domingo, 31 de março de 2019
sexta-feira, 29 de março de 2019
domingo, 24 de março de 2019
quinta-feira, 21 de março de 2019
ME ENGANA QUE EU POSTO!
Um grande estudo feito pela Ipsos Mori (empresa de pesquisa de mercado do Reino Unido) com
mais de 19.000 pessoas em 27 países identificou que nos vemos com muita
indulgência, pois acreditamos que fake
news são coisas que afetam OUTRAS pessoas, mas nem tanto a nós mesmos. Que
posso dizer dessa constatação? Me engana
que eu posto! Olhaí:
“48%
das pessoas nos 27 países dizem que foram enganadas por fake news no passado -
que acreditavam que uma notícia era real até descobrirem que era falsa. Os
brasileiros são particularmente propensos a concordar com isso, com 62% dizendo
que eles acreditaram em uma história falsa em algum momento”.
Ou seja, podemos nos "orgulhar" de
estar acima da média mundial!
segunda-feira, 18 de março de 2019
sábado, 16 de março de 2019
QUANDO A SORTE TE SOLTA UM CISNE NA NOITE - MARCO ANTONIO ARAUJO
Existem frases e expressões que mesmo sendo
pouco usuais ou conhecidas ficam gravadas em minha mente. Um delas é o título
deste post. A frase “Quando a sorte te
solta um cisne na noite” já foi utilizada em dois textos recentes do
Blogson. O que talvez ninguém (ou quase ninguém) saiba é que é o título de uma
música e de um dos discos gravados por Marco Antonio Araújo.
Marco Antonio Araujo foi um músico da cena
artística mineira na década de 1980. Possuía formação em música erudita, tocava
violoncelo na Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e tinha alma de roqueiro.
Graças a essa mistura, deixou gravados cinco
LPs de rock progressivo. Morreu em consequência de um aneurisma cerebral em
janeiro de 1986, aos 36 anos. Esta é minha homenagem tardia a ele.
O HOMEM DOS 30 AOS 60 ANOS
Depois de alguns comentários sobre minha rabugice, mau humor e irritabilidade crescente, resolvi pesquisar na internet para ver se encontrava uma explicação para esses novos comportamentos, notados até mesmo por mim. Descobri um texto que me fez rir muito (um riso tipo hiena, manja?), apesar de não ter a faixa etária dos setentinha onde me encontro (talvez fosse melhor dizer "onde me perco" ou "onde me escondo"). Aí resolvi publicar no blog, pois Blogson Crusoe também é cultura (mesmo que seja tipo Almanaque do Biotônico)! Olhaí.
(Artigo extraído do livro Doenças, Conhecer para Prevenir (Ottoni Editora), de autoria do médico Mário Cândido de Oliveira Gomes, falecido aos 77 anos, no dia 6 de junho de 2013.)
(Artigo extraído do livro Doenças, Conhecer para Prevenir (Ottoni Editora), de autoria do médico Mário Cândido de Oliveira Gomes, falecido aos 77 anos, no dia 6 de junho de 2013.)
O processo de envelhecimento é inexorável.
Dos 30 aos 60 anos surgem grandes transformações no organismo do homem. Vejamos
o que acontece em relação à pele, cabelo, coração, cérebro, pênis (próstata) e
músculos (ossos).
Aos 30 anos diminui a produção de elastina e colágeno, que são responsáveis pelo viço e tônus da pele, surgindo entradas no cabelo. O coração já começa a sentir os primeiros sinais do fumo, sedentarismo, pressão alta e colesterol. A pressão tolerada para esta idade é de 12/8. A mente está em plena atividade, apesar da perda de um milhão de neurônios. O álcool provoca contração dos vasos, diminuindo o oxigênio no cérebro. A potência sexual atinge o máximo, com duas a três relações por noite, com intervalo de menos de uma hora entre elas. Nesta idade, 30% dos homens sofrem de ejaculação precoce e outros 30% de impotência, que é de fundo psicológico. Com a rotina de exercícios constantes é possível ganhar 15% de massa muscular, todavia, a partir dos 35 anos, pode-se aumentar 3 quilos de peso em cada década, principalmente na barriga.
Aos 40 anos as rugas (pés-de-galinha) ficam mais visíveis, com 55% de algum tipo de calvície a partir dos 45 anos. A parede das artérias fica mais dura, aumentando a pressão, cuja normalidade é de 120/80. A agilidade de raciocínio não é mais a mesma, levando mais tempo para processar informações. O tendão que liga o pênis ao púbis fica mais frouxo, com diminuição do grau de ereção. Tem início a andropausa, com diminuição na produção de testosterona (1% ao ano) e aumento da próstata. A perda de massa óssea é de 0,3% ao ano, com a projeção dos ombros para frente pela compressão das vértebras.
Aos 30 anos diminui a produção de elastina e colágeno, que são responsáveis pelo viço e tônus da pele, surgindo entradas no cabelo. O coração já começa a sentir os primeiros sinais do fumo, sedentarismo, pressão alta e colesterol. A pressão tolerada para esta idade é de 12/8. A mente está em plena atividade, apesar da perda de um milhão de neurônios. O álcool provoca contração dos vasos, diminuindo o oxigênio no cérebro. A potência sexual atinge o máximo, com duas a três relações por noite, com intervalo de menos de uma hora entre elas. Nesta idade, 30% dos homens sofrem de ejaculação precoce e outros 30% de impotência, que é de fundo psicológico. Com a rotina de exercícios constantes é possível ganhar 15% de massa muscular, todavia, a partir dos 35 anos, pode-se aumentar 3 quilos de peso em cada década, principalmente na barriga.
Aos 40 anos as rugas (pés-de-galinha) ficam mais visíveis, com 55% de algum tipo de calvície a partir dos 45 anos. A parede das artérias fica mais dura, aumentando a pressão, cuja normalidade é de 120/80. A agilidade de raciocínio não é mais a mesma, levando mais tempo para processar informações. O tendão que liga o pênis ao púbis fica mais frouxo, com diminuição do grau de ereção. Tem início a andropausa, com diminuição na produção de testosterona (1% ao ano) e aumento da próstata. A perda de massa óssea é de 0,3% ao ano, com a projeção dos ombros para frente pela compressão das vértebras.
Quando o homem atinge os 50 anos de idade surgem as manchas de sol no rosto e corpo, o cabelo fica mais fino e ralo, com perda diária de 70 a 100 fios. A queda no ritmo do metabolismo facilita o acúmulo de gordura, com diminuição da frequência do coração em 15%. O cérebro perde de 30 a 50 mil neurônios por dia, com redução em 20% do tamanho do órgão. A depressão aparece em 10% dos homens. O ângulo de ereção do pênis fica abaixo da horizontal, surgindo causas orgânicas para a impotência, como a pressão alta, diabetes, etc. O gasto menor de calorias (vida sedentária, etc) favorece o acúmulo de gordura no abdome, perda da massa muscular e maior flacidez. Finalmente, o indivíduo chega aos 60 anos.
Como sexagenário as perdas se acentuam. Assim, é a idade crítica para o câncer de pele. A calvície atinge 70% dos homens, com perda de mais de 100 fios/dia. Além disso, os fios tendem a ficar brancos pela perda da capacidade de produzir pigmentos. O coração fica mais duro, pela redução do número de células e depósito de fibras do colágeno, podendo surgir falta de ar. A pressão boa é de 140/90, aumentando o perigo dos infartos (30%), enquanto o sono diminui e o humor piora. O indivíduo fica rabugento e intransigente. Também ocorre perda da memória em 5% dos homens, com tendência a aumentar com a idade. Nesta idade, 6% dos homens não conseguem ter ereção, e os que conseguem precisam de pelo menos um dia entre as relações. O risco de câncer de próstata é de 7%. A perda de massa óssea é de 5%, com possibilidade de osteoporose em 10% e tendência a sofrer quedas e fraturas.
Aos 60 anos o indivíduo começa a reduzir de tamanho, com perda de 3 a 5 cm. Nesta idade os especialistas fazem algumas sugestões tais como retirar as pintas irregulares, fazer implante para a calvície avançada, usar medicamentos (estatinas) para o controle do colesterol e da pressão alta, caso o exercício e dieta não funcionem. Em caso de risco de derrames e infartos, tomar uma aspirina (75 mg) por dia, acrescendo fibras e gorduras polinsaturadas para manter o bom colesterol. Ainda, manter o cérebro sempre ativo através da leitura, não abusar do álcool e largar de fumar correndo. A revisão anual da próstata é fundamental (PSA, toque, etc). abusando dos alimentos com pigmento vermelho (Iicopeno), como molho de tomate, melancia e goiaba, que diminuem o risco de tumor. Os medicamentos contra a impotência funcionam e devem ser usados, se não houver contraindicação.
Finalmente, ingerir pastilhas de cálcio, tomar sol por 30 minutos/dia e fazer reposição hormonal, se necessário. Retardar o processo de envelhecimento é uma decisão pessoal. mas viver a vida com qualidade é uma necessidade.
sexta-feira, 15 de março de 2019
POÉTICO, TOCANTE, PROFUNDO
Às vezes a Realidade mostra-se tão áspera que
a vontade é colocar óculos ou máscara de realidade virtual e fazer um passeio
pelos monumentos do Antigo Egito, pelas ruínas de Machu Picchu, por Florença e
outras cidades italianas ou Stonehenge (é, pois sei que pessoalmente nunca irei
a nenhum desses lugares magníficos). Tragédias como a recente “Columbine brasileira” causam tanto horror que provocam esse tipo
de desejo.
Como tenho tido pouca vontade e inspiração
para escrever textos mais longos e elaborados, posto frases isoladas no
Facebook que ninguém lê ou curte (parece ser essa a minha sina). E uma delas
foi esta:
Mas às vezes “a sorte te solta um cisne na noite”. Alguém, certamente uma pessoa sensível, utilizou um post com
aqueles diálogos idiotas que costumo “obrar” para fazer um comentário poético,
tocante, profundo. Como ficou deslocado no meio do lixo de minha autoria, resolvi
transcrevê-lo como fecho para este post.
Não, não há alívio para quem está de partida
Não se permitem lágrimas para quem deixou essa vida
O morto não chora por si
Não reza pela própria alma despida
Não escreve a lápide onde jaz
Nenhum corpo entende a dor do que vai
quinta-feira, 14 de março de 2019
TÃO SINGULAR!
A ideia do Big Bang sempre me fascinou. E eu
creio totalmente nisso. O único defeito é não ter uma explicação para o “antes”
da Dona Singularidade. Isso, para um mortal rebelde é uma sacanagem inadmissível.
Por isso, resolvi brincar com a ideia do que pode ter existido antes do Big Bang, depois de “cruzado” com o
símbolo do Infinito, o "oito” deitado. Obviamente é apenas uma brincadeira
visual. Vê aí.
terça-feira, 12 de março de 2019
CHAUVET
Que tal se você tivesse a
sorte de encontrar uma caverna que - graças a um deslizamento de rochas - ficou
intocada por 20.000 anos? Bacana demais, não?
E se ao conseguir entrar por
uma abertura minúscula encontrasse desenhos lindíssimos de animais (alguns já
extintos)? Seria maravilhoso, não? E se, algum tempo depois, após testes de datação descobrisse que esses desenhos foram
feitos há 36.000 anos e que são os mais antigos já descobertos?
Nesse momento, talvez você voltasse a esse lugar mágico, ficaria
olhando silenciosa e reverentemente essas obras de arte (quase em oração, quase em comunhão com os fantásticos artistas de um passado inimaginável) e se
esqueceria (ainda que por instantes) da tristeza, da depressão, do aquecimento global, da falta de assunto do blog, das mazelas e
misérias do mundo atual. Ou não?
segunda-feira, 11 de março de 2019
PAREDE DA MEMÓRIA
Aprendi a nadar só com 14 anos de idade.
Assim mesmo, graças à insistência de meu irmão mais velho, que se esforçava
para nos tirar daquela vidinha de merda e pouco dinheiro que levávamos. Dele
também foi a ideia de nos tornarmos sócios da sede “urbana” do Cruzeiro (as
novas instalações construídas na região da Pampulha – e onde não tínhamos
acesso - eram conhecidas por “sede campestre”).
O “Cruzeirinho” possuía uma piscina de 12,5 x
25 metros, de azulejos quebrados e água frequentemente esverdeada. Longe, muito
longe da magnificência da piscina olímpica de 25 x 50 metros do Minas Tênis. A
frequência era só de moradores da região e de pessoas da classe média para baixo.
E foi esse mundinho de gente remediada que passei a
frequentar. Obviamente, aquilo para mim era o máximo se comparado
com o bairro ainda mais humilde onde morávamos.
Eu tinha dezesseis anos quando resolveram
ressuscitar a equipe de natação do clube. Um conhecido entrou e nos chamou para
participar também. De 1966 a 1968 fiz parte daquela equipe. Mas eu era medíocre
e pouco dedicado. Talvez por isso, ninguém exigia muito de mim (fico pensando o
que poderia ter acontecido se tivesse sido mais exigido). Foi nesse período que
conheci um excelente nadador que tinha o apelido de “Gato”. Era vaidoso, irônico,
atlético, namorava a Neusa (uma nadadora gostosinha e gente fina) e
pertencia ao grupo de elite da equipe. Talvez por isso não me dava muita
atenção, pois, além de tímido, esquelético e sem namorada, eu ainda
pertencia – suprema desgraça! – ao “lado B” da equipe.
Um dia, cinco dos melhores nadadores
começaram a se comportar de maneira estranha. Ficaram mais arredios,
conversavam só entre eles e acabaram saindo da equipe. Foi assim que descobri
que um gato estava dando tapas na pantera. Ele e os demais. Depois
disso, a vida andou, dois desses cinco jovens morreram em um acidente a caminho de
Guarapari, saímos do Cruzeirinho e perdemos contato com os conhecidos e amigos
que fizemos naquela piscina.
Ontem, ao acessar o Facebook, a década de
1960 deu as caras e invadiu minha memória, pois tive a atenção voltada para uma
foto postada por um dos “amigos" dessa rede para homenagear alguém
recentemente falecido. A foto mostrava um rosto levemente familiar e um apelido
pouco usual, igual ao do meu conhecido de juventude: "Gato". Perguntado sobre isso,
meu "amigo" confirmou que o homem do retrato era o mesmo Gato que eu
havia conhecido. Lamentei sua morte e pensei que na minha "parede da memória" havia agora mais um quadro pendurado. Pequeno, talvez, mas um quadro a mais em um painel que já exibe muitos retratos.
quinta-feira, 7 de março de 2019
NAQUELE TEMPO - AFFONSINHO (GRAVAÇÃO ORIGINAL TAVITO)
Saudade do Tavito e de seu som imaginado!
A vida
tem sons que pra gente ouvir
Precisa
entender que um amor de verdade
É feito
canção, qualquer coisa assim
Que tem
seu começo, seu meio e seu fim
A vida
tem sons que pra gente ouvir
Precisa
aprender a começar de novo
É como
tocar o mesmo violão
E nele
compor uma nova canção
Que
fale de amor
Que
faça chorar
Que
toque mais forte
Esse
meu coração
O Tavito foi um músico mineiro que tangenciou
o Clube da Esquina ao fazer parte de uma das bandas de apoio do Milton
Nascimento. Só tinha fera: Zé Rodrix e Wagner Tiso nos teclados, Robertinho Silva
na bateria, Luisão no baixo, Fredera na guitarra solo e Tavito no violão e
guitarra. Nome da banda: Som
Imaginário. Separaram-se depois de três discos gravados.
Tavito seguiu carreira solo e gravou alguns
discos. Algumas músicas fizeram um puta sucesso e tocaram no rádio até mandar
parar, inclusive na voz de outros artistas: Casa no Campo, Começo, Meio e Fim, Naquele Tempo, Rua Ramalhete.
“Naquele Tempo” é uma das que mais gosto, mas não é de sua autoria. E é ela que eu resolvi postar no Blogson. Como este blog é mesmo uma zona, escolhi uma releitura feita pelo Affonsinho, outro guitarrista feríssimo (que tocou no Hanói Hanói), justamente por ter visto o Tavito e o Affonsinho cantando essa música no bairro de Santa Tereza, em BH.
E por que eu gosto dessa música? Porque eu me vejo muito nela, que fala de coisas que também aconteceram comigo. Sabe como é, saudade de mim mesmo...
quarta-feira, 6 de março de 2019
terça-feira, 5 de março de 2019
segunda-feira, 4 de março de 2019
NÃO ME LEVE A MAL, HOJE É CARNAVAL
-
Chegou o Carnaval!
-
É mesmo, maior porre...
-
Você não gosta de carnaval?
-
Eu não! Tudo para, só dá gente bêbada vomitando, mijando nos muros, um saco!...
-
Pois eu gosto bastante, sempre gostei.
-
Olhai o folião da melhor idade! Você ainda pula carnaval?
-
Pra ser sincero, nesta altura do campeonato, eu não pulo carnaval, eu arrasto
carnaval, entende?
- Noossa!
domingo, 3 de março de 2019
VOLTA BELCHIOR
Foi no início da adolescência que eu comecei a participar das matinês e
bailes de Carnaval que aconteciam nos clubes. Era sempre a mesma coisa, ano após
ano. Eu era super ultra mega tímido e ficava paralisado nos primeiros dias,
mesmo que sempre desejasse encontrar o “amor da minha vida”. Como tinha também o “auxílio
luxuoso” da minha silhueta magérrima (IMC=18,9), obviamente não conseguia nada, sempre terminava sozinho.
Apesar disso, no último dia era invadido por uma melancolia que vinha da
certeza de que “agora, só no ano que vem”, porque eu gostava de Carnaval.
Isso só mudou em 1969, quando conheci minha lynda
menina (para mim, ela sempre será minha menina). A partir daí passamos a ir
juntos aos bailes, mas, mesmo assim, no último dia ainda dava aquele gostinho (já
muito diluído) de “agora, só no ano que
vem”.
O tempo passou (muito, muito tempo!), os
bailes de clubes estão praticamente extintos e o carnaval de blocos de rua
explodiu em Belo Horizonte. Para variar, resolvemos hoje, sábado de Carnaval, sair
atrás de um desses, o “Volta Belchior”
(criado um ano antes da morte do cantor). Minha mulher, linda como sempre e eu,
com minha versão “Seu Madruga” (às
vezes confundido com o Belchior graças ao bigodão postiço).
O que sei é que depois de chover pra kawaka,
estávamos no meio da muvuca, esperando a saída do bloco. Mas tinha tanta gente,
a rua estava tão cheia de foliões “indo Belchior”, “voltando Belchior” ou
simplesmente “esperando Belchior”, que logo me ocorreu um pensamento com a
sabedoria de Jotabê: “Se ficar parado vai ser encoxado”.
Estava nesse devaneio quando minha mulher começou
a conversar com um casal de jovens, logo transformado em trio: Ana Luiza, seu
aparente namorado e designer gráfico Bruno Martim e o amigo Bruno, todos
simpaticíssimos. E ficamos ali conversando despreocupadamente. Como minha
mulher mencionou meu sobrenome obsceno, tive de mostrar minha identidade para
eles.
Em determinado momento, a jovem, com a
delicadeza que parece ser própria de todas as Anas Luizas, disse que nós éramos
“fofos”, mas eu protestei, ao dizer que
não era “fofo”, apenas “flácido”. Mais risos e logo depois a despedida. E foi aí, em
pleno sábado de Carnaval, que bateu uma melancoliazinha, por saber que provavelmente
aquela foi a primeira e última vez em que encontramos aqueles jovens tão
simpáticos, amistosos, tão cheios de vida e, de sonhos, muitos sonhos. E tive saudade de um tempo em que eles poderiam ser nossos amigos. Volta Belchior? Que nada! Volta, Juventude, isso sim!
sábado, 2 de março de 2019
ARTIGO 120
Existem frases que são tão repetidas e
alteradas que no final das contas ninguém sabe mais sua origem. Uma delas é
esta, atribuída a Maquiavel (sabe lá Deus se é
dele mesmo!) "Aos amigos os favores,
aos inimigos a lei".
Já li em algum lugar uma versão diferente,
extremamente “delicada”: “Aos amigos
tudo, aos indiferentes a lei e aos inimigos as pauladas”. Até o finado
Clodovil entrou nessa: “Clô para os íntimos, dô pra quem eu quiser e vil
para os inimigos". Mas também
não sei se é dele mesmo ou foi satirizado por alguém (opção mais
provável).
Lembrei-me dessas frases
ao ler comentários e manifestações raivosas a propósito da autorização dada ao
ex-presidente Lula para que pudesse ir ao velório do neto, um coitadinho de
sete anos apenas. Uma dessas pessoas foi Eduardo Bolsonaro, um dos filhos
trapalhões do presidente, que teria escrito no Twitter. “Lula é preso comum e deveria estar num
presídio comum. Quando o parente de outro preso morrer ele também será
escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso, só deixa o
larápio em voga posando de coitado”.
Apesar de odiar o PT e achar o Lula um porre, fiquei estupefato com essa nova idiotice,
ainda mais ao descobrir que a ida ao sepultamento é um direito previsto no artigo 120, da Lei de Execução Penal, que
estabelece:
SUBSEÇÃO
I
Da Permissão
de Saída
Art.
120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os
presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento,
mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
I -
falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou
irmão;
Bem, o Lula acabou indo ao velório. Mas, diante da visão rancorosa e sem compaixão que vi nas reders sociais, resolvi “brindar” meus amigos de facebook com esta frase:
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