Vira e mexe alguém me pergunta se tenho
whatsapp e fica horrorizado quando meneio a cabeça de forma negativa. Quando o
espanto passa dos limites, faço a seguinte pergunta:
-
"Quer que eu te conte uma história de terror?" Sem dar ao incauto
nenhuma chance de resposta, começo:
- Vou te contar uma história de terror: eu
usava um celular “movido a carvão”, de tão antigo que era. Um dia minha mulher
me deu de presente um smartphone
bacanaço, grandão. Fiquei pensando como carregar aquele tijolo, pois percebi
que não daria para colocá-lo no bolso da frente da calça jeans (só uso jeans),
justamente pelo tamanho.
Ai lembrei-me de ter visto as jovenzinhas com
o smart enfiado na bunda, ou melhor,
no bolso de trás da calça jeans. Imaginando que devia ser esse o melhor lugar,
coloquei o tijolo no bolso de trás e
entrei no carro. Foi sentar e quebrar. Minha mulher ficou puta da vida e disse
que nunca mais me daria um celular novo. Resultado: fiquei sem celular, pois
não valia a pena pagar o preço pedido para o conserto.
Tempos depois, minha mulher resolveu trocar
de celular e me repassou o antigo. Quando fui colocar meu chip original,
descobri que ele era grande e teria que ser cortado ou trocado por um que fosse
compatível com o modelo . Obviamente que eu jamais aceitaria cortar o chip
original (principalmente por não saber que isso não afeta o funcionamento). Por
isso, dirigi-me a uma loja Oi.
O atendente perguntou o número do meu celular
para consultar sei lá o que. Em seguida, olhando-me com cara de quem interroga
um suspeito de assassinato, perguntou-me:
-
"Quem é Fulana?"
Pego de surpresa, disse que não fazia a menor
ideia. Diante da resposta, o investigador disse que não poderia fazer a troca
para mim, pois o telefone estava registrado em nome de "Fulana". Repeti que não sabia de
quem se tratava e perguntei o sobrenome.
-
"Não podemos informar".
Perguntei então o que fazer.
-
"A solução é o senhor comprar outro chip".
- Se
essa é a solução, dê-me outro chip.
-
Estamos em falta, senhor. Mas na lotérica ali eles vendem.
Bastante puto, fui lá, comprei um chip e pedi
a meu filho para fazer sua instalação (ou habilitação, sei lá).
- Pai,
o número desse chip é tal, tal tal. Você quer que mude para outro mais fácil de
memorizar?
- Não,
pode deixar esse mesmo. (Essa foi uma resposta sem noção).
Para encurtar a conversa: o celular está
sempre mudo e esquecido em algum canto, pois nunca consegui memorizar o novo
número, a bateria está sempre sem carga (entendeu agora por que minha mulher
trocou de aparelho?) ou esqueço-me de colocar crédito (pré-pago). Por isso,
quando alguém me pergunta se tenho whatsapp, respondo:
- “Quer
ouvir uma história de terror?”
Bem, imagino que meus 2,3 leitores estarão
aflitos para saber quem é “Fulana”.
Depois de muito pensar, chegamos à conclusão que “Fulana” seria a funcionária que registrou o chip original, antes de
nos dar um celular como brinde pela compra de uma secadora de roupas. O detalhe
mais bizarro é que esse aparelho tinha a cor “azul bebê” e na tela, em lugar de “Oi”, “Tim” ou outra
operadora qualquer, aparecia o nome “Xuxa”.
Como diz meu amigo Marreta,
- “Pããããããta
que o pariu!!!”
Eu também não tenho celular. Minha esposa comprou um novo há uns meses e tá tentando me empurrar o antigo, ainda em plenas condições de funcionamento, mas eu só o uso para despertar de manhã, pois meu velho rádio-relógio está gagá e pouco confiável.
ResponderExcluirAs pessoas também manifestam estranheza quando falo que não só não tenho whatsapp nem facebook como também celular. Uma vez uma professora, dessas imbecis que não largam da estrovenga eletrônica, entre surpresa e horrorizada, perguntou-me : mas como as pessoas fazem para te achar?
Respondi : elas não me acham, e essa é a ideia.
Boa!
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