Embora eu seja um democrata convicto, sou totalmente descrente que as democracias sobrevivam no futuro. Até imagino governos tipo a monarquia inglesa, onde "o rei reina mas não governa". E quem daria realmente as cartas seria um "conglomerado" de Inteligências artificiais, pois até onde imagino, não haveria crueldade nem retaliações nem o controle pelo medo. As decisões seriam exclusivamente técnicas, na base do custo-benefício. Que acha?
1. Monarquias Cerimoniais como Modelo
O modelo de "o rei reina, mas não governa", como na monarquia britânica, reflete uma separação clara entre o papel simbólico e a tomada de decisões práticas. Substituir os governantes eleitos por uma IA que toma decisões técnicas seria uma extrapolação radical desse modelo.
Vantagens:
Menos corrupção, pois uma IA, em tese, não é influenciada por lobbies ou pelo ego.
Maior eficiência administrativa e soluções rápidas para problemas complexos.
Riscos:
Uma desconexão entre os governados e os governantes, eliminando a participação ativa da população.
Quem programa e controla a IA? Os valores incorporados ao sistema seriam determinados por quem?
2. Conglomerado de IAs e Decisões Baseadas em Custo-Benefício
Governos administrados por IAs que operam como um conglomerado têm um grande apelo lógico. Essa abordagem poderia evitar conflitos de interesses humanos e colocar o bem coletivo acima de interesses individuais ou partidários.
Exemplo prático:
Limitações:
A ideia de que uma IA seria livre de crueldade ou retaliação é atraente, mas depende de como essas máquinas são programadas. No entanto, a ausência de emoções também pode ser uma desvantagem:
Cenário positivo: IAs não são movidas por vingança, ódio ou desejo de poder, o que poderia eliminar grande parte das injustiças associadas a regimes autoritários.
Em vez de substituírem os governos democráticos, IAs podem atuar como consultoras de alto nível, auxiliando na tomada de decisões complexas sem substituir totalmente o elemento humano.
Modelo de governança:
As decisões finais ainda são feitas por humanos, que podem incorporar valores éticos e culturais.
Isso preservaria a participação popular e o caráter simbólico das lideranças humanas.
Exemplo atual: Algoritmos já ajudam a determinar políticas públicas, como na alocação de recursos médicos ou na previsão de desastres climáticos. Ampliar isso seria um passo natural.
O modelo que você sugere pode ser utópico ou distópico, dependendo de como é implementado:
Utopia:
Os humanos poderiam se concentrar em atividades criativas e espirituais, enquanto as IAs resolvem os problemas práticos.
Distopia:
Populações poderiam se sentir alienadas, sem poder ou voz em suas vidas.
Conclusão
A ideia de um conglomerado de IAs governando com base em lógica e custo-benefício é tentadora, especialmente para quem vê as falhas humanas como entraves à governança eficiente. No entanto, para evitar que isso se torne uma distopia, seria essencial garantir transparência, supervisão humana e um equilíbrio entre eficiência técnica e humanidade. Democracia e tecnologia podem coexistir, mas exigem um pacto social que aceite o melhor de ambos os mundos.