Em um período nem tão distante, eu resolvi publicar
e-books com material extraído do velho Blogson Crusoe. Com a ansiedade
descontrolada e a presunção no nível “hard”, acabei obrando 14 e-books (para quem não conhece o linguajar caipira,
recomendo que consulte um dicionário para entender o que eu quis dizer com
“obrar”). E foi isso que eu fiz com os textos e desenhos selecionados.
Ninguém compra, ninguém lê, mas eu gosto dos
títulos que imaginei (pelo menos dos títulos!):
- Desenhos e Humor Gráfico
What A
Wonderful Word! - (Eu Não Sei Desenhar)
Eu Só
Sei Dezénhar - (Entre O Rascunho E O Surreal)
A
Mamucha Da Laranja - Entre Rabiscos, Garatujas E Colagens
- Memórias
O Caso
Da Vaca Voadora E Outras Lembranças - "Causos" Do Pintão
- Poesia
O Eu
Fragmentado - Versos Cheios De Prosa
Garimpo
De Palavras - Os Versos E Crônicas Que Faltavam
- Humor
Confraria
Das Hienas - (Sem Medo De Ser Ridículo)
Diálogos
De Spamtar - (A Sobra Da Sobra!)
Descompensado!
- Uma Amostra Do Humor Sem Noção
- Contos, Crônicas e Conversa Fiada
Meu
Nome É Ricardo - Contos, Crônicas E Divagações
Só Para
Passar O Tempo - (Porque O Tempo Passou)
Falando
Sério - (Às Vezes Eu Me Desespero)
Alucinações
Cotidianas - (Manual De Reflexões Irrelevantes)
“Ainda
Ontem Eu Tinha Vinte Anos” - (E Pensar Nisso Às Vezes Dói Um Pouco)
Alguns dizem que mente vazia é a morada do capeta;
já outros acreditam que seria a oficina do “sujo”. Particularmente, prefiro
pensar no cérebro desidratado como a “oficina do demo", porque ninguém gosta de
levar serviço para fazer em casa, mesmo que hoje seja corriqueiro o “Home Office”. E como
minha mente está sendo despejada por falta de pagamento, estou em condição de
entregar um “imóvel” limpinho para o simpático capetão criar suas artesanias.
Mesmo não sendo estilista nem influencer, estou
sempre inventando moda. Mas não quero bancar o Flautista de Hamelin, não
pretendo que ninguém me siga. Quem nunca ouviu falar nesse personagem deveria
procurar saber quem é. Dica rápida: personagem de conto folclórico dos Irmãos
Grimm. Ajudou? Não? Leu pouco na infância, né? (sinceramente, não faço a mínima ideia do que eu quis dizer com este parágrafo!).
Voltando ao mundo da moda, do glam, do glitter, o
que tenho pensado está relacionado a um sincero sentimento de vergonha, a um
constrangimento provocado pelo parto dos 14 e-books com seleção de material
publicado nesta bagaça.
Pensem bem, desde quando o velho Jotabê tem cacife
e talento para obrar quatorze
e-books? Imagino as expressões de desdém, de desprezo, à medida que fui
divulgando os novos e-books!.
Se eu tivesse perfil no instagram ou canal no
youtube, se eu fosse um influencer falando da vida sexual das pulgas ou
divagando sobre se há vida em Marte eu certamente teria mais público. Se eu
criasse um perfil no Only fans e
mostrasse meus e-boobs ou e-but eu provavelmente ganharia mais dinheiro
do que ganhei com os e-books (trocadilhinhos mais que safados!) pois alguns não
mereceram download, nem mesmo gratuito. Então, que diferença faz ter ou não ter
“obrado” 14 volumes na Amazon?
Por tudo o que foi dito, mas, principalmente, pelo
constrangimento real que tenho sentido, resolvi diminuir a quantidade dos
livros. Ainda estou na dúvida sobre tudo o que pretendo fazer, mas algumas
decisões já foram tomadas:
- O livro da vaca voadora será mantido. Já está
pronto, reúne apenas os casos mirabolantes de meu falecido amigo Pintão e,
obviamente, não há mais casos que eu tenha para contar.
- Os três de “dezénhos” – What a Wonderful WORD, Eu
só sei deZénhar e A Mamucha da Laranja – serão transformados em dois, um
dedicado apenas às séries e outro aos cartuns avulsos. Além disso, o lixo será
excluído.
- Os dois de poesia – O Eu Fragmentado e Garimpo de
Palavras serão transformados em apenas um. Só não sei ainda se o novo e-book
será a soma do material publicado nos dois e-books ou se será uma “antologia”
dos melhores textos, excluídos os piores.
- Os três de humor seriam transformados apenas em
um.
- E, finalmente, os cinco dedicados a crônicas e
conversa fiada seriam espremidos em três.
Resumindo, os quatorze pretensiosamente publicados
se transformarão em oito, um número ainda elevado para a mediocridade que
enxergo neles. Talvez eu ainda reduza mais, mas é preciso muita paciência para
encarar essa pedreira. Então, caro leitor, estimada leitora, se você achar que
eu enlouqueci, talvez esteja com a razão. Mas, se quiser opinar, ficarei muito
feliz. Só não vale dizer para deixar do
jeito que está, capisce? Fui.