Em seu
perfil do facebook o músico Gutemberg Guarabyra publicou um artigo escrito em
12/07/2025 pelo jornalista Lourival Sant’Anna. Gostei tanto do que li que
resolvi compartilhá-lo com os os leitores do blog. Olhaí.
𝐔𝐦𝐚 𝐫𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐝𝐢𝐠𝐧𝐚, 𝐩𝐫𝐚𝐠𝐦á𝐭𝐢𝐜𝐚 𝐞 𝐩𝐫𝐨𝐟𝐢𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐋𝐮𝐥𝐚 𝐥𝐢𝐝𝐚𝐫 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐚𝐭𝐚𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐞
𝐓𝐫𝐮𝐦𝐩 - 𝗟𝗼𝘂𝗿𝗶𝘃𝗮𝗹 𝗦𝗮𝗻𝘁'𝗔𝗻𝗻𝗮
O governo brasileiro pode, se quiser, lidar
com a crise deflagrada pela tarifa de 50% de Donald Trump de forma digna,
pragmática e profissional, visando os interesses nacionais.
Trump deixou clara, na carta a Lula, sua
identificação com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse aspecto deve ser
ignorado pelo governo brasileiro. Ele não é determinante. Reflete apenas o
desejo de Trump de se projetar como líder da direita internacional.
O governo, empresas e a Justiça dos EUA
acusam o STF de extrapolar sua jurisdição e prejudicar companhias americanas ao
impor a retirada, das redes sociais, de conteúdos considerados ilegais no
Brasil.
O STF não pode ceder nisso. Mas, como sugeriu
o ex-diretor-geral da OMC Roberto Azevedo, o governo brasileiro pode propor a
criação de comissão binacional para discutir a regulação das redes sociais e
inteligência artificial. Se Lula convidou um consultor da ditadura chinesa para
assistir o Brasil nessa área, não deveria ferir a soberania discutir o tema com
os EUA.
Lula pode, a portas fechadas, pessoalmente ou
por canais diplomáticos, sinalizar que não defenderá mais a substituição do dólar
como moeda de reserva global. Falar sobre isso não beneficia o Brasil. O custo
da dominância do dólar seria reduzido com melhora da gestão pública e do
ambiente de negócios, responsabilidade fiscal, juros baixos, atração de
investimentos, regime tributário coerente, indústria e serviços mais
competitivos.
Lula pode indicar sigilosamente a Trump um
distanciamento em relação à China, a Cuba e ao Irã, e salientar a comunhão de
valores e interesses com os EUA. A China faz comércio e investimentos no Brasil
porque é proveitoso para ela, não por causa da amizade de Lula.
O Brasil pratica tarifas e outras barreiras
comerciais muito altas. A média tarifária é de 11,8%, quando a dos EUA era de
2,5% antes de Trump, e a da Europa, 5%. O plástico, por exemplo, tem alíquota
de importação de 20%; o PVC, de 43%. Ações antidumping adotadas pelo Brasil
protegem segmentos politicamente influentes. O Brasil é o único país do mundo
com ação desse tipo contra o polipropileno americano.
Essa crise é uma oportunidade para o Brasil
abandonar, de forma negociada, essas barreiras. Isso incentivaria indústrias
brasileiras a investir em produtividade e qualidade, o que beneficiaria o
Brasil.
Numa negociação, o Brasil poderia oferecer a
redução do imposto de 15%, criado em outubro, sobre empresas estrangeiras, que
atinge as big techs americanas.
Trump poderia apresentar essas concessões
como vitórias e recuar da tarifa de 50%. Todos sairiam ganhando.
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