segunda-feira, 5 de março de 2018

VISÃO DO PARAÍSO

Às vezes tenho vontade de me deitar em uma rede em uma varanda à beira-mar e ficar  em silêncio, apenas ouvindo bossa nova e sucessos americanos das décadas de 1920, 30 e 40. E nunca mais me levantar. Essa é minha visão do paraíso.

Não terei sede, não sentirei fome nem desejo de nada, apenas a vontade de ali permanecer para sempre.

Aos poucos minha pele irá adquirindo uma cor pálida e aspecto granulado, semelhante aos grãos de areia sobre mim depositados, trazidos pelos ventos do litoral.

E eu começarei lentamente a me desintegrar, a me transformar em moléculas, em átomos, em partículas sub-atômicas, em poeira cósmica, ouvindo Stardust.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

ESTRELA DE BELÉM, ESTRELA DE BELÉM!

  Na música “Ouro de Tolo” o Raul Seixas cantou estes versos: “Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado. Macaco, praia, ...