Gastei boa parte do dia de ontem fazendo uma
faxina no Blogson "para entrega da loja". Descartei muitas ideias
para posts que não escreverei mais. Algumas eram identificadas por apenas uma frase
ou palavra, precisariam ser expandidas. Outros posts já estavam prontos, mas
fiquei preocupado com a patrulha do pessoal politicamente correto e passei a
régua nesses também.
Fui limpando, limpando, até restar só o que será apresentado após esta introdução e mais três posts
já iniciados, mas sei que esses também não serão concluídos. Um deles traria lembranças das minhas férias na infância, que por ser pessoal e intransferível, não dá para ninguém aproveitar. Por isso, deixo aos 2,3
leitores que produzem textos autorais a sugestão de que utilizem em suas divagações os temas dos dois restantes (caso se
interessem, lógico).
Os títulos dos posts que nunca terminarei são: "Sob o domínio do
medo" e "Os sete pecados
capitais". Essas ideias surgiram na época da criação do blog, mas
ficaram esquecidas até hoje, talvez pela imersão necessária a cada uma.
Esses posts tratariam dos temas sob a minha ótica pessoal e funcionariam como sessões de "terapia blóguica": de que forma o medo alterou meu comportamento, pensamentos e atitudes, por exemplo. No caso dos "sete pecados", a coisa ficaria mais divertida, pois precisaria identificar o modo como eu teria (ou não) cometido esses "pecados". Mas não dá mais. Por isso, foram excluídos junto com os outros rascunhos. Se alguém quiser carregar essa tocha não olímpica (mas tão desgovernada e sem rumo como se fosse), fique à vontade. Eu até que gostaria de ler o resultado.
E agora, vamos ao que sobrou de melancolia e depressão:
Esses posts tratariam dos temas sob a minha ótica pessoal e funcionariam como sessões de "terapia blóguica": de que forma o medo alterou meu comportamento, pensamentos e atitudes, por exemplo. No caso dos "sete pecados", a coisa ficaria mais divertida, pois precisaria identificar o modo como eu teria (ou não) cometido esses "pecados". Mas não dá mais. Por isso, foram excluídos junto com os outros rascunhos. Se alguém quiser carregar essa tocha não olímpica (mas tão desgovernada e sem rumo como se fosse), fique à vontade. Eu até que gostaria de ler o resultado.
E agora, vamos ao que sobrou de melancolia e depressão:
VELHICE
Velhice é o encontro diário de você mesmo com seus defeitos, sonhos irrealizados, esperanças abandonadas, arrependimentos tardios, rancores mal resolvidos e pesadelos recorrentes.
HOJE AMANHECI PENSANDO EM ME DESPEDIR
Velhice é o encontro diário de você mesmo com seus defeitos, sonhos irrealizados, esperanças abandonadas, arrependimentos tardios, rancores mal resolvidos e pesadelos recorrentes.
HOJE AMANHECI PENSANDO EM ME DESPEDIR
Hoje amanheci pensando em me despedir. Não pretendo viajar, não tenho ideias suicidas, não pretendo mudar de país. Apenas pensei em me adiantar, me antecipar, pois sou um sujeito que preza a boa educação, aquela que nem se usa mais hoje em dia, a educação das pequenas gentilezas, da atenção (mesmo que eventualmente falsa), da polidez no trato. Talvez por estar tendo frequentes brancos de memória. Por isso, considero indelicado, inaceitável sair sem me despedir.
- “Mas, sair de onde, criatura?”, dirão alguns. Sair de mim mesmo é a resposta e a chave. Tempos atrás, li que os americanos estabeleceram uma estatística que traz uma informação meio preocupante: as pessoas morrem - em média - doze anos após se aposentar. Bem, eu me aposentei definitiva e irrevogavelmente em 2009. Sendo um sujeito mediano, é provável então que morra por volta de 2021, aos setenta e um anos.
Isso contradiz um pouco a possível herança genética, pois meu pai e minha mãe morreram com mais de oitenta e cinco anos. Nesse caso, eu teria ainda dezenove anos para andar por aí, desarvorado e sem rumo. Mas se a herança familiar conta, pode acontecer de eu começar a sofrer de Alzheimer, tal como ocorreu com minha mãe. E esse é o motivo da despedida. Não sei quantos anos viverei e permanecerei lúcido, por isso amanheci pensando em me despedir, pois há coisas que não se deve deixar para a última hora.
Um dia, se eu começar a me esquecer do que acabei de fazer, podem rir de mim, eu talvez ria com vocês. Se eu perguntar por pessoas já falecidas, digam que não demoram a chegar, que foram "aqui pertinho", Mas se eu começar a não reconhecer com quem estou falando, mesmo que essas pessoas sejam meus amores eternos, procurem não se assustar ou ficar tristes, pois já não estarei mais com vocês, mesmo que meu corpo ainda esteja.
Por isso eu amanheci pensando em me despedir. Não sei quanto tempo terei para fazer isso e espero que esse dia demore muito a chegar, mas sou um sujeito educado e cortês. Seria uma indelicadeza e uma grosseria de minha parte não poder dizer uma última vez à minha Amada e a cada um de nossos amados filhos e filhas:
- Eu te amo e te amarei para sempre. Foi incrível, foi maravilhoso te conhecer, te abraçar e rir com você enquanto pude fazer isso.
Acho que um abraço apertado seria uma boa ideia para selar essa despedida.
Acho que um abraço apertado seria uma boa ideia para selar essa despedida.
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