sábado, 25 de fevereiro de 2017

NÃO ME LEVE A MAL

Pensei que já tinha contado esse caso aqui no Blogson, mas, aparentemente, ficou esquecido por aí. A história é a seguinte: um dia, fomos a uma festa na casa de meu cunhado mais velho. Nessa época eu ainda bebia cerveja (super moderadamente). Papo vai, papo vem, o assunto “cachaça” surgiu na roda. Meu cunhado, vaidoso como quem deseja exibir o filhinho prodígio para as visitas, comentou que tinha (tem) um armário só com marcas famosas, que tinha ganho durante suas muitas viagens pelo interior do estado.

Comentei ter lido uma matéria sobre o fabricante da mais famosa e mais cara cachaça do país, a “Havana”, que, depois de um processo ligado ao registro da marca por outra pessoa, mudou o rótulo para “Anísio Santiago”, justamente o nome do fabricante. Ainda tive oportunidade de exibir meus “vastos” conhecimentos, contando o preço cobrado por garrafa, uns R$200,00, na época (hoje, parece que custa mais de quatrocentas pratas), mas fui interrompido por meu cunhado:

- Eu tenho! Quatro “Havana” e duas “Anísio Santiago”!

Puxa-saco profissional que sou, louvei seu “tesouro”, comentando que gostaria de, um dia, provar um pouquinho de uma delas.

- Vou trazer para você experimentar. E saiu da mesa, voltando com um copinho pouco maior que um dedal de costura, que me entregou.

-Prova esta maravilha!

Enquanto me observava com um sorriso de ansiedade no rosto, levei o copinho ao nariz, comentando que precisava antes sentir o perfume da bebida dos deuses. Depois de cheirar, fazendo toda dramatização possível, emiti o veredito:

- Tem cheiro de cachaça...

- Não enche o saco, prova logo!

Mesmo que tenha tomado muita cachaça na juventude, fazia séculos que não passava nem perto da “marvada”. Tomei um golinho, esperando uma epifania gustativa, mas aquela coisa desceu rasgando e queimando minha garganta, exatamente como sentia na juventude.

- Não me leve a mal, mas essa Havana tem gosto de cachaça!

Entre ofendido e irritado, meu cunhado tomou de minhas mãos o dedal, exclamando:

- Ah, dá aqui, você não entende nada de cachaça!

Lembrando-me hoje desse caso, arrisquei-me até a fazer uma marchinha:

“Cachaça tem gosto de cachaça
Isso não muda jamais.
Cerveja tem gosto de cerveja
E o gosto é ruim demais (pararará...)”.

E, se quiserem saber, hoje eu vou me fantasiar de “Seu Madruga” (“não me leve a mal. hoje é carnaval”):

4 comentários:

  1. Cerveja é ruim demais?
    Não sei como a "Dona Florinda" te aguenta, ô Madruga!
    Se eu parar de beber, a minha esposa pede o divórcio!!!!

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    1. Quando eu ainda bebia, gostava de beber o primeiro copo da cerva de uma vez só. na época de calor ficava melhor ainda. O segundo copo já perdia a graça. Foi quando comecei a fazer uma piadinha, dizendo que o primeiro copo era uma maravilha, mas o segundo já tinha gosto de cerveja. E completava, dizendo "e eu não gosto de cerveja". Já falei sobre minhas experiências com o álcool no post "Sexo, Drogas e Rock and Roll - 2ª parte". A explicação está lá, detalhadinha. A propósito, quem gosta de cerveja é minha mulher.

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    2. Taí, quer dizer que a senhora JB é apreciadora de um suco de cevadis, como dizia o Mussum. Num relacionamento a dois, alguém tem que ser!!! Ou o casamento não dura um ano!!!

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MARCADORES DE UMA ÉPOCA - 4