quarta-feira, 9 de maio de 2018

MEGA PRODUÇÕES


Estava vendo trechos do Concerto de Altamont feito pelos Stones em 1969 e é divertido observar a absurda proximidade dos fãs com os músicos. O palco estava uma loucura: tinha Hell's Angels mal encarados fazendo a (in)segurança dos músicos, um maluco chapadíssimo em plena "trip", um cachorro vira-latas andando pelo palco, uma zona absoluta. O público estava tão próximo, que se o Mick Jagger cantasse cuspindo isso refrescaria o pessoal do gargarejo. Se quisesse, daria até para uma fã apalpar o saco do cantor (ai o estilo musical passaria a ser “rock n’ rola”) E fiquei pensando como as apresentações ao vivo foram se transformando, mudando de uma forma que seria inimaginável naquela época.

Aí me lembrei da primeira vez em que os Menudos vieram ao Brasil. BH foi uma das cidades em que se apresentaram. Nessa época só tínhamos dois filhos e resolvemos levar os meninos para vê-los (pai que é pai tem que participar!). O show foi no Mineirão. Só conseguimos ficar na parte mais alta das arquibancadas e não vimos picles nenhuma, pois estava cheio pra caramba. O que se conseguia ver era um grupo de insetos dançando, de tão longe estávamos do palco. Resolvemos que nunca mais pagaríamos esse tipo de mico.

Hoje, qualquer show com ídolos internacionais é um mega evento, com palco gigantesco, pirotecnias, telões, o cacete a quatro. Pois bem, o velho e bom Paul Mc Cartney já se apresentou em BH duas vezes e não nos animamos a encarar esse programa de índio, mesmo sendo eu um beatlemaníaco de primeira hora, histórico (mais para pré-histórico, na verdade).

Pensando nessa tralha toda, ocorreu-me a piada que fecha este post. Mas só quem já viu o desenho “Bob Esponja” vai entender (eu sou meio retardado, captou?).

Pelo preço dos ingressos que são cobrados atualmente só conseguiríamos ficar nas arquibancadas. Assim, se o Eric Clapton porventura se animasse a exibir por aqui sua genialidade e se resolvêssemos assistir, o que veríamos rolando no palco sem o auxílio dos telões seria um show do Eric Plancton (ou, quem sabe, até mesmo do Plancton Mc Cartney).



3 comentários:

  1. Esse é um dos motivos pelos quais eu detesto shows (mas vou), o curioso é que se não fosse esses "micos" esses eventos não seriam a mesma coisa. 1. Eu não gosto de ficar em pé, muito menos arrumada. 2. odeio multidões, desconhecidas ou conhecidas. 3. é difícil pra beber, mais difícil ainda pra mijar. Resumindo é o fim da picada. Pra diminuir meu desconforto resolvi ir apenas a shows que eu possivelmente não verei de novo porque se for pra ver o mesmo que vem no dvd eu compro uma caixa de cerveja e vejo da sala de casa mesmo.
    "J"

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    1. Hoje eu não vou mais a show nenhum. Quando ainda ia,fomos a uma apresentação 0800 do Milton Nascimento em um ginásio. Estava tão cheio que pouco antes do início arrombaram (tiraram do trilho) um portão gigantesco. Foi uma avalanche de gente tentando entrar. Só sei que fui entrando literalmente carregado, suspenso no ar, deitado de barriga para cima nas costas das pessoas. Foi uma sensação estranhíssima. Dentro do ginásio nem consegui curtir o show, pois só ficava pensando na impossibilidade de mijar. Depois disso, passei a escolher só shows em que tivesse lugar marcado e acesso liberado ao banheiro.

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  2. Infelizmente, também me lembro dos Menudos; eu tinha 17, 18 anos à época e com uma irmã de 15, que ovulava à simples menção do nome dos meninos de Porto Rico. Infelizmente, hoje vejo que os Menudos nem eram de todo mau; há coisas muitos piores hoje.
    Quanto à sua ideia de um grupo fechado no facebook, para um público mais específico e direcionado, acho que pode dar certo, que vale a pena tentar.
    Enquanto isso, vou amargando meu marasmo e meu desânimo.

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MARCADORES DE UMA ÉPOCA - 4