terça-feira, 4 de junho de 2019

VOCÊ SABE O QUE É AFORISMO?


Pouco mais de um mês depois da criação do Blogson, publiquei o primeiro post ironizando o PT e a turma do Mensalão ("Você sabe o que é hashtag?"). Depois disso, critiquei, ironizei, reclamei e fiz piadas infames com e sobre o Lula e sua turma, o Temer e, agora, com o Bolsonaro e sua tchurma. Ou seja, não idolatro ninguém nem nenhum partido, mas sinto-me cada vez mais de centro-direita, moderadão (ou "morno"). Por isso, repudio visões e atitudes extremadas, pouco me importando se são de esquerda ou direita. Meu amigo virtual Marreta comentou que eu seria um "anarquista". Talvez seja, mas não sentido histórico, apenas para divertir-me e (tentar) divertir os 2,3 leitores deste blog agonizante. E na época atual os personagens principais são pessoas com bastante descontrole verbal (para dizer o mínimo), gente muito esquisita. Daí...

Segundo o dicionário Houaiss, aforismo pode ser definido assim:
Máxima ou sentença que, em poucas palavras, explicita regra ou princípio de alcance moral”.

Encontrei na internet este texto: “Os aforismos caracterizam-se, sobretudo, pela brevidade e precisão. São concisos e taxativos, apresentam um discurso quase sempre doutrinador, conciliando literatura e filosofia. Aproximam-se, conforme definição do dicionário, dos provérbios populares, pois contêm máximas capazes de traduzir amplos e complexos conceitos por meio de pequenas sentenças”.

Parece que na França do século XVIII era moda as pessoas cultas se dedicarem à criação de aforismos, prova de brilho intelectual, inteligência e de vivacidade de espírito, mas não consigo me lembrar onde li sobre isso. Infelizmente, mesmo que ande com a cabeça na(s) nuvem(ns), meu cérebro está cada vez mais distante de um computador, pois em vez de bancos de memória, o que mais existe hoje são brancos de memória (essa piadinha foi razoável). “Deve ser da idade”...

Eu gosto muito de (tentar) construir essas frases e “textículos” só para colocá-los em destaque no Facebook (e depois exportá-los para o Blogson). Claro está que não passo nem perto da elegância de exemplos como estes:

 “A vida é breve, a velhice é longa” (desconhecido).

A tradição é cultuada pelos que não sabem renová-la”. (Carlos Drummond de Andrade)

Ultimamente, graças a nosso atual presidente e sua equipe, surgiu novo estilo de aforismo,  que eu chamaria de “daforismo”.

Sem sacanagem, é tanta declaração desnecessária, tanta bola fora, tanta pisada no tomate, tanto tiro no próprio pé (nada como uma sucessão de clichês, não é mesmo?), que só podem ser classificadas como daforismos as frases e falas divulgadas por esse pessoal.

Exemplo de daforismo:
“O Estado é laico, mas eu sou cristão” (Jair Bolsonaro)

Que se pode dizer sobre isso? “Que ótimo! Então, vá à missa ou - culto - de sábado ou domingo, mas de segunda a sexta seja apenas presidente!”.

Este também é ótimo:
“Não está na hora de o Supremo ter um ministro evangélico?” (Jair Bolsonaro). 

A resposta mais correta seria “O que o cu tem a ver com as calças?”, mas pode-se também dizer "Não precisa", pois basta ir a alguma igreja evangélica (coisa que o “católico” Messias adora fazer), pois lá está "assim” de ministros evangélicos.

Mais exemplos de daforismo:
"Menino veste azul, menina veste rosa” (Damares Alves)


Mesmo não fazendo parte do atual governo, o astrólogo Olavo de Carvalho exerce grande influência sobre alguns de seus membros e parentes do presidente. Seria uma espécie de Rasputin verde-amarelo. Por isso, o que diz merece algum destaque. 

Como nessa vez:
 "                                          (Olavo de Carvalho)

(me esqueci de dizer que tudo o que o astrólogo diz é vazio, vulgar ou sem importância). 

Em compensação, disse também:
"#&%#ди $%@воз@&$!!!"  (Olavo de Carvalho)

Resumindo, ele só é bom em uma versão hardcore do daforismo - que eu chamaria de "desaforismo".

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