sexta-feira, 18 de julho de 2025

UMA RECEITA DIGNA E PRAGMÁTICA - LOURIVAL SANT'NNA

 

Em seu perfil do facebook o músico Gutemberg Guarabyra publicou um artigo escrito em 12/07/2025 pelo jornalista Lourival Sant’Anna. Gostei tanto do que li que resolvi compartilhá-lo com os os leitores do blog. Olhaí. 

𝐔𝐦𝐚 𝐫𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐝𝐢𝐠𝐧𝐚, 𝐩𝐫𝐚𝐠𝐦á𝐭𝐢𝐜𝐚 𝐞 𝐩𝐫𝐨𝐟𝐢𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐋𝐮𝐥𝐚 𝐥𝐢𝐝𝐚𝐫 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐚𝐭𝐚𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐞 𝐓𝐫𝐮𝐦𝐩 - 𝗟𝗼𝘂𝗿𝗶𝘃𝗮𝗹 𝗦𝗮𝗻𝘁'𝗔𝗻𝗻𝗮

O governo brasileiro pode, se quiser, lidar com a crise deflagrada pela tarifa de 50% de Donald Trump de forma digna, pragmática e profissional, visando os interesses nacionais.

Trump deixou clara, na carta a Lula, sua identificação com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse aspecto deve ser ignorado pelo governo brasileiro. Ele não é determinante. Reflete apenas o desejo de Trump de se projetar como líder da direita internacional.

O governo, empresas e a Justiça dos EUA acusam o STF de extrapolar sua jurisdição e prejudicar companhias americanas ao impor a retirada, das redes sociais, de conteúdos considerados ilegais no Brasil.

O STF não pode ceder nisso. Mas, como sugeriu o ex-diretor-geral da OMC Roberto Azevedo, o governo brasileiro pode propor a criação de comissão binacional para discutir a regulação das redes sociais e inteligência artificial. Se Lula convidou um consultor da ditadura chinesa para assistir o Brasil nessa área, não deveria ferir a soberania discutir o tema com os EUA.

Lula pode, a portas fechadas, pessoalmente ou por canais diplomáticos, sinalizar que não defenderá mais a substituição do dólar como moeda de reserva global. Falar sobre isso não beneficia o Brasil. O custo da dominância do dólar seria reduzido com melhora da gestão pública e do ambiente de negócios, responsabilidade fiscal, juros baixos, atração de investimentos, regime tributário coerente, indústria e serviços mais competitivos.

Lula pode indicar sigilosamente a Trump um distanciamento em relação à China, a Cuba e ao Irã, e salientar a comunhão de valores e interesses com os EUA. A China faz comércio e investimentos no Brasil porque é proveitoso para ela, não por causa da amizade de Lula.

O Brasil pratica tarifas e outras barreiras comerciais muito altas. A média tarifária é de 11,8%, quando a dos EUA era de 2,5% antes de Trump, e a da Europa, 5%. O plástico, por exemplo, tem alíquota de importação de 20%; o PVC, de 43%. Ações antidumping adotadas pelo Brasil protegem segmentos politicamente influentes. O Brasil é o único país do mundo com ação desse tipo contra o polipropileno americano.

Essa crise é uma oportunidade para o Brasil abandonar, de forma negociada, essas barreiras. Isso incentivaria indústrias brasileiras a investir em produtividade e qualidade, o que beneficiaria o Brasil.

Numa negociação, o Brasil poderia oferecer a redução do imposto de 15%, criado em outubro, sobre empresas estrangeiras, que atinge as big techs americanas.

Trump poderia apresentar essas concessões como vitórias e recuar da tarifa de 50%. Todos sairiam ganhando.

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