Para mim, Arnaldo
Antunes é o melhor de todos os músicos que já integraram os Titãs. Por isso,
resolvi compartilhar uma música que ouvi hoje no carro. Eu sei que há outros autores, mas como estou muito
cansado, vou aproveitar o comentário feito no Youtube por um fã. Depois, vem a
letra e o link de uma apresentação ao vivo (e a cores). Escutaí.
“Alguém disse que as metáforas são maneiras
eficazes de descrever a vida, os acontecimentos e as coisas de outra maneira,
acrescentando elementos às certezas. Poetas são pródigos em fazer metáforas.
Esse cara genial, simplesmente, contribui para que sejamos capazes de
reescrever o envelhecer, num tempo em que estamos fadados a ter que aprender a
nos reinventarmos, quando todas as lembranças mais corriqueiras estão na faixa
dos vinte anos”. (Edson Farias)
ENVELHECER
A coisa mais
moderna que existe nessa vida é envelhecer
A barba vai
descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer
Os filhos vão
crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer
Os outros vão
morrendo e a gente aprendendo a esquecer
Não quero morrer
pois quero ver
Como será que deve
ser envelhecer
Eu quero é viver
pra ver qual é
E dizer venha pra
o que vai acontecer
Eu quero que o
tapete voe
No meio da sala de
estar
Eu quero que a
panela de pressão pressione
E que a pia comece
a pingar
Eu quero que a
sirene soe
E me faça levantar
do sofá
Eu quero pôr Rita
Pavone
No ringtone do meu
celular
Eu quero estar no
meio do ciclone
Pra poder
aproveitar
E quando eu
esquecer meu próprio nome
Que me chamem de
velho gagá
Pois ser
eternamente adolescente nada é mais démodé
Com uns ralos fios
de cabelo sobre a testa que não para de crescer
Não sei por que
essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender
Que felizmente ou
infelizmente sempre o tempo vai correr
Não quero morrer
pois quero ver
Como será que deve
ser envelhecer
Eu quero é viver
pra ver qual é
E dizer venha pra
o que vai acontecer
Eu quero que o
tapete voe
No meio da sala de
estar
Eu quero que a
panela de pressão pressione
E que a pia comece
a pingar
Eu quero que a
sirene soe
E me faça levantar
do sofá
Eu quero pôr Rita
Pavone
No ringtone do meu
celular
Eu quero estar no
meio do ciclone
Pra poder
aproveitar
E quando eu
esquecer meu próprio nome
Que me chamem de
velho gagá.
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