Este foi o último texto escrito especificamente para o blog Linguiça no Fumeiro. Após sua publicação o Blogson Crusoe foi ressuscitado.
Meu amigo virtual Marreta do Azarão - ou Azarão da Marreta - depôs as armas. Melhor dizendo, depôs a arma, pois, até onde sei, só possuía o “poderoso marretão” – em uma auto-avaliação bastante indulgente. Com essa arma, chegou a pensar em despedaçar a cabeça de Deus e espalhar seus miolos até os confins do universo. Para mim, esse desejo indica que ele não entende nada de alta gastronomia. Onde já se viu querer desperdiçar assim os miolos do Criador? O prato preparado com esse ingrediente raro, único (apesar de trino) seria iguaria finíssima, sofisticadíssima, impossível de ser repetida.
Meu amigo virtual Marreta do Azarão - ou Azarão da Marreta - depôs as armas. Melhor dizendo, depôs a arma, pois, até onde sei, só possuía o “poderoso marretão” – em uma auto-avaliação bastante indulgente. Com essa arma, chegou a pensar em despedaçar a cabeça de Deus e espalhar seus miolos até os confins do universo. Para mim, esse desejo indica que ele não entende nada de alta gastronomia. Onde já se viu querer desperdiçar assim os miolos do Criador? O prato preparado com esse ingrediente raro, único (apesar de trino) seria iguaria finíssima, sofisticadíssima, impossível de ser repetida.
Mas, não faz muito tempo, abandonou essa ideia, concentrando-se apenas no consumo regular de cerveja barata (mas boa!). Creio que essa mudança (de texto, não de cerveja) prenunciava as mudanças que logo surgiriam. Uma delas, talvez, tenha sido a transmutação do martelo, antes uma marreta digna de Thor, transformada aos poucos em marreta de dor.
Não entendo de marreta, mas entendo de dor, dor existencial. Por isso, resolvi fazer uma incursão aos domínios abandonados do Azarão e descobri algumas curiosidades, que passo ao conhecimento de meus três leitores:
De 2009 a 2019, o Marreta publicou 2780 posts, uma média (excluídos os anos de 2009 e 2019) de 281 posts por ano. O auge do furor produtivo aconteceu em 2015, quando obrou 338 publicações. Mas a curiosidade maior aconteceu nos anos de criação e encerramento do blog: exatos 124 posts em 2009 e 124 posts em 2019!
Se fosse no Blogson eu saberia tratar-se de TOC do blogueiro que vos fala. No caso do Marreta, sei não. Talvez a tão estranha coincidência se aplique esta pérola da sabedoria popular: “ele dá nó em pingo d’água e esconde a ponta”. Eu, heim?
Bom, essa cascata toda serviu apenas como introdução para dizer que sou uma toupeira tecnológica, pois as orientações que recebi para criação de um blogroll no Lingüiça não serviram para porra nenhuma, pois me embaralhei nas instruções, irritei-me com minha burrice e mandei tudo à puta que pariu. Por isso, aviso aos navegantes que apagarei também as orientações do post onde estão localizadas. Não sei fazer, não quero mais fazer e foda-se.
Quanto ao número de leitores do Lingüiça, eu quase posso jurar que serão no máximo três mesmo (com tendência de queda). Isso porque o Lingüiça não publica obras de terceiros. Se fizesse como o Blogson, os mecanismos de busca ajudariam a encontrar posts com textos de Rubem Braga, Vinícius de Moraes, etc. Mas o Linguiça, para o bem e para o mal é um blog só autoral Além disso, com o fim do Marreta, mesmo seus leitores mais fiéis começarão se afastando aos poucos (pois não haverá mais nenhuma novidade a ser vista).
Com isso, as migalhas que o Blogson recebia e que o Lingüiça almeja também ganhar não mais existirão. Falei migalhas mas é mais uma situação parecida com a do peixe-piloto que acompanha um tubarão ou outro peixe grande, à espreita de alguma sobra do banquete principal (os leitores, no caso). Como diria um brasileiro no alto da Torre Eiffel, apontando para a pista de veículos lá em baixo: "C’est la vie!"
Com isso, as migalhas que o Blogson recebia e que o Lingüiça almeja também ganhar não mais existirão. Falei migalhas mas é mais uma situação parecida com a do peixe-piloto que acompanha um tubarão ou outro peixe grande, à espreita de alguma sobra do banquete principal (os leitores, no caso). Como diria um brasileiro no alto da Torre Eiffel, apontando para a pista de veículos lá em baixo: "C’est la vie!"
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