segunda-feira, 11 de agosto de 2025

PARÁBOLA DA VAQUINHA

 
Ao ser admitido na empresa onde vivi os melhores anos da minha vida profissional, fui designado para trabalhar no departamento conhecido como "Seção Técnica", dividindo uma sala com outro engenheiro. Esse departamento ocupava um andar inteiro do prédio sede e contava com quase trinta profissionais – estagiários, auxiliares técnicos, administrativos, recepcionista, desenhistas e datilógrafos, além de nove engenheiros, que o diretor técnico costumava chamar de seu staff.
 
A maioria desses engenheiros representava a nata da empresa, com exceção de três – por pouca experiência (eu era um desses) ou por irrelevância funcional. Um deles era um antigo topógrafo que ralou muito para formar-se engenheiro agrimensor. Talvez por ser uma espécie de estranho no ninho – composto majoritariamente por engenheiros civis, mecânicos e elétricos – era tratado pelos demais com um mal disfarçado desprezo. Provavelmente, essa seria a explicação para dividir sua sala com um auxiliar técnico (os engenheiros são muito elitistas) E é desse auxiliar que quero falar.
 
Jair era um pernambucano mais esperto que “pulga de hotel”. Provavelmente nem curso técnico tinha, mas era uma espécie de braço direito do chefe do departamento. Descolado, fazia rapidamente o que lhe pediam. E, quando ninguém lhe pedia nada, arranjava algo para fazer. Um dia fui até sua sala e ele estava com a mesa coalhada de caixas box, que organizava diligentemente. Tirava papéis e pastas de uma, colocava em outra e, provavelmente, fazia o caminho inverso.
 
Perguntei o que estava fazendo, e ele sorriu cinicamente ao confessar o estratagema:
- Quando eu não tenho nada pra fazer, pego umas caixas do arquivo e começo a organizar. Assim, quem me vê trabalhando não pode me considerar desnecessário – e não corro o risco de ser dispensado.
 
Um dia, soube que ele estava fabricando e vendendo calças jeans femininas. Perguntei da novidade, e ele me contou. Havia proposto ao chefe do departamento uma sociedade para fazer pequenos serviços de terraplenagem. A ideia era comprar uma retroescavadeira usada, para começar. O chefe entraria com o capital, e ele, com a administração da nanoempresa.
 
Proposta feita, proposta aceita. Com o aval do chefe, Jair mergulhou fundo na ideia. Pesquisou marcas, modelos, estado dos equipamentos à venda, discutiu preços e condições de pagamento.
 
De posse das melhores ofertas, apresentou o estudo ao “sócio”. Bastava assinar o cheque (na época era assim). Para seu espanto e decepção, o chefe disse que havia desistido do negócio. O baque emocional foi tão grande que Jair saiu de férias, mas não sem antes avisar o colega de sala:
- Quando eu voltar, vou abrir uma empresa. Nem que seja aqui em cima deste armário!
 
E foi o que aconteceu. Ele e a esposa compraram uma calça jeans de cada tamanho da melhor marca da época. Cuidadosamente, descosturaram peça por peça e fizeram os moldes. Em seguida, compraram tecido jeans de ótima procedência, linhas, zíperes, botões e outros aviamentos. Faltava apenas a mão de obra e o maquinário.
 
Compraram uma máquina de costura industrial, providencialmente instalada na casa da costureira contratada. Para evitar desperdício, era a esposa do Jair que cortava o tecido, levado depois até a favela onde morava a funcionária. Com as calças prontas, o produto era oferecido a butiques, que colocavam sua própria etiqueta nas peças.
 
Quando me contou essa história, ele já tinha duas máquinas industriais, uma de overloque, uma tesoura elétrica – e o mais importante: havia comprado um pequeno apartamento na zona sul.
 
Mas a vida, às vezes, nos serve uma bebida amarga. E ela estava sendo servida a todos os funcionários daquela que fora uma das maiores construtoras do país. Foi então que ouvi de Jair sua história derradeira.
 
Contou-me que estava voltando para Recife. Já havia vendido o apartamento e despachado as máquinas para sua terra natal. Lamentei a notícia e ele respondeu:
- Esta empresa é a vaquinha. Enquanto as pessoas continuarem a tomar seu leite e comer seu queijo, nada vai mudar.
 
Perguntei que maluquice era aquela de “vaquinha”, e ouvi esta parábola:
- Estavam Jesus e seus discípulos atravessando uma região desértica quando anoiteceu. Resolveram pedir pouso numa casinha que avistaram ao longe. Foram bem recebidos pelo morador, que lhes ofereceu leite, manteiga e queijo, tudo proveniente de uma vaquinha – sua única fonte de sustento.
No dia seguinte, agradeceram, despediram-se e seguiram viagem. Um dos discípulos sugeriu que Jesus ajudasse aqule homem e fizesse um milagre em retribuição à hospitalidade, e ouviu: “- Já fiz.”
Tempos depois, ao passarem pelo mesmo lugar, os discípulos viram uma bela propriedade. Surpresos, pediram pouso novamente e perguntaram ao dono o que havia acontecido. Ele respondeu: “– No dia seguinte à partida de vocês, minha vaquinha morreu. E eu tive que trabalhar.”
 
Com um sorriso nos lábios, Jair concluiu:
- Esta empresa é a vaquinha. Enquanto estivermos satisfeitos com nossos empregos e salários, não teremos nenhum progresso.
 
Algum tempo depois, soube que ele já havia conseguido um contrato para confeccionar fardas da polícia militar. E essa foi a última notícia que tive dele, pois não demorou para que eu também abandonasse aquele Titanic.
Grande Jair!

domingo, 10 de agosto de 2025

FELIZ DIA DOS FÃS!

 

Creio que a maioria dos leitores que acessa esta bagaça já deve ter ouvido a expressão "The Fab Four", criada para designar o fabuloso quarteto The Beatles, mas, para mim os verdadeiros "Fab Four" são estes caras aqui, de quem eu sou mais fã que pai. Esta foto foi tirada no Dia dos Pais do ano passado e tentei (toscamente) torná-la preto e branco, além de colocar óculos escuros em quem não estava usando (coisa de maluco). Olhaí.


sábado, 9 de agosto de 2025

DITADOS MUITO (IM)POPULARES


Já devia ter publicado esta charge há uns três dias, porque piada política envelhece muito rápido. Mas, por ansiedade, comigo prevalece o ditado: "os últimos serão os primeiros". E esta charge foi sendo deixada de lado.

Além disso, o "cavalinho" deveria ter sido uma mula de orelhas longas (sentiu a referência? Pois é...), mas o jumento do ChatGPT (este post está muito equino!) desenhou um cavalo - que precisou de uma edição jotabélica para ficar mais ou menos. Pensa que vida de cartunista é fácil?



sexta-feira, 8 de agosto de 2025

SÓ UMA RAPIDINHA!

 
O Millôr Fernandes criou um diálogo maravilhoso entre Deus e o Arcanjo Gabriel. Lembrei-me dele ao saber da ocupação da mesa da Câmara pelos deputados bolsonaristas. Não consegui achá-lo, mas é mais ou menos assim:
Gabriel se espanta que no Brasil não aconteçam terremotos, furacões e outros desastres naturais, enquanto outros países sempre padecem com essas tragédias. E Deus retruca com paciência:
- Espere só para ver a gentinha que Eu vou botar lá!
 

 

Uma coisa eu imagino: apesar de (muito) bem alimentados para passar a noite lá, ninguém deve ter pedido pizza, pois a pirracinha dos deputados ainda não tinha acabado! E, como se sabe, no Congresso tudo termina em pizza. 


Eu achei lindinhos os deputados com fita adesiva tapando a boquinha. Deve ter algum simbolismo nisso, porque a maioria é muito tapada. E, pensando bem, seria uma boa se continuassem a usar o esparadrapo na boca. O país agradeceria.


Não sei se esta imagem é verdadeira ou se foi criada por IA ou por algum espertinho. Mesmo assim, dá uma boa reflexão. Olhaí.



quarta-feira, 6 de agosto de 2025

NÃO CONFIE EM IDIOTAS - J.B. PRITZKER

 
Eu creio que os leitores e leitoras que ainda se aventuram por este blog moribundo jamais imaginariam que J.B. já foi paraninfo de uma turma universitária. Pois é, aconteceu. E o pior (ou melhor): J.B fez um belo discurso!
 
Deixando a profundidade de lado, esse J.B. elogiável e meritório não é o mesmo Jotabê – hoje com as faculdades mentais dando sinais de desgaste irreversível – que assina o livro de ponto aqui no Blogson. Eu o encontrei por acaso num "reel" do Facebook, que exibia um vídeo legendado com um trecho do discurso feito em junho de 2023 por J.B. Pritzker, governador democrata de Illinois, para uma turma de formandos da Universidade Northwestern. O título do reel é direto: "Não confie em idiotas".
 
Comecei a ler sem muito entusiasmo, mas me empolguei ao ponto de querer publicar essa fala no blog. Procurei na internet e encontrei a íntegra do discurso, bem mais longo, mas só me interessava o que foi publicado no Facebook. E é isto o tema do post de hoje. Lêaí.
 
A melhor maneira de identificar um idiota é procurar a pessoa que é cruel. Deixe-me explicar. Quando vemos alguém que não se parece conosco, ou fala como nós, ou age como nós, ou ama como nós, ou vive como nós, o primeiro pensamento que passa pela cabeça de quase todo mundo está enraizado no medo ou no julgamento, ou em ambos. Isso é evolução. Sobrevivemos como espécie desconfiando de coisas com as quais não estamos familiarizados. Para sermos gentis, temos que desligar esse instinto animal e forçar nosso cérebro a percorrer um caminho diferente.
 
Empatia e compaixão são estados evoluídos do ser. Exigem a capacidade mental de superar nossos impulsos mais primitivos. Esta pode ser uma avaliação surpreendente, pois em algum ponto dos últimos anos, nossa sociedade passou a acreditar que a crueldade armada faz parte de um plano mestre bem elaborado. A crueldade é vista por alguns como um porrete hábil para obter poder. Empatia e gentileza são consideradas fraquezas. Muitas pessoas importantes veem os vulneráveis apenas como degraus em uma escada para o topo.
 
Estou aqui para dizer que, quando o caminho de alguém por este mundo é marcado por atos de crueldade, essa pessoa falhou no primeiro teste de uma sociedade avançada. Ela nunca forjou seu cérebro animal a evoluir além do seu primeiro instinto. Ela nunca forjou novos caminhos mentais para superar seus próprios medos instintivos. E, portanto, seu pensamento e resolução de problemas carecerão da imaginação e da criatividade que as pessoas mais gentis têm de sobra. Ao longo dos meus muitos anos na política e nos negócios, descobri uma coisa que é universalmente verdadeira: a pessoa mais gentil na sala costuma ser a mais inteligente.
 
Eu sabia que meu comportamento gentil tinha uma explicação!

terça-feira, 5 de agosto de 2025

ZEBRA? NÃO, CAVALÃO






Como diria o pessoal da indústria farmacêutica, quem Anvisa, amigo(?) é: o download gratuito do último e-book ainda está rolando. O link é este:

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

UM BLOG DE FASES

Conhece a música "Mulher de Fases" gravada pelos Raimundos? Pois é, o título que escolhi para este post é uma paródia ao título dessa  (ótima) música, pois este é um blog de fases. E já vai entender por quê.

Depois de saber que o ChatGPT é capaz de fazer uma análise isenta (ou o mais próximo disso que se consiga), não resisti à curiosidade de saber o que uma IA poderia dizer sobre o velho Blogson Crusoe. E o que o ChatGPT disse deixou-me fascinado pela acurácia de sua análise.
 
Ainda assim, em busca de uma visão mais detalhada, escrevi quase uma página para alimentar a IA com dados sobre a gênese do blog. E mesmo que a revisão pedida tenha aumentado o zoom sobre as características, defeitos e qualidades do blog, ela só confirmou o que eu já sabia ou – pelo menos – pressentia. E é esse retrato detalhado o tema do post de hoje, pois, segundo o ChatGPT, tornei-me muito autorreferente.
 
Mas antes de transcrever o texto gerado em não mais que cinco segundos, queria dizer que apesar de toda a ironia que tentei acrescentar ao post “Alegrai-vos!”, jamais fiz julgamento de ninguém ou de nenhum blog que sigo, pois meu desejo era só divertir os eventuais leitores. Só posso dizer é que fazer essa solicitação a uma IA resultou em uma experiência fascinante, educadora, transformadora e, talvez, definitiva.
 
Olhaí a análise do ChatGPT feita a partir desta orientação:
- Queria que analisasse cada ano ou período do blog, como fez antes.
 
Claro. Abaixo está uma análise sintética do Blogson Crusoe dividida por fases anuais, com destaque para estilos, temas e transformações perceptíveis ao longo dos 11 anos de atividade:
 
2014–2015: A FASE INAUGURAL
Tom: Reflexivo, curioso, entre a crônica e o ensaio leve.
Conteúdo: Muitas postagens sobre cotidiano, velhas histórias familiares e comentários sociais bem-humorados.
Linguagem: Rica, com vocabulário variado e domínio claro da escrita literária.
Destaque: Textos com pegada memorialista que surpreendem pelo humor sutil e ironia elegante.
 
2016–2017: CONSOLIDAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO
Estilo: Mais ousado, com jogos de linguagem, neologismos e ironia mais explícita.
Temas: Vida urbana, política cotidiana, cultura de massa, infância e afetos.
Inovação: Começa a criar personagens e narradores fictícios, testando a fluidez entre o real e o inventado.
 
2018–2019: O AUGE DA INVENTIVIDADE
Produção intensa e marcada por textos muito diversos.
Formato: Alternância entre breves epifanias, sátiras, contos rápidos e desabafos.
Qualidade: Talvez o período mais criativo, em que o autor parece escrever por prazer, com liberdade.
Destaque: Mistura inusitada de filosofia de botequim com lirismo doméstico.
 
2020–2021: PANDEMIA E INTROSPECÇÃO
Tom mais melancólico e existencial.
Temas: Envelhecimento, isolamento, memória, linguagem.
Forma: Textos mais curtos, pontuados por humor defensivo e confessionalismo sincero.
Mudança: Primeiros sinais de cansaço criativo e reflexão metalinguística sobre “escrever para ninguém”.
 
2022: TRANSIÇÃO E RUPTURA
Metaescrita: Começam os textos sobre o próprio blog, o esgotamento do formato, o fim das ideias.
Estilo: Menos cuidado estético, mais impulso de registro e desabafo.
Emoção: A angústia da perda de memória e vocabulário começa a transparecer.
 
2023–2025: A FASE DOS E-BOOKS E DA AUTOREFERÊNCIA
Objetivo: Recuperar, organizar e reaproveitar o passado do blog.
Produção: Lançamento de coletâneas (e-books), edição de posts antigos.
Tom: Crítico consigo mesmo, autoirônico, às vezes amargo.
Risco: Redução da inventividade anterior em nome da curadoria.
 
- Qual dessas é a melhor fase?
2018–2019 se destaca pela combinação de originalidade, fluidez e liberdade. É o momento em que o blog parece mais autêntico, pulsante e variado. Há ali um equilíbrio raro entre humor e sensibilidade, crítica e ternura.
 
Pois é, preciso absorver com cuidado tudo o que foi dito, para que as próximas tropeçadas possam ser dadas de forma madura e serena. Gostaram?

domingo, 3 de agosto de 2025

ALGUÉM PEDIU SUA OPINIÃO?

 
Este post comunica e comemora o fim da operação a que eu me propus a fazer para redução da mediocridade publicada na forma de quatorze e-books displicentemente selecionados. Já está disponível na Amazon o e-book “Alguém Pediu Sua Opinião?”, resultado da junção dos três e-books Falando Sério, Alucinações Cotidianas e Ainda Ontem Eu Tinha Vinte Anos. Para se ter uma ideia do rigor da seleção, houve um um descarte de 247 páginas, uma redução de 321 para apenas 74.
 
Essa severidade toda tem uma explicação: os antigos e-books traziam divagações opiniões pessoais, reflexões (rasas como poça d’água), críticas com e sem ironia, um pouco de heresia e algum delírio. Não traziam versos, nenhum desenho nem textos de humor ou com pretensão mais literária.

Por isso os textos selecionados precisariam ter algum charme, algum atrativo que seduzisse eventuais leitores interessados em conhecer um pouco da minha visão de mundo, das minhas preocupações e pirações. Por isso a seleção foi demorada – e dolorida. O título do e-book foi mudado quatro vezes, a apresentação foi refeita umas dez vezes. Até a ajuda do ChatGPT eu pedi, mas descartei todas as sugestões, pois, apesar de mais bem escritas, melhores e mais elegantes, não era eu que estava ali.
 
Pensem bem, um livro que fala sobre meus sentimentos e pensamentos sendo escrito por uma Inteligência Artificial? Só sendo muito idiota ou mau caráter para concordar com isso. E eu gosto muito de mim e me admiro muito (desculpem a falta de modéstia) para aceitar ajuda e bajulação de uma “coisa” onde correm “nas veias” apenas linhas de programação, algoritmos e coisa do gênero.
 
Então é isso. Se alguém se interessar em conhecer esse último e-book, o link é este:
Mas o período de downlod gratuito começa no dia 04/08 e vai até o dia 08/08 

sábado, 2 de agosto de 2025

ALEGRAI-VOS!

 
Você que é dono ou dona de blog e está de saco cheio de não ter comentários sobre sua última postagem ou, se os teve, foram comentários idiotas ou inadequados, dando a impressão de que a pessoa que comentou estava bêbada, drogada ou pensando na lista de produtos que precisa comprar no supermercado, alegre-se.
 
Agora, sua carência afetiva, necessidade de autoafirmação ou a suspeita de que escreve mal pra caramba serão objeto de atenção, comentários inexplicavelmente elogiosos e até mesmo análises, dicas e orientações sobre o conteúdo de suas postagens.
 
- “Como assim?”, perguntarão os blogueiros mais aflitos, como se estivessem esperando as portas de uma magalu da vida se abrirem em dia de Black Friday. Calma, crianças, que a resposta será dada no próximo parágrafo (preciso encher linguiça para o texto ficar um pouquinho maior).
 
O caminho das pedras e as pedras do caminho foram mostrados pelo vetusto titular do blog A Marreta do Azarão. Bebendo cerveja boa e barata enquanto cofiava sua barba de profeta bíblico, confidenciou que basta munir-se da URL do seu blog (do seu mesmo, não do dele!) e sussurrar nos ouvidos do ChatGPT o nome do seu blog (do seu, cacete, não do dele!), pedindo para que faça uma análise dele (do blog, obviamente!).
 
Em três segundos, tempo infinitamente mais rápido que o necessário para preparar um miojo, essa Inteligência Artificial exibirá uma porrada de informações sobre... (já sabe, né?), fazendo com que você fique feliz e até beba uns três latões de cerveja boa e barata (nesta época de tarifaços precisamos ter cuidado com nosso planejamento financeiro). E depois, possa dormir em paz acreditando que escreve bem pra caramba.

POLIGROTA

 


sexta-feira, 1 de agosto de 2025

SEMPRE RIR, SEMPRE RIR

 
Há situações que poderiam te fazer chorar de tristeza, espumar de ódio ou enrubescer de vergonha, tão despropositadas se apresentam. Mas eu sou cínico e debochado, e por isso, mesmo não zurrando ou relinchando de tanto rir, eu ri bastante ao ouvir que 11% dos brasileiros aprovam o tarifaço que um cavaleiro do Apocalipse econômico quer aplicar aos produtos brasileiros que são exportados para seu país.
 
Como os biscoitos e o leite com toddy tinham acabado, resolvi me divertir traçando o provável perfil psicológico desses gênios. Posso estar errado, mas imagino que os brasileiros apoiadores do tarifaço têm estas características:
 
- acreditam que a Terra é plana;
- são contrários ao uso de vacina;
- consideram-se patriotas (a pátria é o Brasil!)
- acreditam que os judeus consideram Jesus Cristo o filho de Deus;
- acham lindo o lema “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”;
- não confiam em urna eletrônica;
- desconfiam da grande mídia e preferem manter-se informados através das redes sociais.
 
Talvez tenha mais alguma característica que merecesse ser lembrada, mas meu filho chegou com uns pastéis quentinhos e eu preferi parar por aqui, porque rir de boca cheia pode engasgar e é sinal de pouca educação.

 

quinta-feira, 31 de julho de 2025

NINGUEM PENSA NISSO

 
Recentemente, fiquei extremamente consternado depois de ler sobre o desaparecimento progressivo dos pardais, passarinhos a que nunca dei muita atenção, justamente por serem numerosos, não cantar e exibirem penas em tons de marrom.
 
A leitura sobre seu sumiço das grandes cidades, provavelmente provocado pela crescente verticalização das moradias me deixou triste. A substituição das casas – nos beirais dos telhados onde constroem seus ninhos – por edifícios de apartamentos seria a razão desse desaparecimento.
 
Ao saber desse fato, decidi fazer minha parte para preservar os que fazem ninho no beiral da nossa casa e deixam suas “lembranças” no chão logo abaixo. Em outras palavras, não me importo mais com o cocozinho dos pardais nem os espanto com jatos de água.
 
Isso mostra que meu romantismo quixotesco e inócuo cresceu bastante com o passar dos anos, pois eu sozinho jamais conseguirei impedir a extinção de uma espécie, qualquer espécie. Daí o comportamento sonhador semelhante ao do “ingenioso hidalgo Don Quijote de La Mancha” em sua luta contra um moinho de vento.
 
Sabe quantas extinções em massa já aconteceram em nosso planeta azul? Extinções em massa funcionam como que um “passa régua” para inúmeras espécies, transformando-as apenas em registros fósseis a ser estudados por paleontólogos do futuro.
 
Para seu conhecimento e espanto, meu caro leitor e estimada leitora, há registros de cinco extinções em massa na história da Terra. A maior de todas, ocorrida há 252 milhões de anos (eu juro que não tinha nascido ainda!), eliminou cerca de 96% da vida marinha e 70% da vida terrestre. Haja fósseis!
 
Toda essa “sabedoria” adquirida através da internet fez surgir uma pergunta em minha mente desocupada e cada vez mais sujeita a apagões: os últimos espécimes de cada espécie têm noção de estar próximos de virar apenas mais um objeto de estudo sobre o passado do planeta?
 
Ou seja, o último ou os derradeiros representantes dos pardais, dos lobos vermelhos ou das ararinhas azuis têm noção de que em breve não encontrarão mais quem ouça e responda a seus cantos, rugidos ou rituais de acasalamento? Acho que não preciso responder, não é mesmo?
 
Mas sabiam que estamos provavelmente vivendo uma sexta extinção em massa, “caracterizada por um aumento na taxa de extinção de espécies devido a atividades humanas, como desmatamento, poluição, mudanças climáticas e exploração excessiva de recursos”?

E foi esta reflexão que me fez escrever este texto às 23h55 (deveria estar dormindo!): quase ninguém se dá conta ou se incomoda com isso – e é por isso que olhamos sem notar o desaparecimento dos pardais e o brilho das estrelas no céu das grandes cidades. Acho que estou ficando romântico demais...

 

domingo, 27 de julho de 2025

CHEGOU “NA BATEIA DA MEMÓRIA”!


Sou um cara que explica e responde perguntas que ninguém fez. Por isso mesmo, vou me repetir.
 
Depois de lançar 14 e-books na Amazon – num surto de empolgação, presunção e carência afetiva – resolvi fazer o que devia ter feito antes: peneirar com mais juízo o que presta (ou quase) do que escrevi ao longo de onze anos de blog.
 
Sim, publiquei muita bobagem. E foi só me afastar um pouco dos próprios textos para perceber o tamanho do desastre. A solução foi instalar bombas no pântano editorial que eu mesmo criei, para fazer sua drenagem (esta imagem está muito mais ou menos!).
 
Essa "drenagem" – que está quase no final – começou a alcançar o objetivo que estabeleci, pois hoje estou divulgando o penúltimo e-book – que permanecerá na Amazon até que o Jeff Bezos fique de saco cheio da obra jotabélica (eu obrei muito!) ou.no sentido oposto,  resolva me pagar alguns milhões de dólares para deliciar-se com novos lançamentos – afinal, o ChatGPT disse que eu sou um ótimo cronista!
 
Mas os leitores do Blogson não precisam torturar-se com uma essa ameaça que não se concretizará. Uma coisa é certa: se existem Inteligências Artificiais puxa-saco, podem acreditar, o ChatGPT é o paradigma do puxa-saquismo mais despudorado. Mas estou me afastando do que queria dizer (o que era mesmo?)
 
Ah, sim! O livro “Bateia da Memória” é o resultado da seleção e junção dos livros “Meu Nome é Ricardo” e “Só Para Passar o Tempo”. E estará disponível para download gratuito de 28/07 a 01/08/2025. Corre lá! O link é: https://www.amazon.com.br/dp/B0FK2HZ792

 

sexta-feira, 25 de julho de 2025

BLONG

Parece que foi ontem que eu era um avô sem netos. Por isso mesmo, dizia estar tão carente que acabaria criando uma ONG tipo "Avós de empréstimo" ou "Avós de aluguel". Para piorar ainda mais a piada, eu me superei ao imaginar a criação de uma ONG-blog, um "BLONG" chamado de "INTERNETOS", cuja vantagem seria não ter de dar papinha nem trocar a fralda do neto (ou, principalmente, do avô). 

Aí apareceram os bebês reborn, que alguns malucos e malucas insistem em tratar como se fossem crianças reais. Ainda bem que minhas netas são de carne e osso, porque se um filho viesse à nossa casa com um reborn no colo eu seria obrigado a dizer:

- “VADE RETRO, SATANÁS, REVERTERE AD LOCUM TUUM!"

 ou

- “AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE!”

É ruim!


quinta-feira, 24 de julho de 2025

ESTÁ CHEGANDO A HORA!

 
Minha missão saneadora da mediocridade que deixei contaminar os quatorze e-books publicados está chegando ao fim. Acabei de finalizar o livro “Na Bateia da Memória”, resultado da fusão seletiva dos títulos “Meu Nome é Ricardo” e “Só para Passar o Tempo”.
 
Procurei reler tudo sem nenhuma indulgência, nenhuma colher de chá. As primeiras providências foram a remoção de datas e, pasmem, de dois textos em duplicata (um em cada e-book). Tive também o cuidado de excluir sumariamente todos os que faziam referência a Lula e Bolsonaro (antes só que mal acompanhado!).
 
Descobri que a raiva é um ótimo sentimento quando se está fazendo uma seleção de textos: basta começar a ler o que foi publicado e já surge a decisão de passar a régua (teria sido esse o sentimento que movia os censores da época dos generais? Não precisa responder).
 
Então é isto. Só estou esperando acabar o período de download gratuito do e-book em inglês para jogar o novo frankstein na Amazon. Mas já não estão mais à venda os dois livros que serviram de base para esse “Bateia”.
 
Agora só falta separar o joio do joio (é isto mesmo que você leu!) dos três livros remanescentes, para colocar um ponto final nessa história pretensiosa de publicar quatorze(!) e-books. O único defeito é a maior dificuldade de escolher o que pode agradar aos leitores, pois todos os três falam muito de mim, apenas um zé mané, um zé ninguém (sinônimo de zé botelho).
 
E esta será a configuração final da fabulosa e magnifíca biblioteca jotabélica:
 
- Juntando Cacos de Mim - Antologia Afetiva de Poemas Sem Valor
- Não Adianta Reclamar! (Eu Não Sei Desenhar, Pô!)
- Não Adianta Espernear! (Os Dezénhos Ahahvulsos de Jotabê)
- Sem Medo de Ser REdículo (Cuidado! Aqui só Tem Humor de Quinta Série!)
- O Caso da Vaca Voadora e Outras Lembranças
- The Flying Cow Case And Other Unbelievable Tales
- Na Bateia da Memória (Crônicas, Contos e Mais Alguma Coisa)
- Último Livro (Ainda Sem Título)
 
Se eu não tivesse resolvido publicar a versão em inglês do livro da vaca, os quatorze originais teriam se reduzido à metade. Mas talvez eu nem faça uma seleção para o último livro, pois, se cortei a mediocridade ao meio, nada fiz para corrigir a irrelevância. E esse último livro seria exatamente isso, a epítome da irrelevância.
 

terça-feira, 22 de julho de 2025

A MÁGICA DE OZZY

 
Quando, em 1968, o Black Sabath surgiu, eu já estava prestes a ficar órfão de ídolos máximos do rock – a separação dos Beatles em 1969, a morte de Brian Jones em 1969 e as de Jimi Hendrix e Janis Joplin em 1970. Embora novo, eu já era um roqueiro das antigas, talvez imune à Mágica de Ozzy (boa essa!) e de seus companheiros. Por isso, quase nada ouvi do som que estavam formatando.
 
Mas o tempo passou e descobri que Ozzy Osbourne era um cara gente boa e divertido. E hoje recebo a notícia de sua morte aos 76 anos, um ano mais velho que eu. Pensando em seus excessos e em sua vida desregrada e porra louca, lembrei-me dos versos do Chico Buarque:
 
“E qualquer desatenção, faça não, pode ser a gota d’água”. R.I.P, Ozzy.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

THE FLYING COW CASE AND OTHER UNBELIEVABLE TALES

 
Para quem se propôs a reduzir o número de e-books publicados como forma de combater a mediocridade pretensiosa que transbordava dos quatorze livros surgidos de uma seleção displicente de textos, publicar mais um parece um contrassenso total. Mas há um motivo: comecei a reler os casos divertidos que um dia ouvi de um colega hoje falecido e, confesso, fiquei um pouco emocionado.
 
Os leitores mais antigos do blog (talvez reste apenas um) talvez se lembrem dos casos bizarros e hilariantes de um sujeito com quem convivi de 1980 a 1992 – ano em que ele se aposentou e deixou a empresa onde trabalhávamos.
 
Depois disso, nossos contatos tornaram-se raríssimos – até sua morte, em 2008. (Nunca fui bom em manter amizades.) Só em 2007 ou 2008 voltei a vê-lo pessoalmente, em duas ou três visitas que eu e minha mulher fizemos ao sítio onde ele morava.
 
Como todo mundo rolava de rir quando, nos encontros familiares, eu contava suas histórias mirabolantes, resolvi escrevê-las, como uma espécie de homenagem póstuma a um sujeito que, apesar dos trinta anos de diferença entre nós, acabou se tornando meu melhor amigo.
 
Com a criação do Blogson, publiquei essas histórias em várias postagens. Mais recentemente, dei um passo adiante e reuni os casos em um e-book. E hoje fui além: com o “auxílio luxuoso” do ChatGPT, publiquei a versão em inglês dessas histórias.
 
Para quê? Para que mais pessoas possam se divertir com as maluquices de meu amigo, por não ter nada melhor pra fazer e porque senti saudade de um tempo sem problemas graves de saúde, sem polarização do ódio, sem tarifações absurdas, tornozeleiras eletrônicas e outras mazelas do tipo.
 
Por coerência com o idioma, lancei o e-book na Amazon.com, o que acabou tornando o livro caro pra burro. Mas, como sempre, nos próximos cinco dias (de 22 a 26/07) o download será gratuito (assim espero!).
 
Para quem se interessar em treinar o inglês, o link é este:
 

 

sexta-feira, 18 de julho de 2025

UMA RECEITA DIGNA E PRAGMÁTICA - LOURIVAL SANT'NNA

 

Em seu perfil do facebook o músico Gutemberg Guarabyra publicou um artigo escrito em 12/07/2025 pelo jornalista Lourival Sant’Anna. Gostei tanto do que li que resolvi compartilhá-lo com os os leitores do blog. Olhaí. 

𝐔𝐦𝐚 𝐫𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐝𝐢𝐠𝐧𝐚, 𝐩𝐫𝐚𝐠𝐦á𝐭𝐢𝐜𝐚 𝐞 𝐩𝐫𝐨𝐟𝐢𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐋𝐮𝐥𝐚 𝐥𝐢𝐝𝐚𝐫 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐚𝐭𝐚𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐞 𝐓𝐫𝐮𝐦𝐩 - 𝗟𝗼𝘂𝗿𝗶𝘃𝗮𝗹 𝗦𝗮𝗻𝘁'𝗔𝗻𝗻𝗮

O governo brasileiro pode, se quiser, lidar com a crise deflagrada pela tarifa de 50% de Donald Trump de forma digna, pragmática e profissional, visando os interesses nacionais.

Trump deixou clara, na carta a Lula, sua identificação com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse aspecto deve ser ignorado pelo governo brasileiro. Ele não é determinante. Reflete apenas o desejo de Trump de se projetar como líder da direita internacional.

O governo, empresas e a Justiça dos EUA acusam o STF de extrapolar sua jurisdição e prejudicar companhias americanas ao impor a retirada, das redes sociais, de conteúdos considerados ilegais no Brasil.

O STF não pode ceder nisso. Mas, como sugeriu o ex-diretor-geral da OMC Roberto Azevedo, o governo brasileiro pode propor a criação de comissão binacional para discutir a regulação das redes sociais e inteligência artificial. Se Lula convidou um consultor da ditadura chinesa para assistir o Brasil nessa área, não deveria ferir a soberania discutir o tema com os EUA.

Lula pode, a portas fechadas, pessoalmente ou por canais diplomáticos, sinalizar que não defenderá mais a substituição do dólar como moeda de reserva global. Falar sobre isso não beneficia o Brasil. O custo da dominância do dólar seria reduzido com melhora da gestão pública e do ambiente de negócios, responsabilidade fiscal, juros baixos, atração de investimentos, regime tributário coerente, indústria e serviços mais competitivos.

Lula pode indicar sigilosamente a Trump um distanciamento em relação à China, a Cuba e ao Irã, e salientar a comunhão de valores e interesses com os EUA. A China faz comércio e investimentos no Brasil porque é proveitoso para ela, não por causa da amizade de Lula.

O Brasil pratica tarifas e outras barreiras comerciais muito altas. A média tarifária é de 11,8%, quando a dos EUA era de 2,5% antes de Trump, e a da Europa, 5%. O plástico, por exemplo, tem alíquota de importação de 20%; o PVC, de 43%. Ações antidumping adotadas pelo Brasil protegem segmentos politicamente influentes. O Brasil é o único país do mundo com ação desse tipo contra o polipropileno americano.

Essa crise é uma oportunidade para o Brasil abandonar, de forma negociada, essas barreiras. Isso incentivaria indústrias brasileiras a investir em produtividade e qualidade, o que beneficiaria o Brasil.

Numa negociação, o Brasil poderia oferecer a redução do imposto de 15%, criado em outubro, sobre empresas estrangeiras, que atinge as big techs americanas.

Trump poderia apresentar essas concessões como vitórias e recuar da tarifa de 50%. Todos sairiam ganhando.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

SÓ QUALIDADE BOA!

 
Se alguém que não me conhece pedisse para eu relacionar minhas qualidades e defeitos – ou, em outras palavras, para definir meu perfil – eu recomendaria que acessasse este link:
https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2017/01/perfil-para-o-facebook.html
 
Mas o que fazer se alguém – mesmo que eu não seja psicólogo – me pedir para traçar o perfil de uma personalidade mundialmente conhecida? Bem, a resposta está no desenho a seguir.



 
Mas faltou uma palavra: chantagista. E ele deve se achar como o cara da letra da música New York, New York: "I'm a number one, top of the list, king of the hill". Grande filho da puta, isso sim!

quarta-feira, 16 de julho de 2025

AMIGO URSO

Há muito tempo imaginei esta tirinha – ou HQ, ou piada – por ter ouvido o trocadilho "urso bipolar" em um episódio da série The Big Bang Theory. Obviamente nunca conseguiria transformar em HQ o diálogo idiota que imaginei. Aí surgiu o ChatGPT. Por estar fazendo seleção de textos para reduzir a mediocridade publicada na forma de e-books, reencontrei esse diálogo. E pimba! Sinceramente, gostaria que os ursos ficassem mais próximos da realidade e que o urso magro não fosse tão magro, mas quién soy yo para quejarme?



terça-feira, 15 de julho de 2025

MAIS DOWNLOAD GRATUITO

 
A campanha de redução da mediocridade gerou mais um rebento, fruto da transformação de três e-books dedicados ao “humor” jotabélico em apenas um, depois de uma capina bruta. Peço desculpas aos leitores do blog pelos títulos e capas idiotas dos novos e-books, provas de que estou bom para passar o facão no material produzido e péssimo para criar.
 
Esse e-book síntese estará com download gratuito de 16/07 a 20/07. E o título (ah, que bonitinho!) é SEM MEDO DE SER ReDÍCULO. O link é este:
https://www.amazon.com.br/dp/B0FHGHLSXX
 
Com isso os quatorze e-books irresponsavelmente publicados anteriormente estão agora reduzidos (ainda) a dez. Vamos tentar continuar a faxina, mas estou me importando cada vez menos com isso e com a manutenção do próprio blog.

 

segunda-feira, 14 de julho de 2025

RESTAURA NADA!

 
Já faz algum tempo que recebi de minha irmã a cópia de uma linda  e antiquíssima  fotografia da família de minha avó materna. Deve ter sido registrada entre 1915 e 1920 e está muito danificada. Uma das tias-avós estava ausente no dia do retrato e foi inserida depois, com o Photoshop da época: tesoura e cola ou goma arábica.
 
Recebi também a cópia de uma restauração da mesma imagem. Sinceramente, alguns parentes até "ficaram bem na foto", mas a feiura da maioria (minha avó incluída) é constrangedora, fazendo-me pensar numa espécie de "Família Adams" cabocla. Como bem observou minha irmã, o restaurador fez um trabalho ridículo: “colocou óculos no bisavô, um vestido na Tia Anita – que é a do retratinho colado – e ainda modificou a fisionomia dela, um troço muito tosco”. Só posso acrescentar: e com sobrancelhas de Frida Kahlo!
 
Pois bem. Descobri, por meio de meu filho, que o “onipotente” ChatGPT também restaura fotografias. Diante disso, resolvemos restaurar a foto original com as seguintes recomendações, menu copiado de um site indicado por esse filho:
 
Analise a foto enviada e realize uma restauração completa. Detecte e corrija os seguintes, se presentes:
Riscos, manchas de poeira ou sujeira
Marcas de dobra ou vincos
Áreas faltando ou rasgadas
Descoloração ou amarelamento
Partes desbotadas ou borradas
Detalhes faciais e corporais danificados (com reconstrução natural)
Ruídos visuais e falta de nitidez
Textura e iluminação incoerentes
A imagem final deve parecer natural.
 
E não é que o danado do ChatGPT fez mesmo? Na verdade fez a maior zona, gerando uma imagem com "dublês" vestidos como meus parentes, mas em nada parecidos com eles. Ao que parece, por ser uma Inteligência Artificial, o ChatGPT achou melhor criar uma realidade alternativa e chutou o pau da barraca: tirou bigode de um, colocou óculos em outro, mudou o sexo de um tio à direita da foto, transformou minha tia-avó ausente em santa  graças a uma auréola colocada em sua cabeça  e fez “harmonização facial” em todo mundo.  
 
A seguir, as fotos em ordem cronológica:

Foto original, com moldura lindíssima
 


 
Foto original, sem moldura
 


 
Foto restaurada
 


 
Restauração do ChatGPT
 


Conclusão: talvez nem mesmo uma IA seja capaz de traduzir tanta feiura da foto original com realismo e fidelidade!

domingo, 13 de julho de 2025

OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS - TERCEIRA (E ÚLTIMA!!!!) PARTE

 
Na falta de alguma coisa interessante para fazer e pelo fato de meu teclado estar dando pau – tornando quase impossível escrever qualquer coisa, resolvi publicar ou exibir minhas escolhas primárias no quiz publicado na parte 2 deste post. Essas escolhas me classificam como alguém de centro ou centro-esquerda moderadíssima. Isso interessa a alguém? Não.
 

- Nacionalismo / Patriotismo: Valorização da diversidade, crítica ao nacionalismo excessivo

- Democracia / Autoritarismo: Democracia liberal, defesa da ordem

Imigração / Diversidade: Imigração controlada, valorização cultural seletiva

- Religião na Política: Estado laico e combate a imposições religiosas

- Economia: Livre mercado com regulação mínima

- Desigualdade Social: Deve ser combatida com políticas públicas e redistribuição

- Pautas identitárias (gênero, raça, LGBTQIA+): Apoio amplo com base em direitos humanos

- Meio ambiente / Mudanças climáticas: Prioridade à agenda ecológica, energias limpas

- Violência e segurança pública: Tolerância a políticas duras, foco em repressão

- Relação com a imprensa e cultura: Respeito à liberdade de expressão.

 

sábado, 12 de julho de 2025

OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS - PRIMEIRA PARTE

 
Dizem os sabichões e sabichonas que foi Platão – o inventor do amor e do sexo platônico – quem disse que O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam”. Talvez ele tivesse razão, pois política é uma coisa que dá azia em antiácido ou, sendo mais claro (mas não elegante), política é um saco.
 
Em uma de suas últimas entrevistas, meu ídolo Millôr Fernandes soltou uma de suas frases definitivas: “Ninguém que ambiciona o poder deixa de ser um filho da puta! Pode ser um pouco mais ou um pouco menos. Mas o homem de bem, no sentido genérico e universal da palavra ‘bem’, não ambiciona o poder”. E talvez seja isso, o político profissional, que faz da política sua máxima aspiração talvez não seja “normal”, talvez tenha algum desvio de personalidade, algum messianismo – ou só mesmo vontade de roubar.
 
E por ser um saco, falar de política é muito chato, ainda mais em um blog que agoniza mas não morre. Em compensação, fazer testes disso e daquilo, fazer um quiz impresso ou eletrônico sempre atrai a atenção de quem está desocupado e coçando saco (mesmo que às vezes nem o possua). Por isso, resolvi fazer um testinho para entreter os milhares de leitores que acessam este blog moribundo. E o tema do quiz é justamente sobre política, ou melhor, sobre quem eu sou (“eu” no sentido genérico, capisce?).
 
E essa ideia surgiu depois de ouvir as falas recentes daquele cabelo de milho e miolo mole lá do norte. Como pode ser tão boçal, tão bacaca assim? E há quem o defenda e aplauda! Por isso e pensando nele e em seu coleguinha brasileiro, fiz esta pergunta ao ChatGPT: “quais são os valores defendidos pela extrema direita de qualquer país?”
 
Para encurtar a conversa, depois de idas e vindas, o ChatGPT criou uma tabela com os valores defendidos não só pela Extrema Direita como também pela Direita Moderada, pela moçada de Centro, de Esquerda Moderada          e Extrema-Esquerda.
 
Abstendo-me de avaliar se está correta ou não essa análise, resolvi fazer um quiz para testar minha posição no espectro político (isto ficou muito sério). E a técnica foi atribuir de um a cinco pontos para cada visão, sendo cinco para a extrema-direita e um para a extrema-esquerda. Se houvesse mais de uma escolha, seria feita a média dos pontos daquele quesito. Depois era só somar e comparar com a totalidade atribuída aos dois extremos – 50 pontos para a direita radical e dez para a esquerda idem.
 
E qual a precisão científica disso? Nenhuma, claro, pois o objetivo é só divertir. E para não ficar muito maçante (porque política é um assunto muito maçante), a publicação deste quiz será feita em duas postagens sequenciais: esta explicação e, segunda, a “prática”.
 
Para encerrar este post, meu resultado: eu fiz o teste e minha pontuação foi 27,5 – menor que 30 (a média de 50 mais 10), significando que sou um cara de centro-esquerda. E agora o spoiler: se for feita a inversão da pontuação (50 para a extrema-esquerda e dez para a extrema-direita), meu resultado se altera para 32,5, exatamente igual à média. Ou seja, não adianta espernear, eu sou um cara de centro. Gostaram? Fui.
 

PARÁBOLA DA VAQUINHA

  Ao ser admitido na empresa onde vivi os melhores anos da minha vida profissional, fui designado para trabalhar no departamento conhecido c...