Como meu cérebro tem se rivalizado com o
deserto de Atacama em aridez, resolvi transformar uma resposta em post. Por
traz dessa aparente canalhice, oportunismo ou falta de vergonha na cara
encontra-se minha mania obsessiva de registrar o que penso. Com isso, talvez
pretenda fazer estoque para quando eu não pensar mais nada, vestido
confortavelmente com babador e fralda geriátrica.
O que sei é o seguinte: sem que eu soubesse
ou autorizasse, uma amiga incluiu meu perfil no Facebook (precisa ter um
perfil) em um grupo que curte fotos antigas de BH. Passei a receber posts com
fotos incríveis de casas, monumentos, pessoas, cenas do cotidiano, etc.,
geralmente em preto e branco. Como sabem os feicibuquistas, as opções dessa
rede são "curtir",
"comentar" ou "compartilhar".
Achei aquilo legal e resolvi “compartilhar” postando
uma foto antigaça que saiu no Blogson e, junto com ela, um resumo do texto que
escrevi. Tomei um puta susto, pois mais de cem pessoas curtiram e umas seis
comentaram!
Antes de continuar esta lenga-lenga, preciso
lembrar esse grupo tem um "administrador" (três, na verdade) - que
tem poder de aceitar as sugestões para novos membros e excluir posts ou
participantes que não tem nada a ver com o tema ou espírito do grupo. Na
prática, é um censor, pois nenhum post sobre política é permitido. Uma foto que
mostrava estudantes agitando em 1968, por aí, foi excluída, cheia dos
comentários mais raivosos que já vi (talvez pelo fato de os membros não se
conhecerem).
Pois bem, apesar das restrições, resolvi
arriscar e postei o link de um dos posts sobre a família de meu pai (SÉCULO DEZENOVE VÍRGULA NOVE). Mesmo que tenha ocorrido uma reclamação explícita pelo fato de estar
desvirtuando o foco do grupo (só fotografias, na opinião do reclamante), mais
de 400 pessoas curtiram, umas dez comentaram e pediram que continuasse a postar
essas lembranças.
Quando vi aquilo, pensei com meus borbotões:
"Achei a mina!" Compartilhei mais uns quatro links com posts do blog e
a visualização mensal do Blogson passou dos anêmicos menos de mil para mais de
três mil acessos!
Aí pensei em criar um grupo para
"capturar" as pessoas que curtem ou curtiriam esses textos. Ou seja, a
ideia seria criar um "Faceblogson" mais careta (o público médio do
grupo aparenta ter por volta de cinquentinha ou mais, mas há pessoas novas
também).
Ainda não me animei a ler o tutorial para
criação de grupos. Só sei que o grupo das fotos antigas cresce quase
exponencialmente, pois quando entrei, possuía uns dezoito mil membros. Hoje, já
passa de vinte mil. Como eu tenho carência afetiva congênita e não ligo a
mínima para minhas convicções pessoais (afinal, o "cliente" tem
sempre razão), vou acabar fazendo um treco desses.
O único defeito é que é um “facebook”.
Customizado, mas sempre facebook. Assim, as postagens se sucedem como folhas na
correnteza (que lirismo!), tão mais rapidamente quanto maior for o número de participantes ou “amigos
de facebook”. Talvez a manha seja colocar o link do Blogson e um trechinho do
post para servir de isca. Enfim, para quem está sem assunto e fica louco por um
elogio, pode ser uma solução. Falta de caráter acabaria dando nisso um dia.
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