Este é o primeiro post do Linguiça no Fumeiro, publicado sete dias após a segunda morte do Blogson Crusoe. Como se vê, a síndrome de abstinência estava pegando.
Depois da morte do velho Blogson, fiquei desacorçoado (boa palavra essa!), inquieto, sem saber o que fazer. Talvez pela força do hábito, às vezes tinha vontade de escrever alguma coisa, mas não tinha lugar. Tentei investir no Facebook, mas a cada frase ou imagem provocativa que postava, em vez de só reações de riso, recebia comentários seríssimos, contestando ou aprovando o que eu havia dito só por diversão.
Depois da morte do velho Blogson, fiquei desacorçoado (boa palavra essa!), inquieto, sem saber o que fazer. Talvez pela força do hábito, às vezes tinha vontade de escrever alguma coisa, mas não tinha lugar. Tentei investir no Facebook, mas a cada frase ou imagem provocativa que postava, em vez de só reações de riso, recebia comentários seríssimos, contestando ou aprovando o que eu havia dito só por diversão.
Talvez isso só aconteça comigo, pois a maioria dos meus 145 “amigos de facebook” é formada de gente mais velha (jovem gosta é de Instagram), chegando a lembrar uma igreja evangélica: só gente carola, careta e fundamentalista. O problema é que eu gosto de gente doida, descompensada, criativa, divertida.
Por isso, depois da missa de sétimo dia do Blogson, resolvi criar um novo blog (mentira, já pensava nisso há muito tempo), pois ressuscitar o blog pela segunda vez demonstraria uma imensa falta de caráter (que, aliás, não tenho mesmo) e serviria de motivo para piadas. Pensei em um blog gourmet, com o melhor do velho blog da solidão ampliada, mas isso me engessaria e impediria que eu postasse coisas novas (sou muito formalista!).
Resolvi então criar um blog ao estilo do Blogson, mas sem a preocupação das postagens frequentes e sem o “auxílio luxuoso” de outros autores. Em outras palavras, o Linguiça será um blog cem por cento autoral, mesmo que essa porcentagem não se reflita na qualidade dos posts. Significa apenas que os textos, desenhos e melodias de outros autores que enriqueciam o Blogson não serão encontrados aqui. Ou seja, o novo blog será uma espécie de primo ou irmão mais pobre do falecido.
O próximo passo foi imaginar um título bem idiota. E surgiram “Secos e Noiados”, “Assados e Pedidos”, “Presunto Karma” e “Linguiça no Fumeiro” (devia estar com fome). Acabei escolhendo “Linguiça no Fumeiro”, lembrança de um caso contado por meu pai e que eu nunca mais consegui lembrar na íntegra. Assim, o velho Blogson e o novo blog serão como aquelas salsichas ou linguiças emendadas: a carne é a mesma, a fabricação é a mesma, a merda é a mesma. O que muda é o fato de serem independentes uma da outra.
Obviamente, todo blog que se preza precisa ter uma Declaração de Princípios, especialmente em seu princípio. Entretanto, como estou muito velho, achei melhor fazer uma Declaração de Fins. Ei-lalá.
“No princípio era o Verbo...”
Não faço distinção entre Esquerda ou Direita nem tenho saco para comportamento politicamente correto. Meu negócio é tentar divertir (ou irritar) os milhões de leitores que acessarão este blog diariamente - e a mim mesmo (ou melhor, a nós mesmos, pois, como sou geminiano, tenho dupla personalidade).
Tenho uma predileção especial pela ironia, pelo deboche e pelo humor. Para mim, antídotos para a falta de sentido da Vida. Por isso, tudo o que vier à minha mente e for registrado em algum post deste blog terá essa marca. Sempre darei preferência a posts irônicos, debochados e "bem" humorados. Podem ser de crítica aos costumes, aos políticos ou aos fundamentalistas religiosos. E serão sempre autorais. E se der vontade ou muita ansiedade, copiarei algum post do velho Blogson (graças à minha ansiedade congênita, desconfio que haverá plágio quase todo dia).
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