segunda-feira, 24 de novembro de 2025

SEMPRE DE VOLTA PARA O FUTURO

 
Li no portal Carta Capital um artigo publicado no início deste mês tão interessante que até tentei copiá-lo para postar no blog. Infelizmente, só consegui as primeiras frases – o resto estava bloqueado. Mas eu sou brasileiro e não desisto nunca, ainda mais depois da criação do ChatGPT. Então, passei a ele a missão de ler o artigo e fazer um resumo para mim. E não é que o danado conseguiu?
 
O que me chamou a atenção no texto foi a maneira como o autor aponta e critica as burrices e equívocos cometidos no país desde a época do Brasil Colônia. Veja só esta passagem:
 
“A explicação de nosso atraso principalmente em face do desenvolvimento acelerado da China, não se deve à disparidade dos números, mas à sua causa.
O atraso seja político seja econômico sempre foi a ideologia da classe dominante aqui instalada pelas naus portuguesas, dependente da irmandade siamesa entre latifúndio e escravismo. O primarismo fez-se valer como necessidade da política de posse de terra, alternativa à colonização para a qual Portugal carecia de meios. Assim, com as nuances impostas pelo processo histórico, o atraso estrutural chega ao capitalismo e à República nos meados do século XX, impondo ao novo regime, no contrapelo da modernidade prometida, o modelo colonial da plantation, voltado para a exportação”.
 
Enquanto isso, a comunista China fez um esforço gigantesco para se transformar na prática em um país capitalista com governo autoritário. Para mim, os números, as estatísticas e os comentários mostram por que o Brasil talvez esteja condenado a ser o eterno “país do futuro” – e por que a China provavelmente ocupará o posto de superpotência hoje nas mãos do país do “cabelo de milho”.
 
A seguir, apresento a síntese produzida pela IA. O autor do artigo é Roberto Amaral (muito prazer, não o conhecia). Lêaí:
 
 
O atraso brasileiro frente ao avanço chinês não se explica pelos números em si, mas pelas causas que os produzem. Desde a colônia, o Brasil foi guiado por uma elite agrária e dependente, herdeira do latifúndio e do escravismo, que transformou a exportação de produtos primários em política de Estado. Mesmo com a República, a Revolução de 1930 e o surto industrial dos governos Vargas e JK, a ideologia conservadora sobreviveu: a crença liberal na “vocação agrícola” e na mínima intervenção do Estado. Essa visão — sintetizada por Eugênio Gudin e propagada pela Fundação Getúlio Vargas — combateu o planejamento econômico e a proteção à indústria nacional, condenando o país a um desenvolvimento descontínuo e frágil.
Nos anos 1950, o Brasil ainda era uma economia majoritariamente agrária, com 50% da população no campo e taxas de analfabetismo elevadas. A indústria de transformação representava pouco mais de 20% do PIB, voltada a bens de consumo leves, dependente de importações de insumos e tecnologia. Essa estrutura manteve o país vulnerável às oscilações externas e às crises cambiais, limitando a consolidação de uma base tecnológica autônoma.
A China partia de condições ainda piores. No final dos anos 1940, mais de 80% da população vivia no campo, a produtividade agrícola era baixíssima e a taxa de analfabetismo superava os 80%. O país havia sido devastado por invasões, guerras civis e décadas de dominação colonial. A partir dos anos 1950, o regime maoísta implantou uma economia planificada, priorizando a reforma agrária, a siderurgia, a energia e a indústria pesada. Mesmo com erros e retrocessos, esse processo criou as bases de um sistema de ciência e educação que, a partir das reformas de 1978 sob Deng Xiaoping, permitiu a transição para um capitalismo de Estado voltado à modernização tecnológica.
Nos anos 1970, Brasil e China investiam proporções semelhantes de seus PIBs em pesquisa e desenvolvimento — cerca de 2%. A partir de então, seus caminhos divergiram. A China multiplicou seus investimentos, chegando a 2,6% do PIB em 2024, com um sistema integrado de educação, pesquisa e política industrial. Hoje, o país é protagonista em energia renovável, semicondutores, telecomunicações, inteligência artificial e biotecnologia. O Brasil, ao contrário, reduziu o esforço estatal e desarticulou suas políticas industriais: em 2024, investe apenas 1,2% do PIB em P&D, a maior parte concentrada em universidades públicas, com pouca participação do setor privado. Nossa indústria prefere pagar royalties a desenvolver tecnologia própria.
Enquanto a China planeja seu 15º plano quinquenal (2026–2030) com foco em inovação científica, autossuficiência tecnológica e sustentabilidade ambiental, o Brasil se mantém prisioneiro de um neoliberalismo de ajuste permanente, em que o combate à inflação se torna fim em si mesmo. O resultado é uma economia estagnada, dependente de commodities e de tecnologia estrangeira.
O contraste entre os dois países não está na virtude de um ou no fracasso moral do outro, mas na diferença de projeto e de continuidade. A China apostou em planejamento e consistência; o Brasil, em improviso e retórica. Um construiu o futuro, o outro o adiou indefinidamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SEMPRE DE VOLTA PARA O FUTURO

  Li no portal Carta Capital um artigo publicado no início deste mês tão interessante que até tentei copiá-lo para postar no blog. Infelizm...