domingo, 8 de janeiro de 2023

NÃO QUERIA ESTAR VIVENDO NEM ESCREVENDO ISSO!


O post de hoje seria apenas a resultante da união de dois textos escritos por gente equilibrada. (acreditem, existem pessoas assim!). O primeiro é a transcrição de uma imagem que recebi de um dos meus filhos, provavelmente extraída de alguma rede social. O autor é conservador (então, não há perigo de ser lido). O segundo texto merece uma abordagem mais detalhada, pois seria publicado isoladamente. Por razões pessoais (que logo serão conhecidas) eu resolvi transformá-lo na parte final deste post. 

Mas a invasão de Brasília por uma escória de extrema direita, terroristas que entraram e barbarizaram os prédios do Palácio do Planalto, STF e Congresso Nacional me obrigam a fazer uma última condenação à barbárie descontrolada, mal contida e mal reprimida, praticada por gente que é tudo, menos avôzinhos aposentados e avozinhas fofinhas, doces e dóceis. Não são! São, volto a repetir, uma escória que não se importa em viver sob ditaduras e regimes autoritários - desde que sejam de direita, de extrema direita. Esse vandalismo só prova que democracia é um artigo de que nunca ouviram falar ou que nunca lhes interessou. Cem ônibus cheios de gado bolsonarista não surgiram do nada. Quem contratou, quem fretou? Foram planejados e financiados por uma minoria endinheirada e ainda mais radical. E me ocorre uma pergunta: o que é pior, "ladrões" que roubam dinheiro público ou "ladrões" que tentam roubar a democracia e a liberdade de todo um país? Já vi várias e lamentáveis manifestações nas redes sociais apoiando esse atentado à democracia, à Constituição Federal e ao povo brasileiro. Sabe o que são esses apoiadores? Babacas, idiotas irrecuperáveis, gente de quem eu quero distância - física ou virtual. Entrei novamente no facebook só para excluir definitivamente a "amizade" com quem publicou alguma coisa em favor dessa escória de baderneiros e terroristas. Antes só que mal acompanhado, concordam? Mas chega, pois meu fígado não aguenta mais, já estou muito nauseado com toda essa baderna e não quero falar mais nada. E estou tão puto que já dou o spoiler definitivo: amanhã sairá o último post deste blog. E agora os textos que eu tão ingenuamente quis apenas reproduzir.

 
UTILIDADE PÚBLICA (paulocruzphi – modo de criação)
Se você descobriu que era “de direita”, que era “conservador(a)” de 2018 pra cá; se correu pra assinar Brasil Paralelo, se inscreveu em todos os canais de Youtube de apoio ao Bolsonaro, começou a se informar de política ouvindo a Jovem Pan – e fez isso desde então; se acha que toda a mídia é vendida – a ponto de ver uma notícia de qualquer veículo e desqualificar a notícia de imediato; se comprou cursos de trumpatriotas da Flórida, se acredita que o Brasil pode virar uma Venezuela – sem entender  que, na maioria dos lugares, nunca deixou de ser –,  se acha que a esquerda toda é demoníaca e precisa ser “fuzilada” (as aspas vocês sabem de quem são), entenda: VOCÊ FOI DOUTRINADO.
 
Aproveite a ressaca dessa derrota e vá estudar sério. Saia um pouco daqui, pare de acreditar no Eduardo Bananinha e nesses Kim Paias da vida, e vá aos livros de autores SÉRIOS, consagrados pela tradição conservadora (como Burke, Scruton, Sowell, Kirk, João Camillo, Nabuco, Rebouças, Cairú, etc.). Deixe de ser manipulado por projetos de poder e seja livre. Se precisar de dicas, tô por aqui. De nada.
 
 
 
CARTA AO LULA
Quando a senadora Simone Tebet (minha candidata preferencial à presidência) declarou seu apoio no segundo turno ao ainda candidato Lula, teria comentado que estaria “pagando um alto preço político” por isso. Eu não pagarei nada – até por não ter nenhuma grana para pagar o que quer que seja –, mas terei de suportar quatro anos com petistas falando abobrinhas nos meios de comunicação. Pelo menos isso ou até mesmo injeção na testa é melhor que suportar mais quatro anos de (des)governo do chorão.
Por isso, ao ler um artigo no portal UOL em forma de carta destinada ao Lula e publicado no dia de sua posse, vi que tudo o que eu gostaria de dizer ao novo presidente estava dito na carta do colunista Jamil Chade. A consequência imediata foi um copycola para o velho Blogson. Olhaí.
 
 
Senhor presidente,
Sobrevivemos ao momento mais ameaçador de nossa jovem democracia e vencemos sem disparar um só tiro. Um homem pequeno, repugnante, violento, cruel, ignorante e irresponsável fugiu, deixando órfãos milhares de seguidores que foram fraudados por uma estratégia que usou a mentira como instrumento de poder.
Agora, temos a obrigação de reinventar o futuro, em nome daqueles que padeceram sob um governo negacionista e de tantos outros que, em suas lágrimas, viram sonhos serem esmagados. Temos a obrigação de reinventar a nossa democracia, quem somos no mundo e nossa identidade nacional múltipla, diversa e inclusiva.
A realidade, presidente, é que a partir de agora os olhos do mundo estão focados no senhor.
Aos brasileiros, sua presidência tem pela frente a tarefa hercúlea de ter de restabelecer a confiança nas instituições, de pacificar famílias, de dar sentido à função pública, de resgatar a dignidade de milhões de famintos.
Ao mundo, sua gestão terá de provar que a Amazônia não fica na periferia do Brasil. Mas sim no centro do poder, das prioridades e do projeto de nação. Dela depende, em muitos aspectos, a sobrevivência não apenas de uma democracia. Mas de nossa existência no planeta.
Ao mundo, que carece de liderança, sua presidência terá de provar que somos um parceiro confiável, que combatemos a corrupção e o crime, que somos parte das soluções para as crises do planeta. E não parte dos problemas.
Sua posse será marcada por um número inédito de delegações estrangeiras. Mas não tenha a ilusão de que isso é uma chancela pessoal apenas ao senhor. Sua vitória - e agora sua posse - eram passos fundamentais para que as democracias ocidentais pudessem dar uma resposta ao movimento de extrema direita, que ganha terreno, invade famílias, cultos, escolas, torcidas de futebol e todos os aspectos da sociedade.
 
Prezado Lula,
Por tudo isso, considero que o senhor assume o mandato mais importante da história da democracia brasileira. Talvez essa seja a última chance que temos de desmontar um movimento bárbaro que fincou raízes profundas e armadas no Brasil.
Um eventual fracasso de sua gestão dará força e uma narrativa de legitimidade a grupos que não acreditam na democracia como pacto social.
Bolsonaro fugiu. Mas o bolsonarismo se instalou em nosso país. Ganhou assentos importantes no Senado e nos estados. E, com a ajuda da flexibilização de certas leis, abriram nas consciências armas um espaço real para o ódio.
Não há consenso sobre seu nome, as urnas mostraram isso. Muitos brasileiros não teriam votado no senhor se não fosse por uma necessidade urgente de impedir a implosão de nossa democracia. Isso sem contar com a outra metade do país que não votou pelo senhor.
Portanto, não haverá período de trégua, um silêncio de 100 dias ou uma suposta lua de mel. Como imprensa, estamos aqui para fiscalizar, cobrar e questionar. Mas também para reconhecer que decisões tomadas por sua equipe merecem ser aplaudidas: uma Funai verdadeiramente indígena, a volta da participação de mulheres em postos ministeriais, a busca por uma diversidade, uma liderança real em temas de direitos humanos, cientistas renomados responsáveis pela Saúde, ambientalistas nos cargos adequados, vozes do movimento negro no esforço de democratização.
Somos hoje uma nação violentada, uma república profanada e temos o ódio normalizado como instrumento político. O mandato de quatro anos do governo de Jair Bolsonaro termina com uma característica típica dos mandatários medíocres: a covardia.
Desejar o inferno para esse imoral não resolverá nossos problemas. Temos de desejar Justiça. Para que quem mate morra de medo. Para determinar, como bem colocou o argentino Julio Strassera, que o sadismo não é uma orientação política. É perversão moral.
 
Presidente,
A tarefa de retirar o país de um fosso, da depressão e do esgotamento é enorme. Muitos acreditam que o senhor não tem direito de errar. A cobrança é exagerada? Talvez. Mas o que está em jogo definirá nossa geração. No Brasil e no mundo.
 
Boa sorte, feliz ano novo e saudações democráticas.
Jamil

Um comentário:

  1. Não faço a menor ideia de quem você fala (e nem quero saber!), mas assino embaixo de tudo o que disse sobre este nosso país de otários e gente ridícula em suas crenças autoritárias.

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