quarta-feira, 5 de setembro de 2018

SONETO XXXII - FRANCESCO PETRARCA

A grande vantagem de ser ignorante é que sempre se pode aprender alguma coisa (mesmo que se vá esquecê-la logo depois). Hoje estava debulhando um livro sobre história da arte que um dos filhos me emprestou, quando li uma referência sobre Francesco Petrarca. Mesmo que o nome não fosse desconhecido, não sabia nada sobre ele. Mas bateu uma curiosidade de ler alguma coisa de sua obra poética, intimamente ligada à sua amada Laura, segundo o livro (eu sei, “talvez eu seja o último romântico”).

Acabei descobrindo que teria sido ele o criador do soneto! Olha só! Uma vez, a propósito da poesia de Vinicius de Moraes, disse isto: “Gosto muito de poesia e reverencio aqueles que conseguem transmitir emoção de forma concisa, minimalista. Os sonetistas então, esses são a nata, por conseguirem domar o esqueleto rígido do soneto. Em outras palavras, eu os vejo com o mesmo respeito que devoto aos neurocirurgiões. A coisa é mais ou menos como uma cirurgia feita no cérebro: o que falta em espaço sobra em restrições e cuidados a tomar. Ou seja, ambos conseguem o suprassumo da precisão e eficiência, tudo realizado em espaço muito reduzido”.

Pensando bem, apesar da falta de vergonha na cara - explícita na auto-referência -, até que não ficou ruim essa definição. Bom, para acabar com a enrolação, escolhi transcrever o “soneto XXXII” em italiano e português. Por que escolhi esse e não outro qualquer? Pela referência ao fim da vida, tema que me tem atraído muito (por que será?) Olhaí.

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