Às vezes tenho vontade de
me deitar em uma rede em uma varanda à beira-mar e ficar em silêncio, apenas ouvindo bossa nova e
sucessos americanos das décadas de 1920, 30 e 40. E nunca mais me levantar.
Essa é minha visão do paraíso.
Não terei sede, não sentirei
fome nem desejo de nada, apenas a vontade de ali permanecer para sempre.
Aos poucos minha pele irá
adquirindo uma cor pálida e aspecto granulado, semelhante aos grãos de areia
sobre mim depositados, trazidos pelos ventos do litoral.
E eu começarei lentamente a me
desintegrar, a me transformar em moléculas, em átomos, em partículas sub-atômicas, em poeira cósmica, ouvindo Stardust.
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