Em uma apostila antiga de um curso que fiz na década de 1980, encontrei uma frase que dizia mais ou menos isso: “A quantidade de informações processadas está diretamente relacionada à capacidade de processá-las”. Parece uma afirmação óbvia – e é mesmo, mas incrivelmente abrangente em sua simplicidade acaciana.
Hoje em dia, a avalanche de notícias, o tsunami de opiniões e dados contraditórios literalmente arremessados na população através das redes sociais, pelos diferentes tipos de mídia e, até mesmo, por líderes deste e de outros países é tão impactante que provoca nas pessoas (talvez não em todas, talvez só em algumas ou, se quiserem, pelo menos em mim) a sensação ou a certeza de não saber em que ou em quem acreditar. Em outras palavras, essa tempestade de declarações antagônicas acaba criando condições para que se chegue à conclusão de que "se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come".
O texto a seguir é uma resposta ao e-mail que recebi de um jovem que conheço há muito tempo e por quem tenho grande admiração e respeito, tão brilhante é sua inteligência e tão invejáveis sua ética e integridade moral (na verdade, tenho até inveja dele).
Hoje em dia, a avalanche de notícias, o tsunami de opiniões e dados contraditórios literalmente arremessados na população através das redes sociais, pelos diferentes tipos de mídia e, até mesmo, por líderes deste e de outros países é tão impactante que provoca nas pessoas (talvez não em todas, talvez só em algumas ou, se quiserem, pelo menos em mim) a sensação ou a certeza de não saber em que ou em quem acreditar. Em outras palavras, essa tempestade de declarações antagônicas acaba criando condições para que se chegue à conclusão de que "se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come".
O texto a seguir é uma resposta ao e-mail que recebi de um jovem que conheço há muito tempo e por quem tenho grande admiração e respeito, tão brilhante é sua inteligência e tão invejáveis sua ética e integridade moral (na verdade, tenho até inveja dele).
Normalmente, minhas
respostas são curtas, concordando ou não com o que recebi. O penúltimo texto
que enviou me pegou meio depressivo, meio "melanchólico",
fazendo com eu lhe respondesse assim:
Eu não consigo filtrar tudo o que se diz hoje em dia, pois falta-me capacidade intelectual para tanto. Eu me identifico com suas crenças e valores, mas agora estou deixando rolar, pois (papo de engenheiro) um quilo a menos ou a mais de cimento não altera o concreto que está sendo fabricado. E eu sou esse cimento.
Eu não consigo filtrar tudo o que se diz hoje em dia, pois falta-me capacidade intelectual para tanto. Eu me identifico com suas crenças e valores, mas agora estou deixando rolar, pois (papo de engenheiro) um quilo a menos ou a mais de cimento não altera o concreto que está sendo fabricado. E eu sou esse cimento.
Por isso, cada vez mais eu
me distancio das certezas e mais me aproximo da perplexidade. Não da dúvida, só
da perplexidade. Minhas certezas absolutas e crenças foram desenganadas, não há
remédio que as reanime. Tudo ou quase tudo em que eu acreditava e, mais ainda, queria
acreditar, era como um castelo de cartas - que se desmanchou.
Por isso, nesta época
de Big Data, de volumes colossais de dados, informações, julgamentos,
análises e opiniões - frequentemente contraditórias ou antagônicas -, neste
ponto da vida enfim, sinto-me irmanado com o filósofo Sócrates, que teria
dito "Só sei que nada sei". E isso me basta e consola.
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