sincero.
Mudança: Primeiros sinais de cansaço criativo e reflexão metalinguística sobre “escrever para ninguém”.
 
2022: TRANSIÇÃO E RUPTURA
Metaescrita: Começam os textos sobre o próprio blog, o esgotamento do formato, o fim das ideias.
Estilo: Menos cuidado estético, mais impulso de registro e desabafo.
Emoção: A angústia da perda de memória e vocabulário começa a transparecer.
 
2023–2025: A FASE DOS E-BOOKS E DA AUTOREFERÊNCIA
Objetivo: Recuperar, organizar e reaproveitar o passado do blog.
Produção: Lançamento de coletâneas (e-books), edição de posts antigos.
Tom: Crítico consigo mesmo, autoirônico, às vezes amargo.
Risco: Redução da inventividade anterior em nome da curadoria.
 
- Qual dessas é a melhor fase?
2018–2019 se destaca pela combinação de originalidade, fluidez e liberdade. É o momento em que o blog parece mais autêntico, pulsante e variado. Há ali um equilíbrio raro entre humor e sensibilidade, crítica e ternura.
 
Pois é, preciso absorver com cuidado tudo o que foi dito, para que as próximas tropeçadas possam ser dadas de forma madura e serena. Gostaram?

domingo, 3 de agosto de 2025

ALGUÉM PEDIU SUA OPINIÃO?

 
Este post comunica e comemora o fim da operação a que eu me propus a fazer para redução da mediocridade publicada na forma de quatorze e-books displicentemente selecionados. Já está disponível na Amazon o e-book “Alguém Pediu Sua Opinião?”, resultado da junção dos três e-books Falando Sério, Alucinações Cotidianas e Ainda Ontem Eu Tinha Vinte Anos. Para se ter uma ideia do rigor da seleção, houve um um descarte de 247 páginas, uma redução de 321 para apenas 74.
 
Essa severidade toda tem uma explicação: os antigos e-books traziam divagações opiniões pessoais, reflexões (rasas como poça d’água), críticas com e sem ironia, um pouco de heresia e algum delírio. Não traziam versos, nenhum desenho nem textos de humor ou com pretensão mais literária.

Por isso os textos selecionados precisariam ter algum charme, algum atrativo que seduzisse eventuais leitores interessados em conhecer um pouco da minha visão de mundo, das minhas preocupações e pirações. Por isso a seleção foi demorada – e dolorida. O título do e-book foi mudado quatro vezes, a apresentação foi refeita umas dez vezes. Até a ajuda do ChatGPT eu pedi, mas descartei todas as sugestões, pois, apesar de mais bem escritas, melhores e mais elegantes, não era eu que estava ali.
 
Pensem bem, um livro que fala sobre meus sentimentos e pensamentos sendo escrito por uma Inteligência Artificial? Só sendo muito idiota ou mau caráter para concordar com isso. E eu gosto muito de mim e me admiro muito (desculpem a falta de modéstia) para aceitar ajuda e bajulação de uma “coisa” onde correm “nas veias” apenas linhas de programação, algoritmos e coisa do gênero.
 
Então é isso. Se alguém se interessar em conhecer esse último e-book, o link é este:
Mas o período de downlod gratuito começa no dia 04/08 e vai até o dia 08/08 

sábado, 2 de agosto de 2025

ALEGRAI-VOS!

 
Você que é dono ou dona de blog e está de saco cheio de não ter comentários sobre sua última postagem ou, se os teve, foram comentários idiotas ou inadequados, dando a impressão de que a pessoa que comentou estava bêbada, drogada ou pensando na lista de produtos que precisa comprar no supermercado, alegre-se.
 
Agora, sua carência afetiva, necessidade de autoafirmação ou a suspeita de que escreve mal pra caramba serão objeto de atenção, comentários inexplicavelmente elogiosos e até mesmo análises, dicas e orientações sobre o conteúdo de suas postagens.
 
- “Como assim?”, perguntarão os blogueiros mais aflitos, como se estivessem esperando as portas de uma magalu da vida se abrirem em dia de Black Friday. Calma, crianças, que a resposta será dada no próximo parágrafo (preciso encher linguiça para o texto ficar um pouquinho maior).
 
O caminho das pedras e as pedras do caminho foram mostrados pelo vetusto titular do blog A Marreta do Azarão. Bebendo cerveja boa e barata enquanto cofiava sua barba de profeta bíblico, confidenciou que basta munir-se da URL do seu blog (do seu mesmo, não do dele!) e sussurrar nos ouvidos do ChatGPT o nome do seu blog (do seu, cacete, não do dele!), pedindo para que faça uma análise dele (do blog, obviamente!).
 
Em três segundos, tempo infinitamente mais rápido que o necessário para preparar um miojo, essa Inteligência Artificial exibirá uma porrada de informações sobre... (já sabe, né?), fazendo com que você fique feliz e até beba uns três latões de cerveja boa e barata (nesta época de tarifaços precisamos ter cuidado com nosso planejamento financeiro). E depois, possa dormir em paz acreditando que escreve bem pra caramba.

POLIGROTA

 


sexta-feira, 1 de agosto de 2025

SEMPRE RIR, SEMPRE RIR

 
Há situações que poderiam te fazer chorar de tristeza, espumar de ódio ou enrubescer de vergonha, tão despropositadas se apresentam. Mas eu sou cínico e debochado, e por isso, mesmo não zurrando ou relinchando de tanto rir, eu ri bastante ao ouvir que 11% dos brasileiros aprovam o tarifaço que um cavaleiro do Apocalipse econômico quer aplicar aos produtos brasileiros que são exportados para seu país.
 
Como os biscoitos e o leite com toddy tinham acabado, resolvi me divertir traçando o provável perfil psicológico desses gênios. Posso estar errado, mas imagino que os brasileiros apoiadores do tarifaço têm estas características:
 
- acreditam que a Terra é plana;
- são contrários ao uso de vacina;
- consideram-se patriotas (a pátria é o Brasil!)
- acreditam que os judeus consideram Jesus Cristo o filho de Deus;
- acham lindo o lema “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”;
- não confiam em urna eletrônica;
- desconfiam da grande mídia e preferem manter-se informados através das redes sociais.
 
Talvez tenha mais alguma característica que merecesse ser lembrada, mas meu filho chegou com uns pastéis quentinhos e eu preferi parar por aqui, porque rir de boca cheia pode engasgar e é sinal de pouca educação.

 

FRESCURA POUCA É BOBAGEM!