Tenho andado muito cansado, cansaço provocado
pela doença de minha mulher, por duas internações para tratar a confusão mental
provocada pela baixa de sódio no sangue em menos de um mês. Talvez uma terceira
seja necessária, pois ela já está novamente dando sinais de confusão no
cérebro.
Para mim – mesmo sendo leigo – isso pode
significar que os remédios identificados como "vilões" (pregabalina,
desvenlafaxina, quetiapina e hidroclorotiazida) pelos médicos do hospital onde
foi internada, talvez nem sejam tanto assim, ou não sejam só eles.
Segundo um médico amigo de minha cunhada, o
quinto culpado pela baixa de sódio no sangue – ou até mesmo o principal culpado
– pode ser o excesso do hormônio aldosterona ou desequilibrio de magnésio. A
recuperação é simples, mas demorada. Um soro rico em sódio é aplicado lentamente,
muito lentamente na veia, e tudo volta ao normal. Um litro desse soro demora
trinta horas ou mais para ser totalmente aplicado, pois é liberado de forma
programada por uma “bomba”. O problema é descobrir o motivo, talvez escondido
em alguma alteração de natureza oncológica.
Por isso, para combater o stress e a
preocupação que venho sentindo, resolvi ser politicamente incorreto agora ou,
talvez, “policialmente correto”. E o tema é a recente operação no Rio de
Janeiro que resultou na morte de mais de cem criminosos fortemente armados. E
digo sem rodeios: apoio operações policiais que cumpram a lei e enfrentem
grupos que impõem o terror armado a comunidades inteiras. Não consigo aceitar passivamente teorias sociológicas e justificar comportamentos de quem, na prática, ameaça e até barbariza os moradores que amedronta e controla com violência.
Não duvido que muitos moradores dessas áreas –
gente de bem, reféns de extorsão, de ameaças, de tiros e de uma “taxação”
criminosa sobre tudo, até sobre o preço do botijão de gás – acompanhem esse
tipo de operação com um misto de alívio e esperança, ainda que em silêncio.
Eles sabem melhor do que ninguém quem manda ali, e certamente não é o Estado.
É possível aceitar como normal a barbárie que
é a existência de “tribunais do crime”, que torturam e executam pessoas por
motivos muitas vezes banais? Se dependesse da lógica da rua, muita gente
defenderia a aplicação da velha Lex Talionis, o famoso “olho por olho, dente
por dente”. Mas vivemos, oficialmente, em um Estado de Direito – mesmo que esse
direito chegue tarde, ou não chegue, para quem mora nessas regiões. Talvez por
isso grande parte da população apoie operações desse tipo, ainda que setores
organizados – a esquerda, a Igreja e grupos de defesa dos direitos humanos – as
condenem.
Essas mortes vão acabar com o tráfico, com os
assassinatos, com o poder paralelo? Claro que não, todos sabemos disso. Mas,
como me disse um manobrista enquanto eu pagava o estacionamento do hospital: “É um bandido a menos”. Concorde-se ou
não com essa frase, ela reflete um sentimento comum – o de que o Estado só se
lembra dos cidadãos quando eles viram estatística.
O mundo já ultrapassou oito bilhões de
habitantes e vive um debate global sobre sustentabilidade. No meio disso, a
comoção seletiva por criminosos armados de fuzis, cuja chance de regeneração é
mínima, parece, para muitos, um luxo moral distante da realidade de quem vive
sob o domínio do tráfico. É duro admitir, mas há quem pense assim – e não sem
motivo.
E agora chega, preciso levar minha mulher à
sua oncologista. Talvez fiquemos internados novamente, sem condições de acessar
o Blogson e os blogs que acompanho. Até a próxima, até quando der.
Em tempo: pedi ajuda ao ChatGPT para retirar ou modificar trechos do texto que pudessem ser equivocadamente classificados como "discurso de ódio" ou "injúria racial", simplesmente porque eu sou cara do bem, um sujeito totalmente a favor da cultura da não violência. Já escrevi sobre isso aqui no blog.
31/10/2025
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