Conheci minha mulher no jurássico ano de
1969, em pleno carnaval. Depois de muita insistência de minha parte, começamos
a namorar (já contei esse caso aqui no blog). O namoro terminou pouco mais de
um mês depois, ao sermos flagrados de mãos dadas por minha futura sogra, um
absurdo para a época. Como eu nem sonhava com a prensa que minha mulher tinha
levado de sua mãe, na hora da despedida tentei ganhar um beijinho, mas fui
repelido delicada mas resolutamente. Continuei a insistir, fui ficando puto e
ameacei terminar o namoro. OK!
Foi nesse dia que eu entendi por que as
músicas de corno fazem tanto sucesso entre boa parte da população. Imagino que
a maioria das pessoas não tem um relacionamento feliz, é mal amada, traída,
solitária ou abandonada. Naquele momento era esse o meu caso. Saí de lá com
aquele gosto amargo na boca de quem sabe que dançou feio, com músicas de corno
indo e vindo em minha mente. Uma delas foi "Castigo", da Dolores Duran, bem no estilo da seção "Todo castigo pra corno é pouco", publicado pelo blog hardcore "A Marreta do Azarão". Cinquenta anos depois, posso dizer
que vivo muito bem com minha mulher, que é a pessoa mais importante da minha vida.
Brigamos? Claro, pra caralho, mas estou na linha do "vivo todo arranhado mas não largo a minha gata". E ela é linda!
Por isso, o motivo de postar o link dessa
música é sua aplicabilidade ao meu relacionamento com o blog Blogson Crusoe e ao seu próximo
fim. Já sei, eu sou chegado a fazer drama, daqueles bem patéticos, esparramados, suburbanos, muito ridículos. Saca só a letra:
A gente
briga, diz tanta coisa que não quer dizer
Briga
pensando que não vai sofrer
Que não
faz mal se tudo terminar
Um belo
dia a gente entende que ficou sozinho
Vem a
vontade de chorar baixinho
Vem o
desejo triste de voltar
Você se
lembra, foi isso mesmo que se deu comigo
Eu tive
orgulho e tenho por castigo
A vida
inteira pra me arrepender
Se eu
soubesse naquele dia o que sei agora
Eu não
seria esse ser que chora
Eu não
teria perdido você
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