domingo, 12 de agosto de 2018

SER PAI - ENO TEODORO WANKE


Quebrando o recesso:

Eu sempre tive alguma impaciência com as convenções sociais. Se não todas, pelo menos com algumas. Por exemplo, “dia disso”, “dia daquilo” sempre me causaram incômodo, justamente por acreditar que não há data certa para exprimir, demonstrar ou exibir sentimentos. Por isso mesmo, “Dia das Mães”, “Dia dos Pais” e congêneres – talvez pela abordagem e apelo comercial que recebem – não merecem muito respeito de minha parte. Para mim, dia de dizer “Eu te amo”, de demonstrar carinho é (ou deveria ser) todo dia, não precisaria (nem precisa!) de data marcada.

Mas hoje é “Dia dos Pais”. Eu e minha lynda mulher tivemos a imensa alegria de poder conviver com nossos filhos, com filhas do coração e netinhas. Foi demais! Mas não por ser o “Dia dos Pais”. Foi demais por tê-los conosco, por conversar e rir com eles, por dar e receber abraços. E isso é bom, é maravilhoso em qualquer um dos 365 dias do ano!  

Mas hoje é “Dia dos Pais”! Por isso, resolvi fazer uma “homenagem” a meus coleguinhas. E a forma que encontrei foi através da poesia (tudo fica melhor com poesia!). Não uma poesia qualquer, mas uma poesia-paródia (é, isso existe!), feita em cima do soneto “SER MÃE” (aquele que diz “ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração”, etc.). O título é “Ser Pai”. E o autor é Eno Teodoro Wanke. Vê aí.

Ser pai é desdobrar, libra por libra,
a bolsa, amanhecer com o fedelho
ao colo — ir trabalhar de olho vermelho,
mas aguentar a provação com fibra!

Ser pai (melhor diria o velho Coelho)
é ouvir a gritaria como vibra,
não ver quando o orçamento se equilibra,
pegar até mania de conselho...

Ser pai é dar palmadas em fundilhos,
depois se arrepender, mimar os filhos,
e ver que assim não adiantou palmada...

Ser pai é padecer dando um sorriso,
ser pai é ter a vida abagunçada,
ser pai é ter carência de juízo!

E agora, de volta ao recesso.


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