Com a Eliany não havia meio termo: ou você odiava o que ela fazia ou adorava de joelhos, tão visceral era seu jeito de viver. E uma das suas discutíveis qualidades ou defeitos era seu perfeccionismo exacerbado, amplificado por um TOC que às vezes extravazava.
- Zé, está barato demais!
- OK, Eliany...
- Vou comprar!
Levou setenta. Os filhos mais velhos usaram bastante
quando, alguns anos depois, a penugem do rosto começou a aparecer.
Fico imaginando este diálogo dela com São
Pedro:
- Entre,
Eliany, seja bem-vinda!
- São Pedro, este portão está precisando de uma pintura nova. Se me arrumar material, eu pinto para o senhor.
- Heim? Não precisa! Agora você gozará do merecido descanso eterno.
- Se o senhor quiser e me arranjar uma tesoura de barbeiro, eu posso dar um trato nessa sua barba. Eu sei que ela existe há séculos, mas tenho certeza que gostará do resultado.
- Minha filha, relaxe, ouça as músicas tocadas pelos anjos!
- Posso fazer uma set list?
- Sete o quê?
- Eu queria ouvir “Boate Azul” e música francesa da década de 1960.
Comentário de uma das noras:
- Já, já, muda tudo lá em cima. Troca os móveis de lugar, faz almofadas... rs. Vai redecorar tudo, com certeza. .
- São Pedro, este portão está precisando de uma pintura nova. Se me arrumar material, eu pinto para o senhor.
- Heim? Não precisa! Agora você gozará do merecido descanso eterno.
- Se o senhor quiser e me arranjar uma tesoura de barbeiro, eu posso dar um trato nessa sua barba. Eu sei que ela existe há séculos, mas tenho certeza que gostará do resultado.
- Minha filha, relaxe, ouça as músicas tocadas pelos anjos!
- Posso fazer uma set list?
- Sete o quê?
- Eu queria ouvir “Boate Azul” e música francesa da década de 1960.
- Já, já, muda tudo lá em cima. Troca os móveis de lugar, faz almofadas... rs. Vai redecorar tudo, com certeza. .
Assim era a menina linda que me enfeitiçou de
forma definitiva e se apaixonou por mim, por nunca gostar de “cara bonito”. Ah, cretina, que saudade!