domingo, 2 de junho de 2019

CASTIGO - DOLORES DURAN (INTERPRET. LUIZ ALFREDO XAVIER)


Conheci minha mulher no jurássico ano de 1969, em pleno carnaval. Depois de muita insistência de minha parte, começamos a namorar (já contei esse caso aqui no blog). O namoro terminou pouco mais de um mês depois, ao sermos flagrados de mãos dadas por minha futura sogra, um absurdo para a época. Como eu nem sonhava com a prensa que minha mulher tinha levado de sua mãe, na hora da despedida tentei ganhar um beijinho, mas fui repelido delicada mas resolutamente. Continuei a insistir, fui ficando puto e ameacei terminar o namoro. OK!

Foi nesse dia que eu entendi por que as músicas de corno fazem tanto sucesso entre boa parte da população. Imagino que a maioria das pessoas não tem um relacionamento feliz, é mal amada, traída, solitária ou abandonada. Naquele momento era esse o meu caso. Saí de lá com aquele gosto amargo na boca de quem sabe que dançou feio, com músicas de corno indo e vindo em minha mente. Uma delas foi "Castigo", da Dolores Duran, bem no estilo da seção "Todo castigo pra corno é pouco", publicado pelo blog hardcore "A Marreta do Azarão". Cinquenta anos depois, posso dizer que vivo muito bem com minha mulher, que é a pessoa mais importante da minha vida. Brigamos? Claro, pra caralho, mas estou na linha do "vivo todo arranhado mas não largo a minha gata". E ela é linda!

Por isso, o motivo de postar o link dessa música é sua aplicabilidade ao meu relacionamento com o blog Blogson Crusoe e ao seu próximo fim. Já sei, eu sou chegado a fazer drama, daqueles bem patéticos, esparramados, suburbanos, muito ridículos. Saca só a letra: 

A gente briga, diz tanta coisa que não quer dizer
Briga pensando que não vai sofrer
Que não faz mal se tudo terminar

Um belo dia a gente entende que ficou sozinho
Vem a vontade de chorar baixinho
Vem o desejo triste de voltar

Você se lembra, foi isso mesmo que se deu comigo
Eu tive orgulho e tenho por castigo
A vida inteira pra me arrepender

Se eu soubesse naquele dia o que sei agora
Eu não seria esse ser que chora
Eu não teria perdido você








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MARCADORES DE UMA ÉPOCA - 4