sábado, 21 de dezembro de 2024

FORÇAS DO MAL!

 

– Já ouviu falar em “Forças do Mal”?

– Qual é nova idiotice?

– Pô, até parece que eu só falo besteira!

– Não enche o saco, mostra logo a pérola mais recente!

– Forças do Mal parece ser uma expressão que pessoas mais religiosas usam muito, não é?

– Isso para mim tem cara é de filme de terror...

– É, pode ser, mas uma coisa eu garanto: as Forças do Mal nunca me atingirão!

– Ah! Lá vem besteira...

– Verdade! Eu só poderei ser atingido pelas Fraquezas do Mal

– Que porra é essa?

– As fraquezas do Mal, do Mal de Alzheimer – perda de memória, etc.

– Puta que pariu! E eu ainda te dou um crédito de confiança! Acho que o demente aqui sou eu!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

BLACK MONDAY


Agora é oficial! Remexendo papeis antigos, minha mulher encontrou e me entregou uma folha do INSS, perguntando se tinha interesse em guardá-la. Para ser sincero, não tenho, mas vou guardá-la assim mesmo, pois é a “memória de cálculo” do valor inicial de minha aposentadoria pelo INSS.
 
Mas o que realmente importou para mim foi (re)descobrir que nesse documento consta a expectativa de vida utilizada no cálculo, a minha expectativa de vida, de acordo com um órgão público sério e circunspecto.
 
Segundo o INSS, era de 23 anos minha expectativa de vida na data em que o benefício da aposentadoria foi concedido. 23,8 anos, para ser exato. Agora é só fazer conta. Eu fui considerado digno de receber uma régia aposentadoria por tempo de contribuição (após longos, longuíssimos 33 anos, 1 mês e 10 dias) no dia 30/04/2007, quando tinha inocentes 53 aninhos.
 
Feitas as devidas contas, a minha extinção acontecerá em uma segunda-feira, mais precisamente no dia 10/02/2031, quando terei 80 anos, 8 meses e 28 dias. Portanto, se alguém quiser tirar uma casquinha (heterossexual, naturalmente), aproveite, pois esta oferta é por tempo limitado. E é só casquinha mesmo, porque o tronco já foi levado para a serraria há muito tempo. Corre!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

COMO ASSIM?

 
Este texto seria apenas um comentário à mais recente publicação da blogueira Catiaoh, mas o gosto acentuado de vinagre me fez pensar que o blog “Espalhando Amigos” não merece tanta acidez, porque tenho sentimentos ambíguos em relação ao Natal e às festas de fim de ano. Infelizmente.
 
Quando criança essas festas nada me diziam pois eu sempre estava dormindo na virada do ano. Creio também que havia menos foguetório, menos oba-oba, menos alegria. Em casa de gente pobre talvez fosse apenas o que realmente é: uma mudança na forma de anotar o tempo. Imagino que todos se desejavam “Feliz Ano Novo”, mesmo sabendo que o novo ano seria igual ao que chegava ao fim.
 
O Natal era diferente, era o momento em que eu comparava a simplicidade e indigência dos presentes recebidos com a opulência, com a magnificência dos presentes que meus dois primos, as únicas crianças com quem eu podia brincar, ganhavam.
 
O tempo passou, eu cresci e passei a não me importar com essa época, até me casar. Com o nascimento dos filhos o Natal ganhou cores e alegria, pois passamos a comprar para nossas crianças tudo o que meu salário permitia – e eu ganhava bem –, sem me dar conta de que provocava nos sobrinhos os mesmos sentimentos que  eu tinha vivenciado na infância com meus primos ricos.
 
E o Natal passou a ser uma festa ruidosa e divertida. Essa alegria e descontração atingiram também a passagem de ano, momento em que a mesa farta na casa da sogra e o excesso de bebida provocavam constrangedoras declarações de amor feitas pelos parentes embriagados.
 
À medida que os meninos foram crescendo e as ausências aumentando, a animação cheia de exclamações durante a distribuição de presentes foi diminuindo. E as festas de fim de ano reduziram-se a reuniões quase silenciosas em torno de uma mesa ainda tão cheia de opções quanto o cardápio de restaurantes de comida a quilo.
 
O que sinto hoje nessa época é apenas aborrecimento, tristeza, impaciência e irritação, pois sei que nada muda, pois “vejo o futuro repetir o passado”, como cantou Cazuza. E cada vez mais me entristeço com a tragédia, com a privação vivida e sentida pela situação da população de rua, pelos miseráveis, pelos que pouco têm, e por todos os que pouco ganham, confrontados com o restante da população mais abonada. Feliz Natal? Como assim? Feliz ano novo? Como assim, como assim?

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

GUARDAR – ANTONIO CICERO

 
Em muitos dos textos que escrevo, Belo Horizonte – cidade onde nasci e de onde nunca saí – é citada. Por isso, minhas referências sempre surgem desse e nesse pedaço de chão. Mesmo que não consiga decifrar a associação que fiz um dia, minha cidade lembra “O rio da minha aldeia”: interiorana, sem mar, sem o charme das cidades históricas.
 
Não sei dizer se acontece o mesmo nas capitais de outros estados, mas aqui é comum ver gente muito, muito pobre e andrajosa perambulando pelas ruas e remexendo o lixo ainda não coletado em busca de latinhas de alumínio, garrafas pet e todo tipo de material que revendido a preço de banana possa ser reciclado por empresas elegantes e distintas.
 
Às vezes eu me sinto como esses catadores de latinha, sempre pronto, sempre de olho em alguma “latinha literária", digital, para revender, para publicar aqui no blog. Basta às vezes ler um título, uma frase, ouvir um pequeno comentário para que eu corra/recorra à internet tentando encontrar o texto escrito por quem realmente domina a arte de escrever bem e encantar.
 
Isso aconteceu ontem, ao ver de relance um trecho de uma entrevista antiga do Pedro Bial com a cantora Marina Lima e seu irmão, o poeta e acadêmico Antonio Cícero, recentemente falecido. Nos breves minutos em que fiquei em frente ao televisor, ouvi o irmão da Marina declamar seu poema “Guardar”. Nem esperei terminar e já saí à cata dessa latinha preciosa, que transcrevo a seguir.
 
Infelizmente, não sei como o poema foi publicado, quantas estrofes tem e nem como foi pensada a divisão dos versos. Por isso, a formatação é igual à que encontrei. Gostaria de saber escrever assim!
 
 
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista. 
 
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. 
 
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela. 
 
Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro
Do que um pássaro sem voos. 
 
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

A LUNETA DO BOM SENSO

 
Eu estava em plena adolescência quando minha tia comprou uma porrada de livros de literatura brasileira publicados pela Editora Saraiva, provavelmente de autores do século 19. Era uma coleção simplesinha, impressa em papel de má qualidade, formato brochura, capas flexíveis com ilustrações coloridas. Passou um tempo, mandou encadernar tudo com capa dura (para enfeitar a estante do seu quarto, provavelmente). Não sei quantos comprou e imagino ter lido todos ou quase todos, mas de dois livros eu me lembro bem: os dois volumes d’O Guarani (que achei uma merda) e A Luneta Mágica, cuja história me atraiu pela sátira sobre as trapalhadas que visões radicais provocam e pela necessidade de abandoná-las em favor do bom senso e da moderação
 
É óbvio que eu não pensava nisso de forma clara, mas fui atraído pela história fantasiosa de um sujeito com problemas de visão e que obtém de um estrangeiro misterioso, talvez árabe ou chinês, uma luneta mágica. Uma luneta que levava quem a usasse por algum tempo a ver toda a maldade que as pessoas guardavam dentro de si. O sujeito pira e quebra a luneta. Depois, arrependido, volta ao chinês e pede outra luneta. É orientado novamente sobre seu uso, mas começa ver só a bondade existente. Toma cano, toma chifre, fica puto e quebra a segunda luneta.
 
Já disposto até a cometer suicídio, volta pela terceira vez ao árabe e recebe nova luneta mágica, a luneta do bom senso. Lembro-me de ter achado o livro um pouco meia boca, mas com uma ideia impactante. Desde então, em todas as vezes que leio, vejo ou ouço opiniões e comportamentos apaixonados, esguichando radicalismo, fanatismo e fundamentalismo, sempre me lembro desse livro e da necessidade de uma luneta do bom senso e da moderação.
 
Parece que hoje as pessoas utilizam opiniões radicais para exibir ou transmitir seus medos, suas crenças ou descrenças políticas, ideológicas e religiosas com pouco ou nenhum fundamento. Já se passaram pelo menos uns 60 anos desde quando li esse livro, mas até hoje não inventaram a filha da puta dessa luneta. A única certeza que tenho é que os cupins destruíram essa e mais algumas coleções da minha tia, com os livros – ou o que restou deles – sendo doados como papel velho. Talvez devêssemos fazer o mesmo com nossos medos atávicos.
 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

CONSELHOS PARA A JUVENTUDE

 
Entre as muitas pastas que vou criando no computador uma está se revelando mais útil. E o título já diz tudo: Para Publicar ou Descartar. A partir daí fui tentando jogar nessa pasta todo tipo de arquivo que fui espalhando desorganizadamente nas pastas e subpastas existentes. Hoje, tentando dar uma faxina nessa pasta, encontrei uma lista de conselhos feita por um senhor de oitenta anos. Não sei quem é o autor nem como consegui essa lista, mas achei boa a ideia de publicá-la no blog. Apenas entendi ser necessária uma avaliação prévia da qualidade ou sua aplicabilidade. Por isso, dividi os 40 conselhos (o velhinho é um sábio!) em três categorias, assim identificadas: Esse cara sou eu, Boa ideia! e Gostaria, mas...
A partir de agora, encharque-se com toda essa sabedoria. Bon appétit!
 
Quais são os conselhos que alguém de 80 anos pode me dar?
 
Esse cara sou eu
Nunca ignore uma mão estendida.
Tenha um aperto de mão firme.
Olhe nos olhos das pessoas.
Atenda ao telefone com energia em sua voz
Mostre respeito por todos que trabalham para viver. Não importa o quão simples seja a profissão.
Elogie a refeição quando for hóspede na casa de alguém.
Defenda os menores. Proteja os indefesos
 
Boa ideia!
Se entrar em uma briga, bata primeiro e bata com força.
Guarde segredos.
Empreste apenas os livros que você espera não ver novamente.
Seja corajoso. Mesmo se não for, ao menos finja ser Ninguém consegue perceber a diferença.
Escolha o companheiro da sua vida com cuidado. A partir dessa decisão, virão 80% de toda a sua felicidade ou miséria.
Se a casa do seu vizinho está em chamas, a sua também está em perigo.
Seja um bom vencedor.
Solte-se. Relaxe. Exceto por raros assuntos de vida ou morte, nada é tão grave como parece à primeira vista.
Quando aflito: respire fundo, assovie ou cantarole.
Dê às pessoas uma segunda chance, mas nunca uma terceira.
Cuidado ao queimar pontes. Você ficará surpreso quantas vezes precisará atravessar o mesmo rio.
Seja rápido em reconhecer aqueles que o ajudaram.
Assuma o controle da sua atitude. Não deixe que outra pessoa fale ou faça escolhas por você.
Visite amigos e parentes quando estiverem no hospital, você só precisa ficar alguns minutos.
A maior riqueza é a saúde.
Mantenha um bloco de anotações e um lápis em sua mesa de cabeceira. Ideias que valem milhões de reais normalmente surgem às 3 da manhã.
Vista-se adequadamente.
A menos que ela seja da sua família, sempre cumprimente uma mulher comprometida com um leve aperto de mão.
Não se demore onde você não é bem recebido.
Todo mundo “gosta” de ver você crescer, isso, até você começar a superá-los.
 
Gostaria, mas...
Este módulo merece pelo menos um comentário sobre a última frase: “jamais se esqueça de onde veio, etc.” Nesta altura do campeonato talvez fique cada vez mais difícil seguir este conselho, talvez precise começar a andar com uma plaquinha indicando meu nome e endereço. Eu, heim?
 
Evite fazer observações sarcásticas.
Nunca elogie a si mesmo, se houver elogios, que venham dos outros.
Escute o que as pessoas têm a dizer. Não interrompa, deixe-as falar.
Guarde bem o nome das pessoas.
Não permita que o telefone interrompa momentos importantes. Ele está lá para sua conveniência, não para a de quem liga.
Se a bagunça é sua, limpe você mesmo. Termine o que começou.
Ouça os mais velhos.
Jamais se esqueça de onde veio e lembre-se diariamente aonde quer chegar.

domingo, 15 de dezembro de 2024

TRADUZINDO SENTIMENTOS

 
À falta de coisa melhor para fazer nesta manhã chuvosa de domingo, resolvi testar as habilidades poéticas do ChatGPT, solicitando que fizesse um poema em inglês a partir de um texto em português que lhe apresentaria. O que a IA não sabia é que o texto a ser transformado era o poema de versos livres “Eu envelheço”, convertido para o texto em português. Entendeu? Vai entender agora (percebi ter ouvido um “foda-se com sua experiência!”):
 
Poema original:
Eu envelheço
Não há nada que me possa impedir
Meus olhos embaçam
Meus ouvidos silenciam
 
Meu corpo todo decai
Como um repositor
Que não consegue repor o estoque
De um produto em oferta
 
 
Eu me envelheço
Mais ainda quando tento
Limpar a mente, polir a vida
 
Pois revejo metas inatingidas
Redescubro promessas não cumpridas
E descarto os sonhos abandonados
 
 
Não há pedal ou alavanca de freio,
Barragem, dique ou represa
Que impeça o tempo de avançar.
Nem há blitz para pedir documentos.
 
Estão todos em ordem
Mas muito antigos e gastos
E o plástico que os envolve
Está fosco e quebradiço. 
 
Pedido (educadíssimo!) ao ChatGPT:
Poderia transformar este texto em uma bela e rimada poesia em inglês?
Eu envelheço. Não há nada que me possa impedir. Meus olhos embaçam, meus ouvidos silenciam, meu corpo todo decai como um repositor que não consegue repor o estoque de um produto em oferta.
Eu me envelheço mais ainda quando tento limpar a mente, polir a vida, pois revejo metas inatingidas, redescubro promessas não cumpridas e descarto os sonhos abandonados.
Não há pedal ou alavanca de freio, barragem, dique ou represa que impeça o tempo de avançar. Nem há blitz para pedir documentos. Estão todos em ordem, mas muito antigos e gastos; e o plástico que os envolve está fosco e quebradiço.
 
Poema resultante em inglês:
I grow old, and nothing can turn back the tide,
My eyes grow dim, my hearing starts to hide.
This body crumbles, weary and confined,
A stockman losing time, with shelves unlined.
 
I age myself still more when I begin to clean,
To polish life, to clear the mind unseen.
For goals unattained rise up in view,
And broken promises feel fresh and true.
 
Abandoned dreams, discarded on the way,
Lie still beneath the dust of yesterday.
No brake or lever slows the steady flow,
No dam or dike can halt time’s endless glow.
 
There’s no checkpoint to demand my name,
No documents to question or to blame.
They’re all in order, yet worn thin with age,
Their plastic cracked, their shine now disengaged.
 
 
Por ser monoglota, eu não entendi o que dizia o poema (re)criado. Por isso, pedi ajuda ao Google Translator, essa Pedra de Roseta da era digital. E ele assim traduziu:
Eu envelheço, e nada pode reverter a maré,
Meus olhos escurecem, minha audição começa a se esconder.
Este corpo se desintegra, cansado e confinado,
Um estoquista perdendo tempo, com prateleiras sem forro.
 
Eu envelheço ainda mais quando começo a limpar,
Para polir a vida, para limpar a mente invisível.
Pois objetivos não alcançados surgem à vista,
E promessas quebradas parecem frescas e verdadeiras.
 
Sonhos abandonados, descartados no caminho,
Ficam imóveis sob a poeira de ontem.
Nenhum freio ou alavanca desacelera o fluxo constante,
Nenhuma represa ou dique pode deter o brilho infinito do tempo.
 
Não há posto de controle para exigir meu nome,
 Nenhum documento para questionar ou culpar.
Eles estão todos em ordem, mas desgastados pela idade,
Seu plástico rachado, seu brilho agora desligado.
 
Para finalizar essa brincadeira, pedi ao ChatGPT para fazer um poema partindo do mesmo texto utilizado nos versos em inglês. Ficou bacana. Olhaí:

O Tempo Que Não Cessa
Eu envelheço, nada há que me detenha,
O tempo segue, implacável e sem senha.
Meus olhos turvam, a visão já não se expande,
Meus ouvidos calam, e o silêncio é o que me comande.
 
Meu corpo, aos poucos, desce em declínio lento,
Como prateleira que não aguenta o movimento.
Um repositor sem forças, sem mais destreza,
Lutando contra o estoque e sua correnteza.
 
Eu envelheço mais quando limpo a memória,
E polir a vida é reescrever a mesma história.
Metas perdidas, promessas no vão da estrada,
E sonhos que jazem, poeira abandonada.
 
Não há pedal, nem alavanca, nem um freio,
Que trave o tempo em sua marcha sem rodeio.
Não há barragem que o impeça de avançar,
Nem blitz que me faça parar e comprovar.
 
Os documentos estão aqui, velhos e gastos,
O plástico, quebradiço, se tornou opaco, fosco,
E a vida, essa carteira que o tempo fez rugir,
Me lembra, sem perdão: não há como fugir.
 
Mas, mesmo assim, eu sigo, entre o ontem e o agora,
De peito aberto ao tempo, que a vida não demora.
Se envelheço, que seja como o sol ao se pôr,
Derramando um último brilho, em calor e em cor.
 

FORÇAS DO MAL!

  – Já ouviu falar em “Forças do Mal” ? – Qual é nova idiotice? – Pô, até parece que eu só falo besteira! – Não enche o saco, mostra l...