sábado, 8 de setembro de 2018

LEMBRANÇAS DO PÂNTANO - 01


Este é um longo (põe longo nisso) comentário que fiz a propósito de uma postagem compartilhada por um de meus extremados "amigos de Facebook". 

Graças ao Facebook (que está parecendo um pântano, tantos são os posts “putrefatos” que estão circulando), o que eu tenho visto ultimamente é uma polarização tão gigantesca que parece estar afetando o discernimento de pessoas inteligentes, esclarecidas e cultas (também das ignorantes e burras).

Esse é um terreno fértil para todo tipo de fake news, teorias da conspiração, intolerância extremada, ódio transbordante. Ou seja, estamos vivendo um momento histórico bastante incomum. Aliás, mais histérico que histórico, pois há um clima de histeria gigantesco rolando, ou melhor, há uma histeria gigantesca afetando os extremos do espectro ideológico, pouco importando se da direita ou da esquerda.

Alguns da esquerda estão pondo em dúvida até a cirurgia do Bozo, alguns da direita estão vendo atentado orquestrado pelos "comunas", etc. Isso é ruim para todos, pois acaba criando um clima de Fla-Flu, um "nós versus eles", bandidos contra mocinhos. E o que sabemos é que neste país infeliz bandidos e mocinhos existem dos dois lados. O mesmo se pode dizer da corrupção, que não escolhe "cor" para se manifestar.

Eu sou um sonhador e acredito que mais que votar nesse ou naquele candidato, o que precisamos é cuidar da educação de nossos filhos e netos. E quando digo educação, estou pouco me lixando para cantar hinos ou coisa semelhante. O que eu desejo é um comportamento de Primeiro Mundo para todos. Mas eu sei que isso demora ainda uns trezentos anos.

O simples fato de existirem eleitores do Bolsonaro ou do Boulos não me autoriza (nem a ninguém) chamá-los de idiotas. Jamais diria isso! O que eu penso pode ser diferente do que “você” pensa e está tudo bem. O que eu tenho criticado e ironizado é a quantidade de maluquices que tem saído no Facebook. E é muita, muita mesmo.

O pessoal da esquerda (alguns!) acha que foi armação, que não saiu sangue, que não usava colete, essas idiotices, como se tomar uma facada fosse o mesmo que tomar um café. Já o pessoal da direita (alguns!) acha que isso é coisa da esquerda, dos “comunas”, etc. Esse é o tipo de maluquice é que eu critico e ironizo. Parece que as pessoas tomaram droga ou encheram a cara e estão bêbados.

Quem pensava em votar nesse ou naquele candidato continuará pensando. Para mim, está OK. O que não é admissível é alguém ficar feliz por ter ocorrido um atentado, atentado provocado por um sujeito que não bate bem da cabeça. Por isso mesmo, fico imaginando piadinhas sem graça nenhuma só para ironizar a seriedade raivosa e até inconsequente de alguns dos meus “amigos de facebook". Como estas, por exemplo:

- Posso dizer que amo a cor vermelha, desde que seja vermelho Ferrari.
- "O brasileiro é cordial" (só não pode ter uma faca na mão)
- Parece que o cérebro de muitas pessoas tem sido sugado, abduzido. Vai ver, tem alguma nave alienígena sobre o país.
- O pessoal da esquerda pode até ficar puto comigo, mas a verdade é que todo militante adora militar.

Você deve estar percebendo agora meu papel de advogado do diabo no Facebook. Se um mané de esquerda posta alguma bobagem contra os candidatos de direita, olha eu lá criticando, contestando, duvidando, apresentando dados reais, etc. Vai uma anta de direita comentar sobre o “perigo vermelho” e olha eu lá de novo, ironizando, criticando, contestando. Devo admitir que acabo passando a imagem de mala sem alça. Pior, acabo por mostrar que sou mesmo um mala sem alça. Mas não acredito mais em duendes ou assombrações. Nem compartilho posts sobre isso. Falei?





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