terça-feira, 22 de julho de 2025

A MÁGICA DE OZZY

 
Quando, em 1968, o Black Sabath surgiu, eu já estava prestes a ficar órfão de ídolos máximos do rock – a separação dos Beatles em 1969, a morte de Brian Jones em 1969 e as de Jimi Hendrix e Janis Joplin em 1970. Embora novo, eu já era um roqueiro das antigas, talvez imune à Mágica de Ozzy (boa essa!) e de seus companheiros. Por isso, quase nada ouvi do som que estavam formatando.
 
Mas o tempo passou e descobri que Ozzy Osbourne era um cara gente boa e divertido. E hoje recebo a notícia de sua morte aos 76 anos, um ano mais velho que eu. Pensando em seus excessos e em sua vida desregrada e porra louca, lembrei-me dos versos do Chico Buarque:
 
“E qualquer desatenção, faça não, pode ser a gota d’água”. R.I.P, Ozzy.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

THE FLYING COW CASE AND OTHER UNBELIEVABLE TALES

 
Para quem se propôs a reduzir o número de e-books publicados como forma de combater a mediocridade pretensiosa que transbordava dos quatorze livros surgidos de uma seleção displicente de textos, publicar mais um parece um contrassenso total. Mas há um motivo: comecei a reler os casos divertidos que um dia ouvi de um colega hoje falecido e, confesso, fiquei um pouco emocionado.
 
Os leitores mais antigos do blog (talvez reste apenas um) talvez se lembrem dos casos bizarros e hilariantes de um sujeito com quem convivi de 1980 a 1992 – ano em que ele se aposentou e deixou a empresa onde trabalhávamos.
 
Depois disso, nossos contatos tornaram-se raríssimos – até sua morte, em 2008. (Nunca fui bom em manter amizades.) Só em 2007 ou 2008 voltei a vê-lo pessoalmente, em duas ou três visitas que eu e minha mulher fizemos ao sítio onde ele morava.
 
Como todo mundo rolava de rir quando, nos encontros familiares, eu contava suas histórias mirabolantes, resolvi escrevê-las, como uma espécie de homenagem póstuma a um sujeito que, apesar dos trinta anos de diferença entre nós, acabou se tornando meu melhor amigo.
 
Com a criação do Blogson, publiquei essas histórias em várias postagens. Mais recentemente, dei um passo adiante e reuni os casos em um e-book. E hoje fui além: com o “auxílio luxuoso” do ChatGPT, publiquei a versão em inglês dessas histórias.
 
Para quê? Para que mais pessoas possam se divertir com as maluquices de meu amigo, por não ter nada melhor pra fazer e porque senti saudade de um tempo sem problemas graves de saúde, sem polarização do ódio, sem tarifações absurdas, tornozeleiras eletrônicas e outras mazelas do tipo.
 
Por coerência com o idioma, lancei o e-book na Amazon.com, o que acabou tornando o livro caro pra burro. Mas, como sempre, nos próximos cinco dias (de 22 a 26/07) o download será gratuito (assim espero!).
 
Para quem se interessar em treinar o inglês, o link é este:
 

 

sexta-feira, 18 de julho de 2025

UMA RECEITA DIGNA E PRAGMÁTICA - LOURIVAL SANT'NNA

 

Em seu perfil do facebook o músico Gutemberg Guarabyra publicou um artigo escrito em 12/07/2025 pelo jornalista Lourival Sant’Anna. Gostei tanto do que li que resolvi compartilhá-lo com os os leitores do blog. Olhaí. 

𝐔𝐦𝐚 𝐫𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐝𝐢𝐠𝐧𝐚, 𝐩𝐫𝐚𝐠𝐦á𝐭𝐢𝐜𝐚 𝐞 𝐩𝐫𝐨𝐟𝐢𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐋𝐮𝐥𝐚 𝐥𝐢𝐝𝐚𝐫 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐚𝐭𝐚𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐞 𝐓𝐫𝐮𝐦𝐩 - 𝗟𝗼𝘂𝗿𝗶𝘃𝗮𝗹 𝗦𝗮𝗻𝘁'𝗔𝗻𝗻𝗮

O governo brasileiro pode, se quiser, lidar com a crise deflagrada pela tarifa de 50% de Donald Trump de forma digna, pragmática e profissional, visando os interesses nacionais.

Trump deixou clara, na carta a Lula, sua identificação com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse aspecto deve ser ignorado pelo governo brasileiro. Ele não é determinante. Reflete apenas o desejo de Trump de se projetar como líder da direita internacional.

O governo, empresas e a Justiça dos EUA acusam o STF de extrapolar sua jurisdição e prejudicar companhias americanas ao impor a retirada, das redes sociais, de conteúdos considerados ilegais no Brasil.

O STF não pode ceder nisso. Mas, como sugeriu o ex-diretor-geral da OMC Roberto Azevedo, o governo brasileiro pode propor a criação de comissão binacional para discutir a regulação das redes sociais e inteligência artificial. Se Lula convidou um consultor da ditadura chinesa para assistir o Brasil nessa área, não deveria ferir a soberania discutir o tema com os EUA.

Lula pode, a portas fechadas, pessoalmente ou por canais diplomáticos, sinalizar que não defenderá mais a substituição do dólar como moeda de reserva global. Falar sobre isso não beneficia o Brasil. O custo da dominância do dólar seria reduzido com melhora da gestão pública e do ambiente de negócios, responsabilidade fiscal, juros baixos, atração de investimentos, regime tributário coerente, indústria e serviços mais competitivos.

Lula pode indicar sigilosamente a Trump um distanciamento em relação à China, a Cuba e ao Irã, e salientar a comunhão de valores e interesses com os EUA. A China faz comércio e investimentos no Brasil porque é proveitoso para ela, não por causa da amizade de Lula.

O Brasil pratica tarifas e outras barreiras comerciais muito altas. A média tarifária é de 11,8%, quando a dos EUA era de 2,5% antes de Trump, e a da Europa, 5%. O plástico, por exemplo, tem alíquota de importação de 20%; o PVC, de 43%. Ações antidumping adotadas pelo Brasil protegem segmentos politicamente influentes. O Brasil é o único país do mundo com ação desse tipo contra o polipropileno americano.

Essa crise é uma oportunidade para o Brasil abandonar, de forma negociada, essas barreiras. Isso incentivaria indústrias brasileiras a investir em produtividade e qualidade, o que beneficiaria o Brasil.

Numa negociação, o Brasil poderia oferecer a redução do imposto de 15%, criado em outubro, sobre empresas estrangeiras, que atinge as big techs americanas.

Trump poderia apresentar essas concessões como vitórias e recuar da tarifa de 50%. Todos sairiam ganhando.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

SÓ QUALIDADE BOA!

 
Se alguém que não me conhece pedisse para eu relacionar minhas qualidades e defeitos – ou, em outras palavras, para definir meu perfil – eu recomendaria que acessasse este link:
https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2017/01/perfil-para-o-facebook.html
 
Mas o que fazer se alguém – mesmo que eu não seja psicólogo – me pedir para traçar o perfil de uma personalidade mundialmente conhecida? Bem, a resposta está no desenho a seguir.



 
Mas faltou uma palavra: chantagista. E ele deve se achar como o cara da letra da música New York, New York: "I'm a number one, top of the list, king of the hill". Grande filho da puta, isso sim!

quarta-feira, 16 de julho de 2025

AMIGO URSO

Há muito tempo imaginei esta tirinha – ou HQ, ou piada – por ter ouvido o trocadilho "urso bipolar" em um episódio da série The Big Bang Theory. Obviamente nunca conseguiria transformar em HQ o diálogo idiota que imaginei. Aí surgiu o ChatGPT. Por estar fazendo seleção de textos para reduzir a mediocridade publicada na forma de e-books, reencontrei esse diálogo. E pimba! Sinceramente, gostaria que os ursos ficassem mais próximos da realidade e que o urso magro não fosse tão magro, mas quién soy yo para quejarme?



terça-feira, 15 de julho de 2025

MAIS DOWNLOAD GRATUITO

 
A campanha de redução da mediocridade gerou mais um rebento, fruto da transformação de três e-books dedicados ao “humor” jotabélico em apenas um, depois de uma capina bruta. Peço desculpas aos leitores do blog pelos títulos e capas idiotas dos novos e-books, provas de que estou bom para passar o facão no material produzido e péssimo para criar.
 
Esse e-book síntese estará com download gratuito de 16/07 a 20/07. E o título (ah, que bonitinho!) é SEM MEDO DE SER ReDÍCULO. O link é este:
https://www.amazon.com.br/dp/B0FHGHLSXX
 
Com isso os quatorze e-books irresponsavelmente publicados anteriormente estão agora reduzidos (ainda) a dez. Vamos tentar continuar a faxina, mas estou me importando cada vez menos com isso e com a manutenção do próprio blog.

 

segunda-feira, 14 de julho de 2025

RESTAURA NADA!

 
Já faz algum tempo que recebi de minha irmã a cópia de uma linda  e antiquíssima  fotografia da família de minha avó materna. Deve ter sido registrada entre 1915 e 1920 e está muito danificada. Uma das tias-avós estava ausente no dia do retrato e foi inserida depois, com o Photoshop da época: tesoura e cola ou goma arábica.
 
Recebi também a cópia de uma restauração da mesma imagem. Sinceramente, alguns parentes até "ficaram bem na foto", mas a feiura da maioria (minha avó incluída) é constrangedora, fazendo-me pensar numa espécie de "Família Adams" cabocla. Como bem observou minha irmã, o restaurador fez um trabalho ridículo: “colocou óculos no bisavô, um vestido na Tia Anita – que é a do retratinho colado – e ainda modificou a fisionomia dela, um troço muito tosco”. Só posso acrescentar: e com sobrancelhas de Frida Kahlo!
 
Pois bem. Descobri, por meio de meu filho, que o “onipotente” ChatGPT também restaura fotografias. Diante disso, resolvemos restaurar a foto original com as seguintes recomendações, menu copiado de um site indicado por esse filho:
 
Analise a foto enviada e realize uma restauração completa. Detecte e corrija os seguintes, se presentes:
Riscos, manchas de poeira ou sujeira
Marcas de dobra ou vincos
Áreas faltando ou rasgadas
Descoloração ou amarelamento
Partes desbotadas ou borradas
Detalhes faciais e corporais danificados (com reconstrução natural)
Ruídos visuais e falta de nitidez
Textura e iluminação incoerentes
A imagem final deve parecer natural.
 
E não é que o danado do ChatGPT fez mesmo? Na verdade fez a maior zona, gerando uma imagem com "dublês" vestidos como meus parentes, mas em nada parecidos com eles. Ao que parece, por ser uma Inteligência Artificial, o ChatGPT achou melhor criar uma realidade alternativa e chutou o pau da barraca: tirou bigode de um, colocou óculos em outro, mudou o sexo de um tio à direita da foto, transformou minha tia-avó ausente em santa  graças a uma auréola colocada em sua cabeça  e fez “harmonização facial” em todo mundo.  
 
A seguir, as fotos em ordem cronológica:

Foto original, com moldura lindíssima
 


 
Foto original, sem moldura
 


 
Foto restaurada
 


 
Restauração do ChatGPT
 


Conclusão: talvez nem mesmo uma IA seja capaz de traduzir tanta feiura da foto original com realismo e fidelidade!

domingo, 13 de julho de 2025

OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS - TERCEIRA (E ÚLTIMA!!!!) PARTE

 
Na falta de alguma coisa interessante para fazer e pelo fato de meu teclado estar dando pau – tornando quase impossível escrever qualquer coisa, resolvi publicar ou exibir minhas escolhas primárias no quiz publicado na parte 2 deste post. Essas escolhas me classificam como alguém de centro ou centro-esquerda moderadíssima. Isso interessa a alguém? Não.
 

- Nacionalismo / Patriotismo: Valorização da diversidade, crítica ao nacionalismo excessivo

- Democracia / Autoritarismo: Democracia liberal, defesa da ordem

Imigração / Diversidade: Imigração controlada, valorização cultural seletiva

- Religião na Política: Estado laico e combate a imposições religiosas

- Economia: Livre mercado com regulação mínima

- Desigualdade Social: Deve ser combatida com políticas públicas e redistribuição

- Pautas identitárias (gênero, raça, LGBTQIA+): Apoio amplo com base em direitos humanos

- Meio ambiente / Mudanças climáticas: Prioridade à agenda ecológica, energias limpas

- Violência e segurança pública: Tolerância a políticas duras, foco em repressão

- Relação com a imprensa e cultura: Respeito à liberdade de expressão.

 

sábado, 12 de julho de 2025

OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS - PRIMEIRA PARTE

 
Dizem os sabichões e sabichonas que foi Platão – o inventor do amor e do sexo platônico – quem disse que O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam”. Talvez ele tivesse razão, pois política é uma coisa que dá azia em antiácido ou, sendo mais claro (mas não elegante), política é um saco.
 
Em uma de suas últimas entrevistas, meu ídolo Millôr Fernandes soltou uma de suas frases definitivas: “Ninguém que ambiciona o poder deixa de ser um filho da puta! Pode ser um pouco mais ou um pouco menos. Mas o homem de bem, no sentido genérico e universal da palavra ‘bem’, não ambiciona o poder”. E talvez seja isso, o político profissional, que faz da política sua máxima aspiração talvez não seja “normal”, talvez tenha algum desvio de personalidade, algum messianismo – ou só mesmo vontade de roubar.
 
E por ser um saco, falar de política é muito chato, ainda mais em um blog que agoniza mas não morre. Em compensação, fazer testes disso e daquilo, fazer um quiz impresso ou eletrônico sempre atrai a atenção de quem está desocupado e coçando saco (mesmo que às vezes nem o possua). Por isso, resolvi fazer um testinho para entreter os milhares de leitores que acessam este blog moribundo. E o tema do quiz é justamente sobre política, ou melhor, sobre quem eu sou (“eu” no sentido genérico, capisce?).
 
E essa ideia surgiu depois de ouvir as falas recentes daquele cabelo de milho e miolo mole lá do norte. Como pode ser tão boçal, tão bacaca assim? E há quem o defenda e aplauda! Por isso e pensando nele e em seu coleguinha brasileiro, fiz esta pergunta ao ChatGPT: “quais são os valores defendidos pela extrema direita de qualquer país?”
 
Para encurtar a conversa, depois de idas e vindas, o ChatGPT criou uma tabela com os valores defendidos não só pela Extrema Direita como também pela Direita Moderada, pela moçada de Centro, de Esquerda Moderada          e Extrema-Esquerda.
 
Abstendo-me de avaliar se está correta ou não essa análise, resolvi fazer um quiz para testar minha posição no espectro político (isto ficou muito sério). E a técnica foi atribuir de um a cinco pontos para cada visão, sendo cinco para a extrema-direita e um para a extrema-esquerda. Se houvesse mais de uma escolha, seria feita a média dos pontos daquele quesito. Depois era só somar e comparar com a totalidade atribuída aos dois extremos – 50 pontos para a direita radical e dez para a esquerda idem.
 
E qual a precisão científica disso? Nenhuma, claro, pois o objetivo é só divertir. E para não ficar muito maçante (porque política é um assunto muito maçante), a publicação deste quiz será feita em duas postagens sequenciais: esta explicação e, segunda, a “prática”.
 
Para encerrar este post, meu resultado: eu fiz o teste e minha pontuação foi 27,5 – menor que 30 (a média de 50 mais 10), significando que sou um cara de centro-esquerda. E agora o spoiler: se for feita a inversão da pontuação (50 para a extrema-esquerda e dez para a extrema-direita), meu resultado se altera para 32,5, exatamente igual à média. Ou seja, não adianta espernear, eu sou um cara de centro. Gostaram? Fui.
 

OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS - SEGUNDA PARTE


 

sexta-feira, 11 de julho de 2025

RI, MANÉ!

 
Recebi pelo zap este diálogo, um legítimo “diálogo de spamtar”. Eu ri, mas doeu. Doeu ao pensar que querem aumentar o número dos deputados, doeu ao pensar nos salários que essa putada recebe. Olhaí.

 
O filho termina o 2º grau e não tem vontade alguma de fazer uma faculdade. O pai, meio mão de ferro, dá um apertão:
- Ahh... Não quer estudar?  Vadio dentro de casa eu não mantenho, então vai trabalhar...
 
O velho, que tem muitos amigos, fala com um deles que fala com outro, até que ele consegue uma audiência com um político que foi seu colega de muito tempo atrás:
 
- Rodrigues, meu velho amigo! Lembra-se do meu filho? Pois é,  terminou o 2º grau e anda meio à toa, não quer estudar. Será que não consegue nada pra meu rapaz não ficar em casa igual a um vagabundo?
 
Depois de três dias Rodrigues liga:
- Zé... Tenho algumas opções de trabalho para o seu filho:
I) Assessor na Comissão de Saúde do Congresso - salário R$: 18.700,00 - para começar; ou
II) Secretário de um Deputado - salário R$: 10.800,00
 
- Tá louco! O guri recém terminou o colégio, não vai querer estudar nunca mais, consegue algo mais baixo?
- Zé, não sei se ele vai aceitar, mas tem um de Assessor da Câmara que é só R$: 7.500,00... 
- Não, não... Ainda é muito alto. Aí ele não vai querer mais estudar... Rodrigues, por favor, alguma coisa entre mil a três mil.... No máximo!
- Isso é impossível, Zé.
- Mas, por quê?
- Porque com esse salário aí, eu só tenho vaga para Professor, Médico, Enfermeiro, Nutricionista, Assistente Social, Dentista, Policial ou Fisioterapeuta. E aí precisa de Curso Superior, Mestrado, Doutorado... Aí fica muito difícil, tem que estudar para passar no concurso!

quinta-feira, 10 de julho de 2025

ESCRAVIZADO POR UM BLOG

 
Recebi este texto de um dos filhos - que não se preocupou em identificar o autor. Mas é um texto que eu gostaria de ter escrito, tão grande a identificação imediata que senti ao lê-lo, pois tudo o que já senti e pensei em relação ao Blogson está lá. E na falta do título original, escolhi o que me veio à cabeça. Espero que gostem.

No início era leve. Um passatempo. Algo que eu fazia por puro prazer, quase como quem resolve montar um quebra-cabeça num domingo chuvoso. Escrever no blog era uma distração curiosa, uma forma de organizar o caos das ideias e jogar conversa fora com um punhado de leitores imaginários — ou reais, vai saber.
Com o tempo, essa brincadeira se tornou hábito. E hábito, como se sabe, tem esse dom de se infiltrar sem alarde. De repente, eu me pegava pensando em textos durante o banho, anotando frases soltas no meio da madrugada, estruturando parágrafos enquanto lavava a louça. O blog, antes casual, virou extensão do pensamento. Tudo era potencial matéria-prima: conversas, irritações, leituras, absurdos cotidianos.
Não demorou muito para virar terapia. Não no sentido nobre da palavra, mas como descarga, como válvula de escape. Escrever passou a ser o único lugar onde eu conseguia ouvir o que estava pensando de fato. Às vezes, só descobria o que sentia quando lia o que tinha acabado de digitar. E isso tem sua beleza, claro, mas também seu preço: você começa a precisar da escrita como quem precisa de um ansiolítico leve. Vai tomando sem perceber o quanto está dependente.
Daí para o vício foi um pulo. O texto se impôs como necessidade, urgência, quase compulsão. Eu precisava publicar, precisava ter retorno, precisava sentir que estava sendo lido. Não tanto por vaidade, mas por uma espécie de angústia difusa: se ninguém lê, eu existo? Se não publico, ainda penso? Comecei a medir minha semana não pelo calendário, mas pelo número de parágrafos escritos. E quando os textos não vinham, o silêncio me incomodava como uma falha moral.
Aí veio a obrigação. A escrita virou tarefa, prazo interno, um chicote invisível que eu mesmo criei. Não podia deixar o blog parado. Afinal, havia quem esperasse, mesmo que fossem dois ou três gatos pingados — ou talvez só eu mesmo, disfarçado de leitor fiel. O prazer deu lugar à disciplina. A leveza cedeu à cobrança. Comecei a revisar demais, podar demais, hesitar demais. O texto precisava fazer sentido, precisava ter ritmo, precisava “valer a pena”. E quando se começa a pensar assim, muita coisa deixa de ser escrita.
E, por fim, o aborrecimento. Às vezes a vontade de escrever é igual à de limpar a caixa de areia do gato: sei que preciso, mas faço com cara feia. Um cronista que eu inventei e agora preciso alimentar. E nesse ponto, confesso, a escrita me cansa. Me trava. Me desgasta. Pesa como peso morto nas costas. E o mais irônico é que, mesmo assim, continuo. Talvez por teimosia. Talvez porque, depois de tanto tempo, escrever seja a única forma que encontrei de continuar conversando comigo mesmo — mesmo quando não quero ouvir a resposta.
E talvez seja isso: não se trata mais de escrever bem ou mal, com regularidade ou não, para muitos ou para ninguém. Trata-se apenas de reconhecer que a escrita é parte do que sou — e, como toda parte essencial, tem seus dias bons e seus dias inúteis. Tem seus encantos e seus custos. E mesmo assim, continuo. Porque parar seria estranho. Seria admitir que não tenho mais nada a dizer — e aí eu ia ter que lidar com a vida sem narrador. E, convenhamos, que graça teria?

quarta-feira, 9 de julho de 2025

DESEXTINÇÃO

- Senhor, o cinismo, o deboche, a crueldade e a falta de vergonha na cara atingiram níveis intoleráveis! É indizível o sentimento que aflige meu coração ao saber  que o primeiro-sinistro de Israel irá propor o nome daquele cabelo de milho para receber o Nobel da Paz. Logo quem, logo para quem se comporta como o senhor da guerra!

- Eu sei, Gabriel, esta época está me irritando muito. 

- É claro que sabeis, Senhor! Não é a toa que sois Onisciente.

- Não precisa ficar me bajulando! Com o passar dos milênios isso acaba me cansando – mesmo que Eu nem saiba o que é cansaço. E lembre-se: você é um arcanjo, não possui sistema circulatório nem coração.

- Às vezes eu sou um pouco dramático e peço que releveis meus arroubos quase humanos.

- Já estou acostumado...

- Mas não dá para fazer nada não? Talvez um raio seletivo, com GPS... Ou, quem sabe, um asteroide daqueles bem bitelos?

- Estou meditando sobre isso...

- Se me permitis uma sugestão, que tal extinguir os humanos atuais e fazer a desextinção dos Neandertais?

  


terça-feira, 8 de julho de 2025

NÃO ADIANTA ESPERNEAR!

Pedindo desculpa pelas capas pavorosamente feias que escolhi, informo aos visitantes do Blogson que hoje se encerra a promoção de download gratuito para o e-book de séries e “dezénhos” “Não adianta reclamar! e que no dia 09/07 (amanhã) começa outra promoção de download gratuito, agora para o livro “Não adianta espernear!“ – dedicado aos desenhos avulsos, piadas gráficas e colagens. O link do novo e-book é https://www.amazon.com.br/dp/B0FH2XN584
 
Caso alguém tenha interesse em conhecer os “desenhos rupestres” que publiquei no blog, está dado o recado e feito o lembrete. Fui.
 

segunda-feira, 7 de julho de 2025

SERÁ QUE LEEM AS RESPOSTAS?

 
Será que leem as respostas que dou aos comentários que fazem no blog? É com esta pergunta que começo este texto.
 
Quando resolvi publicar 14 e-books com material copiado do blog eu estava alimentando minha vaidade congênita, carência afetiva idem e ansiedade nível hard ibidem. Mas, como disse, não extraí nada, não excluí, não retirei nenhum post publicado, apenas copiei o que me pareceu interessante. E esta é a situação: tudo o que publiquei no Blogson continua lá, seja bom ou ruim. E quem quiser brincar de arqueólogo é só escavar o passado (isso ficou muito ridículo!). Os 14 e-books são resultado de uma seleção apressada e condescendente.
 
Passado um tempo, comecei a pensar na estupidez cometida, pois se escrevi coisas que até eu acho legais, também é verdade que a maioria é de baixa qualidade ou ruim. E isso começou a apertar o calo, pois a seleção feita para  os 14 livros tentou separar não o joio do trigo, mas o joio do joio mesmo. 
 
Por isso, resolvi reduzir a mediocridade publicada fazendo nova seleção, desta vez tentando extrair o pior do menos pior, ou seja, “desmatando” a tranqueira contida nos quatorze livros e publicando novos e-books com o que imaginei não me envergonhar tanto.
 
A tarefa continua em andamento, pois ainda preciso selecionar o que será publicado nos dois últimos volumes dos sete previstos. A seleção do livro de “humor” foi concluída e posso dizer que ri muito de alguns textos selecionados – que me causaram uma sensação estranha capaz de me levar a perguntar intimamente se fui eu mesmo que fiz, tal a aridez atual da minha mente.
 
Os dois últimos trarão contos, crônicas, lembranças pitorescas ou surpreendentes de pessoas que conheci, talvez um pouco de mim mesmo e algumas reflexões menos rasteiras e descartáveis. Creio que serão eles que mais me darão trabalho, porque ao longo de onze anos fui mudando minha forma de pensar e ver o mundo. E para piorar, confesso estar sem nenhuma vontade de fazer isso, com a convicção cada vez maior da inutilidade de perder tempo selecionando o que ninguém lerá. Talvez eu até tome uma decisão "kamikase", ou seja, simplesmente retirar os livros que não provocaram interesse em ninguém, mesmo quando seu download era gratuito. Estou naquele ponto definido por um samba antigo: "como será o amanhã, responda quem souber, o meu destino será como Deus quiser".
 
E um último comentário (totalmente desvinculado do texto acima): há tempos, quando ainda nem sonhava com a possibilidade de publicar e-books gratuitos na Amazon, imprimi a historinha “Fiat Lux!”, para ver como ficaria. Ontem, nossas netas de sete anos vieram nos visitar. Conversando com meu filho sobre livros e revistas guardados aqui em casa, acabei achando a revistinha, verdadeiro fanzine, e dei para ele. Hoje recebi um zap com a foto das meninas lendo a HQ, com a transcrição do comentário da Cacá: “Isso é hilário!” Achei engraçado, mas disse que não é uma HQ infantil, pela insinuação – ainda que distante – de sexo entre o proto-casal “vívlico”, e ele disse que estava tudo bem (“Mas elas adoraram, e as q elas entendem algo riem muito”). Se é assim, acho que vou fazer umas HQs infantis hardcore!

domingo, 6 de julho de 2025

TOLERÂNCIA ZERO

 
Em plena seleção de textos de “humor” publicados originalmente em três e-books, estou aprendendo – na marra – como escrever algo que se pretenda engraçado. Curiosamente, essas “aulas” têm sido ministradas pela minha atual impaciência e pelo mau humor – sentimentos nada compatíveis com o propósito da seleção.
 
Já descartei 200 páginas, de um total de 360. E, se tudo correr como espero, o e-book resultante terá por volta de 150 páginas. O motivo de todo esse “desmatamento” literário? O que sinto ao reler os textos. Descobri que textos de humor precisam ser ágeis e diretos – pois não dá para ler textos que se pretendem engraçados se são apenas enfadonhos, simplórios ou longos, desnecessariamente prolixos. (às vezes, tudo isso junto).
 
Quando começo a reler um texto com mais de duas páginas, já me pergunto se ele será capaz de provocar ao menos um sorriso em quem o lê. Se, ao final, a resposta for “não” ou “talvez”, já vou passando a faca. Sem culpa, claro – os originais continuam todos disponíveis no Blogson.
 
E esse é o recado do dia: estar mal-humorado é ótimo quando se revisa um texto feito para provocar riso, pois como dizia um personagem de programa humorístico a falta de graça terá “tolerância zero”.

 

sábado, 5 de julho de 2025

BEIJO PARTIDO - MILTON NASCIMENTO

 
Toninho Horta é um compositor mineiro multi-premiado, autor de melodias sofisticadíssimas que ele cantarola com sua voz horrível, pois muitas delas não possuem letra. Apesar disso, faz o maior sucesso no Japão (talvez pelo fato de os japoneses viverem de cabeça para baixo. Tá bom, a piada é horrível). Para ser sincero, não conheço quase nada da obra desse meu conterrâneo, mas tem uma música que arrasa, sendo gravada por uma penca de gente. Mas a versão do Milton Nascimento é arrebatadora. Detalhe: a letra - resultado de um reencontro/ desencontro com um amor do passado - também é do Toninho e foi escrita em 40 minutos. Vale a pena escutar.

Beijo Partido 
Sabe, eu não faço fé nessa minha loucura e digo
Eu não gosto de quem me arruína em pedaços
E Deus é quem sabe de ti
E eu não mereço um beijo partido
 
Hoje não passa de um dia perdido no tempo
E fico longe de tudo que sei
Não se fala mais nisso, eu sei
Eu serei pra você o que não me importa saber
 
Hoje não passa de um vaso quebrado no peito
E grito
Olha o beijo partido
Onde estará a rainha que a lucidez escondeu? Escondeu



 


sexta-feira, 4 de julho de 2025

PRÓ-MEMÓRIA (ANTES QUE ELA DESAPAREÇA)

 
Rememorando o que já publiquei aqui: um amigo virtual me deu de presente dois livros do Millôr Fernandes em formato PDF. Um deles é resultado de uma seleção de textos avulsos publicados ao longo de 50 anos em diversos veículos de comunicação. Segundo o próprio Millôr, “foi um livro difícil”, pois começou com 13 mil tópicos levantados por três pessoas ao longo de um ano. Depois desse trabalho braçal, o autor fez sua própria triagem e reduziu o material a 5.142 verbetes, organizados em ordem alfabética.
 
Pois bem, estou empacado na página 304 de um total de 588. Descobri – com certo pesar – duas coisas terríveis: primeiro, que qualquer livro organizado em “textículos” (sejam piadas, aforismos ou definições) pode ser a coisa mais chata do mundo para se ler, justamente por não ter um fio condutor, uma narrativa que nos prenda e nos faça virar páginas como quem persegue um mistério ou um personagem. O livro do Millôr não é assim. Por isso, venho lendo a conta-gotas, sempre interrompendo a leitura.
 
A segunda descoberta é ainda mais incômoda: ao fazer a seleção de sua obra, Millôr foi, digamos, generoso demais consigo mesmo. Deixou passar frases enigmáticas que só faziam sentido para ele, piadas sem graça, críticas políticas datadas e até textos já publicados em outros livros. Em resumo: está difícil atravessar as 588 páginas apenas confiando no prazer que sua ironia fina me causava.
 
Alguém aí achou que eu estava fazendo crítica literária de um gênio do humor? Quebrou a cara! Fiz essa introdução para falar dos meus próprios 14 e-books – que agora pretendo reduzir para seis ou sete.
 
Primeiro, vamos falar de seleção. Assim que descobri que era possível publicar e-books na Amazon sem gastar nada, imaginei quatro livros iniciais, baseados nas principais “vertentes” do Blogson: poesia, contos e crônicas, textos de humor e desenhos. E esses foram efetivamente os quatro primeiros publicados.
 
Mas, algum tempo depois, movido por uma ansiedade esguichando por todos os poros e por um desejo insuspeitado de publicar outros livros, mergulhei nos mais de 3.200 textos do blog. Foi aí que deixei minha autoindulgência me guiar. Comecei a enxergar valor até no que era claramente dispensável. E assim surgiram os outros livros.
 
A ordem de publicação foi esta:
O Eu Fragmentado – poesia
Meu nome é Ricardo – contos e crônicas
Confraria das Hienas – textos de humor
What a Wonderful WORD! – desenhos, colagens e experimentações gráficas
O Caso da Vaca Voadora – “causos” hilariantes contados por meu amigo Pintão
Só para Passar o Tempo – crônicas sobre antigos colegas de serviço
Garimpo de Palavras – mais poesia
Eu Só Sei Dezénhar! – mais desenhos
Diálogos de Spamtar – mais humor
Descompensado! – mais humor
Falando Sério – crônicas mais sérias
Alucinações Cotidianas – crônicas e lembranças pessoais
A Mamucha da Laranja – mais desenhos
Ainda Ontem Eu Tinha Vinte Anos – mais lembranças pessoais e crônicas
 
A partir do quinto livro, comecei a me incomodar com a seleção apressada que havia feito. Esse incômodo aumentou à medida que lia o livro do Millôr e percebia que havia cometido o mesmo pecado editorial: fui negligente na escolha dos textos, deixei passar material com “prazo de validade vencido” e fui complacente com bobagens que deveriam ter sido deixadas apenas no blog.
 
Foi então que decidi fazer uma nova curadoria, mais crítica e criteriosa. Não para me penitenciar, mas para, quem sabe, ser lembrado com um mínimo de simpatia pelo que de melhor (ou menos ruim) eu produzi.
 
Qual é a proposta inicial? Por ser ainda um processo em andamento, não há respostas definitivas, mas a ideia é esta:
- Transformar os dois livros de poesia em apenas um. Essa tarefa já foi concluída.
- Transformar os três livros de “dezénhos” em apenas dois, um deles dedicado às HQs e séries e o outro à produção avulsa. Tarefa também concluída
- Deixar o livro da vaca voadora tal como foi publicado, pois nada tenho a acrescentar ou excluir nos casos bizarros e engraçados que ouvi um dia de um grande amigo, hoje falecido.
- Mergulhar nos três volumes de humor e transformá-los depois de seleção ultrarrigorosa em apenas um. Esse processo ainda está em andamento.
 
Como se vê, nove e-books originais se transformaram em apenas cinco. O que fazer com os remanescentes eu ainda não sei. Talvez transformá-los em, no máximo, dois volumes. Acho sensato destacar que a quantidade de páginas não deve ser muito grande – só romancistas superinspirados e geniais conseguem entreter os leitores por centenas de páginas, fazendo com que quem chega à 900ª página de um livro caudaloso de 1.000 páginas lamente que o livro não fosse ainda maior. Um autor desconhecido e com pouca inspiração deve dar-se por satisfeito se conseguirem ler suas obras até a centésima página. Esse o motivo de pensar em dois e-books que abriguem a mediocridade que se salvou dos cinco e-books originais.
 
E chegamos aos títulos e capas dos novos livros. Minha vontade sempre foi publicar e-books eternamente gratuitos, desejo obviamente impossível. Por isso, precisei escolher novos títulos e capas para que pelo menos durante cinco dias os livros pudessem ser baixados de graça. Talvez, depois de passado o período de gratuidade e por gostar de alguns dos originais, eu revise tanto os títulos quanto as capas – mas isso ainda está longe de acontecer.
 
Para finalizar, mais uma resposta para pergunta inexistente: esta postagem provavelmente não terá interesse para ninguém, só para mim, pois é um pró-memória das idas e vindas do Blogson Crusoe e de seus rebentos.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

NÃO ADIANTA RECLAMAR!

 
Como já comentei antes, senti uma vergonha danada depois de lançar 14 e-books na Amazon. E o motivo é simples: ainda tenho um restinho de autocrítica. Falando em terceira pessoa, Jotabê não tem "sustança", não tem bala na agulha para justificar 14 livros extraídos das postagens do blog ao longo de onze anos — e essa avaliação é sincera.
 
Num momento de desvario, ansiedade e presunção, me vi selecionando e publicando tudo que parecia atrativo para algum eventual leitor. Qual o quê! Bastou um pouco de distância crítica para perceber: fui só um idiota vaidoso, um idoso com carência afetiva congênita. Resultado? Resolvi agora tentar cortar pela metade os irrelevantes livros gratuitos publicados na Amazon (e sejamos francos: se tivesse que pagar para publicar cada um dos quatorze "rebentos", teria feito isso? Preciso mesmo responder?).
 
Esse processo saneador já começou a dar frutos: os quatorze livros originais são hoje apenas doze, mas a meta é que depois de seleção cuidadosa restem apenas seis ou sete. E já estará de bom tamanho!
 
O primeiro de dois novos e-books nascidos da seleção e junção de três volumes dedicados às minhas experimentações gráficas e “dezénhos” (os desenhos do Zé) já está disponível para venda, mas fica o aviso: só entre os dias 04 e 08/07, o download será gratuito. Depois disso (e até o fim dos tempos), custará R$ 5,99. O título do volume dedicado às séries e HQs é: NÃO ADIANTA RECLAMAR! (Eu Não Sei Desenhar, Pô!)
 
Então, está dado o recado. O link para visualização, compra ou download gratuito (só de 04 a 08/07!!!) é este: https://www.amazon.com.br/dp/B0FGDRWJK3







A MÁGICA DE OZZY

  Quando, em 1968, o Black Sabath surgiu, eu já estava prestes a ficar órfão de ídolos máximos do rock – a separação dos Beatles em 1969, a ...